quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Projeto Arquitetônico - Transformação Radical da Favela da Serra

Estudantes da UFMG recebem prêmio na Europa por projeto arquitetônico que propõe transformação radical da favela da Serra, em BH

Itamar Rigueira Jr.

O problema é o seguinte: em 2030, serão 9 bilhões de habitantes num mundo cada vez mais urbano – este ano, a população das cidades superou pela primeira vez a das áreas rurais do planeta. O que propõem os estudantes de arquitetura e urbanismo espalhados pelos cinco continentes para tornar as cidades habitáveis?
A questão foi posta pela International Federation for Housing and Planning (IFHP), uma das entidades mais respeitadas do mundo na área de arquitetura e urbanismo, em concurso para estudantes. Cinco alunos da Escola de Arquitetura da UFMG apresentaram sua proposta de solução. O objeto do trabalho foi a ocupação de encostas, onde se formam as favelas, fenômeno comum no Brasil e em diversos outros países. Eles imaginaram uma forma de transformar esse tipo de assentamento a partir de seus próprios problemas, criando maior número de residências e, ao mesmo tempo, mais áreas verdes e espaços públicos. E mais: a favela do futuro seria melhor servida por transporte urbano e produziria alimentos, energia e empregos.
Resultado: Bernardo Araujo, Éder Andrés, Isabel Brant, Mateus Andreatta e Thiago Campos, orientados pela professora Maria Lúcia Malard, foram finalistas do concurso. Eles estiveram no congresso da IFHP em Copenhague, na Dinamarca, em setembro, e receberam menção honrosa da entidade pelo projeto Uma microcomunidade resolvendo problemas globais. O objeto do estudo foi o Aglomerado da Serra, comunidade de 50 mil habitantes na região centro-sul de Belo Horizonte.
De acordo com Isabel Brant, do 8º período, a favela foi escolhida porque é um ambiente com enorme quantidade de problemas. “Se é possível resolver as questões das favelas, que já são caóticas e têm tudo que se imagina para os grandes aglomerados do futuro, será mais fácil atuar em outros tipos de povoamento”, afirma.
“Nossa idéia é viável”, garante Bernardo Araujo, colega de turma de Isabel. O projeto baseia-se apenas em tecnologias existentes. Sua concretização, na opinião dos estudantes, não é ímpossível. “Depende de vontade política e do entendimento de diversos agentes da sociedade”, receita Bernardo.
Maquetes do projeto Uma microcomunidade resolvendo problemas globais
“Lotes aéreos”
Os estudantes resolveram seguir à risca a ênfase dada pelo concurso à questão do aumento populacional. No caso de Belo Horizonte, as projeções apontam 1 milhão de habitantes a mais em 20 anos – a população atual beira 2,5 milhões de pessoas. “Acompanhamos essa tendência e tratamos do que já existe, locais já habitados e que vão crescer inevitavelmente”, explica Thiago Campos, aluno do 9º período. O projeto pretende reunir qualidades da habitação horizontal e da vertical, além de aproveitar as características das encostas. Os alunos planejaram a implantação de três tipos de construção, em metal ou concreto (ou ambos, sempre dependendo do custo). A primeira delas, destinada às moradias, ganhou o apelido de “grelha de habitação”.
Essa estrutura acompanha a inclinação do morro e cria vilas suspensas que, por sua vez, dão origem ao que a equipe chama de “lotes aéreos”, onde seriam construídas as casas. A ocupação das vilas seria ordenada e uma parcela significativa desses lotes, composta de praças, espaços gramados, quadras esportivas e outros locais de convivência social e cultural. Ali poderiam ser instalados também edifícios públicos como postos de saúde e delegacias de polícia.
“O projeto estimula a vida coletiva e se inspira em uma das grandes qualidades dessas ocupações, o sentimento de identidade entre os moradores, que se alia à vocação para a vida em grupo e a solidariedade”, conta Isabel. A estrutura da grelha seria dotada de poderosos sistemas de coleta e reutilização de água da chuva, geração de energia solar e reciclagem de lixo, além de garantir a circulação de ar e entrada de luz, através dos lotes sem construção destinados ao lazer e à convivência.
Bondinhos e suinocultura
O segundo tipo de construção previsto pelo projeto seria a base de uma nova estrutura de transporte no Aglomerado. Ali ficaria a estação central de bondinhos para servir os moradores internamente, ligando as partes altas da favela e o sistema de integração ao metrô. Esse prédio, igualmente capaz de aproveitar a energia do sol e captar água para reciclagem, também teria função comercial, centralizando o funcionamento de lojas e outros serviços nem sempre encontrados nas favelas.
O Aglomerado que emerge da prancheta dos estudantes da UFMG também reserva espaço para a produção de alimentos. O projeto propõe prédios verticais que concentrariam a atividade, tendo a suinocultura como carro-chefe e a geração de energia (biogás) como subproduto. A produção de derivados de suínos já existe nesse tipo de ocupação urbana, mas é dispersa e ineficiente. “O produto ficaria mais acessível ao consumidor final e empregos seriam criados dentro da própria comunidade”, explica Thiago Campos.
Em seu modelo de favela do futuro, os jovens da UFMG sugerem sistemas de produção de energia – de várias fontes e não-agressiva – que gerariam excedentes, transformando a comunidade em vendedora de energia. A nova realidade aproximaria o aglomerado da sustentabilidade, além de ajudar na incorporação harmoniosa da favela à vida da cidade.
A professora Maria Lúcia Malard, orientadora dos estudantes, exalta o pragmatismo do trabalho. “A idéia contempla a necessidade de uma ocupação racional, que melhore as condições de habitação do local sem deslocar as populações”, diz Maria Lúcia. Ela recomenda que as soluções do projeto sejam implantadas a partir da formação de cooperativas de moradores, talvez com apoio do poder público.
Direto do Velho Continente
Estudantes estiveram em Copenhague, onde apresentaram soluções para as vilas da Serra
Bernardo, Éder, Isabel, Mateus e Thiago receberam a menção honrosa nos dias 24 e 25 de setembro, em Copenhague, capital da Dinamarca. O concurso promovido pela International Federation for Housing and Planning (IFHP) – organização criada em 1913 pelo arquiteto e urbanista inglês Ebenezer Howard, que criou o conceito de cidade-jardim – é um dos mais importantes em âmbito mundial. A edição de 2007 fez parte do 51º congresso da organização e recebeu a inscrição de 193 equipes de todo o mundo.
Os Futuros da Cidade foi o tema do concurso, que pretendia estimular a discussão em torno de possíveis soluções. As propostas e intervenções tinham total liberdade de espaços, escalas e públicos e precisavam atender a pelo menos uma das quatro categorias propostas: planejamento urbano, qualidade urbana, edificação e habitação. Submetidas a um júri internacional, 11 equipes foram escolhidas como finalistas e convidadas a participar do congresso de estudantes e da cerimônia de premiação.
O júri destacou que um dos méritos do projeto mineiro foi a abordagem do desenvolvimento urbano das favelas, áreas comuns em grandes cidades do mundo inteiro, levando em conta o estado precário em que essas populações vivem atualmente. O adensamento aliado a novas possibilidades de lazer e produção foi também mencionado, além da apresentação clara e organizada. O trabalho foi desenvolvido no âmbito da disciplina optativa Tópicos em Projeto, ministrada pela professora Maria Lúcia Malard.
Imagens do projeto no link:
http://www.ufmg.br/boletim/bol1588/4.shtml

UMBANDA

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FALA RACISTA DE MAINARDI

olá blogueiros e conexx,

hoje recebi um email da poliane a respeito de mais um infeliz comentário do Mainardi a respeito do aborto e da questão "a criminalidade no rio, ops... brasil". em um jogo de palavras grotesco e um discurso bem ao gosto da classe midia e de elite desintelectualizada, mainardi argumenta que a solução para a criminalidade seria mais repressão, e que aborto ou aulas de tambor, ou lei seca ou bolsa famíla não resolveria o problema. o diálogo é com o GOVERNADOR do rio, mas toca em assuntos caros a todos nós! leia o resumo abaixo e ouça aqui o podcast.
"Aborto, criminalidade e os factóides de Sérgio Cabral"
Diogo Mainardi
"Eu legalizaria o aborto. Só me recuso a considerá-lo como um instrumento de combate ao crime – uma espécie de Bope de fetos. Recuso-me também a discutir seriamente os factóides do governador Sérgio Cabral. Dizer que o crime se combate com a prática do aborto, como ele fez, equivale a dizer que o crime se combate com o Bolsa Família, ou com a legalização das drogas, ou com a lei seca, ou com aulas de circo, de capoeira ou de tambor. "OUÇA A FALA COMPLETA AQUI
CONFIRA A FALA DO SERGIO CABRAL
Sérgio Cabral, governador do Rio, defende política de extermínio de pobres
Cecília Toledoda revista Marxismo Vivo


Outros textos deste(a) autor(a)• As declarações do governador do Rio, Sérgio Cabral, sobre a necessidade de legalizar o aborto para que as mulheres que vivem nas favelas não produzam mais marginais é um ataque direto e frontal à classe trabalhadora e ao povo brasileiro de conjunto. E merece nosso mais veemente repúdio, sobretudo por ser ataque violento às milhares de mulheres trabalhadoras e pobres que morrem por abortos mal-feitos ou ficam com seqüelas graves porque não têm dinheiro para recorrer a um hospital, como as mulheres ricas.A legalização do aborto é uma reivindicação histórica das mulheres, para que milhares delas não continuem morrendo quando desejam interromper a gravidez. Cabral foi muito esperto, porque usou um discurso coerente, de que o aborto é um direito de toda mulher que deseja interromper a gravidez. Isso só lança mais confusão entre os trabalhadores. Mas não nos enganemos: ele o que faz é igualar o aborto a um crime, como faz a igreja irresponsavelmente.

Usar essa bandeira como discurso para pregar o extermínio de futuros e possíveis marginais, como fez Cabral, é no mínimo um desrespeito com as mulheres e demonstra a forma como os governantes e a burguesia encaram as nossas reivindicações. Cabral iguala o aborto a um assassinato e a uma medida preventiva, sanitária. Isso, dito por um governador, é no mínimo temeroso, porque indica que as políticas que o governo vai continuar aplicando daqui em diante continuarão levando a esse destino trágico para todo filho de uma mulher trabalhadora e pobre, que vive numa favela: ser um marginal.É uma forma de o governo tirar de si a responsabilidade pela grave situação que vivemos. É uma forma de jogar a culpa nas mulheres pobres e trabalhadoras, que vivem precariamente nas favelas, vendo seus filhos ao relento, sem escola, sem saúde, sem comida e expostos a todo tipo de violência.Enquanto isso, o governo Lula paga em dia a dívida externa, tira dinheiro dos serviços públicos, da educação, da saúde, dos programas de moradia, e manda para os banqueiros milionários. O governo mostra mais uma vez de que lado está e a serviço de quem está. A classe trabalhadora tem de repudiar essa postura e lutar pela legalização do aborto, para salvar a vida de milhares de mulheres, ao mesmo tempo em que deve exigir do governo que deixe de pagar a dívida externa e invista em serviços públicos. Usar a bandeira do aborto como forma de acabar com a marginalidade é no mínimo absurdo. Só faltou Cabral dizer que toda mulher pobre tem de ser castrada para que não nasça mais nenhum bandido. E nós dizemos: os principais bandidos aqui são os Cabrais, os Lulas, os que estão no governo e roubam tudo o que podem, que jogam toda a riqueza nas mãos dos banqueiros, que privatizam todas as nossas riquezas, que colocam nossa economia a favor do imperialismo e deixam o povo e a classe trabalhadora à míngua. Esses são os verdadeiros bandidos que estão nos afundando numa barbárie cada vez mais terrível.
mais sobre mainardi

RACISTAS? NÃO

Racistas? Não

Enviado em Correio Braziliense–coluna Opinião - Sueli Carneiro de Geledés 17 de Abril de 2007 @ 00:38

O vice-presidente José Alencar afirmou em comentário à frase da ministra Matilde Ribeiro que “o racismo realmente não existe” no país. Como não somos racistas, devemos entender que o incêndio criminoso praticado em moradias de estudantes africanos na UnB “não se coaduna com o espírito aberto, tolerante e acolhedor do povo brasileiro”, conforme recomenda nota do Ministério das Relações Exteriores sobre o caso.
Portanto, além de não sermos racistas, somos também cordiais e acolhedores e é, em conformidade com esse “espírito”, que, como informa o site Globo.com de 23/3/07, a prefeitura de Apucarana, no Paraná, “adotou uma solução radical para acabar com os moradores de rua: recolheu os mendigos e mandou-os embora do município. A administração municipal diz que a medida é uma resposta à reclamação de cidadãos incomodados: “A gente está tomando essa medida mais enérgica para poder acabar com isso”, justificou a assistente social Edilaine Lima. A foto que acompanha a matéria mostra cinco pessoas negras diante da autoridade policial. Os que retornarem às ruas serão processado por vadiagem.
Aliás, a origem da lei da vadiagem não poderia ser mais emblemática acerca do nosso não-racismo. No artigo “Processo e preconceito social”, Miguel Lucena Filho aponta que “a mendicância e a vadiagem transformaram-se em objeto da repressão estatal na medida em que o escravagismo ia entrando em declínio, com as ruas cheias de libertos sem ocupação. O Estado reprimia a resistência de livres e libertos em voltar à condição análoga à de escravos. Reprimia-os, prendia-os e, por fim, forçava-os ao trabalho gratuito, agora na condição de condenados. O apelo à repressão da vadiagem, após a assinatura da Lei Áurea, expressava o medo das autoridades ante a liberdade e o abandono das grandes propriedades por ex-escravos.”
Como não somos racistas, em 16/1/07, como informa a lista racial, no Piauí, Robson Luiz Moreira, cantor de hip hop, funcionário do Projeto Casa Brasil, esperava o ônibus quando foi abordado por um policial militar fardado que, sem explicar nada, arrastou Robson até a parede mais próxima, bateu fortemente no jovem e apontou arma de fogo para sua cabeça. Assustado e sem entender por que apanhava, recebia respostas agressivas do policial: “Você não tem que me dar explicações, vai explicar na cadeia”. O cantor só entendeu o porquê de estar apanhando quando um popular que estava na parada de ônibus perguntou ao policial: “O que esse neguinho marginal fez?” O policial respondeu, depois de dar mais um tapa na cara de Robson: “Ele roubou dois celulares”. Algemado, o cantor foi jogado dentro do camburão e levado ao distrito policial. Na delegacia, outros policiais que o receberam não lhe deram o direito legal de fazer uma ligação, ficando detido por horas em uma cela.
Como não somos racistas, em São Paulo, em 2/4/07, dois afro-americanos estudantes de direito da Universidade da Califórnia — UCLA seguiam em um táxi quando o veículo foi emparelhado por um carro de polícia, com quatro policiais, que colocaram as armas para fora da viatura, apontadas para o taxi, chegando quase a tocá-los. O carro da polícia seguiu emparelhado com o táxi por cerca de quatro quadras. Sem dizer uma palavra, os policiais miravam os estudantes e moviam a arma em direção a eles, o que gerou congestionamento e a humilhante curiosidade que essas situações provocam.
Entre as lições apreendidas por esses pesquisadores, como subsídio para o estudo comparativo que estão realizando sobre a questão racial no Brasil e nos EUA, a melhor está na frase do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, José Gregori, que, a propósito de lamentar a prisão do rabino Henry Sobel nos EUA disse: O que me deixa aterrado é a polícia americana ter chegado a esse grau de boçalidade. Você, como delegado, tem de saber quem prende. Esses afro-americanos receberam uma aula prática sobre o que isso pode significar no Brasil.
Como não somos racistas, o repentista e compositor negro maranhense Geremias Pereira da Silva, o Gerô, que teria sido “confundido” com um assaltante, foi torturado e executado após ter sido preso por dois integrantes da Polícia Militar do Maranhão, em 22/3/07. O Instituto Médico Legal constatou: duas costelas de cada lado fraturadas e hemorragia de um dos rins. Ao ser preso, portava seu primeiro CD, Gerô, uma voz diferente, que seria lançado em abril. Contra a maré dominante, o governador Jackson Lago, que esteve no velório do artista, afirmou que não vai tolerar a impunidade: “Antes, crimes iguais a este eram abafados; agora é diferente”. O espaço desta coluna é insuficiente para todos os casos a relatar.
Então, conclui-se que o único racismo que inequivocamente parece existir no Brasil é o “racismo às avessas” do qual está sendo acusada a ministra Matilde Ribeiro pela maioria dos formadores de opinião do país, por frase intencionalmente descontextualizada. Nela, encontraram o mote que há muito buscavam para desencadear a ofensiva conservadora, que ora assistimos, contra as políticas de ações afirmativas. Entre elas as cotas — o verdadeiro alvo escondido por trás da polêmica criada em torno da frase da ministra.

Sueli CarneiroDoutora em Filosofia da Educação pela USP, é diretora do Geledés (Instituto da Mulher Negra)

terça-feira, 30 de outubro de 2007

III Mostra de Literatura Afro-Brasileira

Pessoal,

Durante os dias 21 a 23/11/07 estaremos realizando a III Mostra de Literatura Afro-Brasileira e Comemoração dos 10 Anos do Programa de Bibliotecas nas Escolas da RME de Belo Horizonte.Segue programação em anexo para divulgação e participação.Lembramos que a III Mostra estará dentro da XVIII Feira Nacional de Artesanato (Centro CAPE/Mãos de Minas 20 a 25/11/07 www.feira nacional de artesanato.com.br), que nesse ano fará uma homenagem a África. A programação de todo o evento está linda. Teremos conversa com escritores de BH e de outros estados; shows, contação de histórias, oficinas, recital poético musical ...Estaremos divulgando e comemorando também a entrega (para todas as escolas da RME de BH) do III Kit de Literatura Afro-Brasileira composto de 160 títulos. Informações: etnico.genero@pbh.gov.br(31) 3277-8647Abraços,Patrícia SantanaNúcleo de Relações Étncio-Raciais e de GêneroGCPF/Secretaria Municipal de Educação de Belo Horioznte

SÉRIE ENTREVISTAS (3): EIXO 1 - PESQUISA COM BOLSISTAS DA I.C. - ENTREVISTADO AMADOR

MAIS UMA ENTREVISTA DA BATERIA DE ENTREVISTAS COM OS GRUPOS, DUPLAS, TRIOS E QUARTETOS DE BOLSISTAS QUE ESTARÃO A TRABALHAR NAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS DENTRO DO CONEXÕES DE SABERES.

O entrevistado agora é o Amador, estudante de geografia e participante do eixo 1 do conexx minas. seu trio trabalhará, dentro da proposta deste eixo, com os alunos que participam de bolsas na UFMG.

Confira na entrevista esse momento histórico-acadêmico que está marcando a vida desses bolsistas e sujeitos sociais. Confira as propostas e expectativas desses jovens! entrevista 2: CNX1/BIC

não perca a próxima entrevista, com a kátia, da socials sciences e do eixo 2.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

UMA ONTOLOGIA DO CONHECIMENTO - FEMINISMO, CIÊNCIA E POSICIONAMENTO

Uma nova ontologia...nos responsabilizaremos?
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Ora, até que ponto essa outra ontologia do conhecimento, propostas por algumas feministas e explicitada nesse artigo, pode ser aplicável nos métodos e na metodologia de trabalho no Conexões de Saberes, ou no trabalho em conjunto com os movimento sociais? Quais são as nossas “(pseudo)ontologias” que carregamos desde pequenos, no primário e secundário, reproduzidas ou reconstituídas na universidade, que serão e são confrontadas com essa ontologia feminista? Estamos nós ainda em um “período pré-edipiano”, como estávamos no ensino fundamental, quando as células parecem ser células e os átomos, átomos (p.9)? Ou, ao estabelecermos críticas e mais críticas às ontologias opressoras, apenas “acabamos por ter mais uma desculpa para não aprendermos nada da física pós-Newton” (p.13)? Que ciência aprendemos a fazer na universidade, e qual queremos fazer? E qual podemos fazer, dentro das limitações, contingências, hierarquias acadêmicas e academicistas dos imperativos atuais tanto epistemológicos quanto políticos[1]?

O debate acerca da “objetividade” é, ao mesmo tempo amplo, conflituoso mas necessário, principalmente quando nós, do eixo 2, estaremos em pesquisas de campo, e utilizaremos todo um arsenal metodológico que tentará minimamente inserir nossas reflexões e escritos dentro do campo científico. O fazer ciência (que ciência?) requer uma objetividade. Propor concepções e elaborações a respeito do que seja a objetividade é fundamental para criar uma ciência que não se baseie na opressão e na deslegitimação de outros saberes, de outros modos de ver e viver o mundo. E precisamos de entender a ciência não como local privilegiado do conhecimento verdadeiro, tampouco como mero instrumento de dominação, mas como campo de lutas, onde então o posicionamento é fundamental. A principal luta é “a respeito do que terá vigência como explicação racional do mundo” ou, utilizando os termos de Haraway, “a luta a respeito de como ver”. Um filósofo francês apontou para a idéia de que as lutas dentro do sistema sócio-econômico atual são as lutas pelas Possibilidades. E a ciência é um rico exemplo dessas lutas. Outro filósofo francês pontuou que na nossa sociedade, a ciência detém o papel de formuladora e ditadora[2] da verdade. Ou seja, é nela que se dá a produção do discurso da verdade, e a disputa pela ciência é a própria disputa pelas possibilidades de definir o real, pela explicação racional do mundo, pelos modos de ver o mundo.

Uma outra ontologia do conhecimento científico nos lança a seguinte problemática: que tipo de ciência nós fazemos hoje? Estamos situando nosso conhecimento produzido? Assumimos a sua parcialidade, ou, mais uma vez, anunciamo-lo direta ou camufladamente como “o” conhecimento sobre a realidade? Isso nos leva a pensar até que ponto não se posicionar “já não é um posicionamento” ?! Em ultimo caso, qual é o nosso interesse ao tentar, enquanto projeto acadêmico, um diálogo com movimentos sociais? Estamos dispostos a nos responsabilizar pelos saberes localizados que buscamos constituir? Estamos dispostos a nos posicionar?

Acreditamos que o conhecimento faz parte das práticas de cada grupo social. Ele é sempre parcial e incompleto, sempre situado. E apenas o reconhecimento dessa parcialidade promoverá uma visão objetiva. Mas, será que dizer de onde e para quem se fala, se faz e se transmite conhecimento é falar de um posicionamento? E um posicionamento tendo como base o quê? Em um diálogo entre saberes e multiplicidades de saberes e conhecimentos, entre academia(s) e movimentos sociais (heterogeníssimos), que fundamentos, ideais, sonhos apropriar para um posicionamento? Argumentos como “Um mundo melhor” é genérico demais para se firmar, tentando dizer tudo, não diz sobre cousa alguma. Também elaborações ultra-eruditas não dizem muito, excetos para iniciados às letras, já que, como discutir a possibilidade de uma pós-democracia pós democrática em um contexto[3] onde nem a noção e a vivencia mais liberal, conservadora e reacionária de democracia não conseguiu se efetivar?

A proposta dessa concepção pós-epistemológica de objetividade reside na própria reflexão de objeto-sujeito: só existem numa relação, onde a delimitação do objeto é o conhecimento do sujeito. Delimitar o objeto é evidenciar a relação parcial e política de um sujeito ante a “realidade concreta”. O problema da objetividade é que ela foi concebida como neutralidade axiológica e pressuposto para um cientificismo positivista e absolutista. Em uma nova ontologia do conhecimento, devemos ter a escureza[4] de que a crítica feminista propõe que quando nós “recortamos a realidade” e delimitamos um “objeto”, estamos exercendo uma relação de poder, pois estamos criando esse objeto “a nossa imagem e semelhança”. O que não devemos fazer é como os pais “desumanos” que não reconhecem os filhos e se opõe a qualquer afirmação que evidencie a cor do filho com a cor do pai, os traços do filho com os traços do pai. Ao estabelecermos, em nosso projeto, um objetivo, e um objeto, estamos necessariamente dizendo que utilizaremos de uma objetividade. Qual será? Logo, a escolha da concepção de objetividade determina nosso objeto, nossa relação com esse objeto, nossos objetivos e nossos subjetivos.
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[1] Política tanto no seu sentido lato, onde verificamos as relações hierárquicas e assimétricas de poder na universidade, quanto no seu sentido estrito e instrumental, onde verificamos a atuação das “políticas educacionais” governamentais e estatais e da lógica concorrencial capitalista.
[2] Tanto como “aquela que dita algo” quanto “aquela que age ditatorialmente”
[3] Onde uma mescla de escravagismo e autoritarismo ainda reside nas práticas estatais e nas relações hierárquicas de poder.
[4] Escureza quer dizer, em um, português parcial, “uma característica daquilo que é inteligível, coerente, não muito complicado de ser entendido”

ARTE OU VANDALISMO: A CONTEXTUALIZAÇÃO DETERMINA O OBJETO


nas linhas dos saberes localizados, podemos pensar bem ao olhar a figura abaixo. se o mesmo objeto - o telefone - estivesse no MASP ou no Louvre, e tivesse uma assinatura de um europeu ou de um "artista", provavelmente isto seria uma "obra de arte". como o contexto é de uma favela, e os prováveis autores serão imaginados como "favelados", suas ações resultarão em um "vandalismo". a questão inicialmente seria da "intencionalidade". a questão mais profunda e real é: "quem dita o que é intencional e quem julga o que é arte?"

ednilson silveira

CRÍTICA FEMINISTA E CIÊNCIA NA HISTORIOGRAFIA

Penso que podemos tomar este texto como uma ampla hipótese de trabalho e que pode estabelecer uma moldura para o entendimento e a discussão dos textos de duas feministas que atuam no âmbito dos estudos de ciência — Sandra Harding e Donna Haraway

CLIQUE AQUI : texto de lígia kumassa


O sociólogo Stephan Fuchs agrupou em itens sumários o que seriam os principais e mais freqüentes significados atribuídos ao termo objetividade, nos estudos de ciência:

· A capacidade de uma pessoa de estabelecer um julgamento imparcial e desinteressado.
· Uma qualidade dos métodos e normas de investigação que disciplinam o impacto de forças arbitrárias e acidentais sobre o conhecimento.
· Medidas são objetivas quando elas coincidem fortemente umas com as outras e através de repetidas medições, tomadas independentemente por vários observadores.
· Como uma propriedade do conhecimento, a objetividade se refere a proposições que capturem uma realidade independente e externa.
· A objetividade também pode ser atribuída a instituições culturais e sociais, que de alguma maneira são mais sólidas e duradouras do que as crenças pessoais.
· Desde a Revolução Científica, tornou-se a ausência de forças e circunstâncias individuais, idiossincráticas, acidentais e contingentes.
· Os filósofos geralmente concordam que a objetividade é a marca distintiva do conhecimento científico.
· Objetividade como um modo de conduta, de controlar emoções, vieses, e interesses.

[FUCHS, Stephan. 1997. A Sociological Theory of Objectivity. Science Studies 11(1) : 4 –26.]

A POLÊMICA ENVIRON DA NAÇÃO - OTÁVIO VELHO E A DIVISÃO NA/DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA

Corpo A Corpo - Otávio Velho
O GLOBO
28/10/2007'
'A nação explodiu'
Da Ilha de Paquetá, onde mora, o antropólogo Otávio Velho protagoniza o debate sobre a trajetória da antropologia brasileira. Sem medo das reações, ele afirma que a nação explodiu.
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O GLOBO: O que está acontecendo com a antropologia brasileira?
OTÁVIO VELHO: A antropologia brasileira é um grande sucesso. Uma das antropologias no mundo que mais avançaram em termos de estudo da sociedade.Um prestígio fora do comum. Essa fórmula colaborou na construção de certa imagem do que seja o Brasil. Mas o que representou sucesso pode ser uma armadilha: repetir a fórmula que deu certo e não se dar conta de um novo modo de pensar a antropologia. O que sugiro é que essa construção de nação, hoje, se mostra restrita para dar conta de toda a diversidade que está se multiplicando de maneira vertiginosa para além das fronteiras do que imaginávamos ser a nação brasileira. A nação explodiu.
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€ Como os antropólogos devem agir agora?
OTÁVIO: Não podemos mais propor uma unidade do que seja Brasil, postulada a priori. Não podemos mais domesticar a realidade. Esta vontade de enxergar o conjunto não pode mais ser confundida com a vontade de aplicar um modelo preconcebido.
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€ O que de fato está acontecendo no país?
OTÁVIO: Estou aberto a enxergar tudo o que ocorre sem tachar, de antemão, de estranho e ilegítimo aquilo que não de encaixa na idéia que tínhamos sobre Brasil. Tinha mos, por exemplo, uma idéia de que os índios estavam restritos à Amazônia, como índios isolados, que pouco influenciavam no conjunto da vida nacional. Mas hoje te mos grupos que se consideram indígenas pipocando em todo país, alguns deles inclusive urbanos. índios no Nordeste e índios até no Sul, que era considerada uma região de colonização européia. Os quilombolas também surgem em todo o país. Essas manifestações são surpreendentes, embora vistas como estranhas e falsas.
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€ Vistas assim pelos seus próprios colegas...
OTAVIO: É curioso, porque o cientista social sabe que toda realidade social é construída. A pergunta que faço é: por que aceitamos este princípio geral de que a nação é uma construção histórica e, quando nos deparamos com estas construções de identidade indígena ou quilombola, não aceitamos? Não vamos aceitar só porque não cobrem uma visão que tínhamos de Brasil? A idéia que tínhamos de um Brasil mestiço não pode ser utilizada para não enxergarmos fenômenos que escapam desta imagem.
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€ O ponto mais crucial do debate interno é mesmo, a política de cotas raciais?
OTÁVIO: Esse debate tem si do interessante justamente porque dividiu a antropologia brasileira. Mas não é só ela. Fomos obrigados, a meu ver, a fazer uma discussão produtiva a respeito das representações que tínhamos de Brasil, questionando até que ponto este papel da antropologia na construção de certo tipo de imagem de Brasil continua sendo produtivo para o fazer antropológico. Hoje, temos de ser capazes não só de introduzir como objeto de nossos estudos, mas também como interlocutores, novos atores sociais, como, por exemplo, os chamados movimentos sociais, que questionam os limites da nacionalidade. A quebra de consenso entre os antropólogos, embora dolorosa, no longo prazo pode ser produtiva.

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Idéia de que "a nação, tal como foi pensada em 30 anos, acabou" provocou divisão na anpocs
Chico Otavio
CAXAMBU (MG).
Na subida da Serra da Mantiqueira, no ônibus que o levava a Caxambu, um grupo de jovens antropólogas brincava de fazer perguntas mútuas.Somava pontos aquela que conseguisse "construir um consenso". Horas depois, elas chegavam ao 31º Congresso da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). E, no debate para valer, tudo aquilo que elas e seus colegas não conseguiram fazer na estação das águas mineira foi construir consensos. No ano em que a Anpocs comemora o 32º aniversário, a antropologia enfrenta uma profunda crise, que opõe duas correntes em torno das novas formas de se pensar a formação da nação.

Logo no primeiro dia do congresso, que reuniu cerca de 1.500 antropólogos, sociólogos e cientistas políticos, um polêmico discurso pôs lenha na fogueira. Professor emérito da UFRJ e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o antropólogo Otávio Velho anunciou que a nação, tal como fora pensada nos últimos 30 anos, havia acabado. Disse que a antiga fórmula de pensar o país, razão do prestígio que a antropologia brasileira alcançou, tornou-se aos poucos uma armadilha para os cientistas, por não levar em conta "a diversidade que se multiplica de forma vertiginosa pelo país". Na ditadura, idéia era oferecer resistência à militarização. Otávio Velho se referiu ao modelo de nação elaborado pela antropologiadurante a ditadura militar. Na época, a idéia era oferecer resistência à militarização e, ao mesmo tempo, entender as profundas distâncias sociais na formação nacional. Para pesquisadores como Darcy Ribeiro, as três matizes étnicas (índios, negros e brancos), ao mesmo tempo em que se enfrentavam, se fundiam, fazendo surgir uma nova estrutura social no Brasil. Era, de certa forma, a aposta do mito da universalidade. Segundo Velho, a fórmula agora está restrita demais para dar conta das novas representações sociais, como gays, quilombolas e índios destribalizados, cuja existência "foi além das fronteiras que imaginávamos ser a nação". A reação não tardou. No dia seguinte, antes de iniciar sua apresentação sobre segurança, a antropóloga Alba Zaluar, da UERJ refutou a provocação:- Como Otávio pode dizer que a nação acabou e, agora, só restam os indivíduos, atomizados? Continuo elegendo os meus representantes, pagando as minhas contas e aturando os serviços públicos, como qualquer brasileiro. Portanto, temos ainda uma nação. A construção da nação não terminou. A crise começou há dois anos, quando uma corrente liderada pela antropóloga Yvonne Maggie, da UFRJ, lançou manifesto contra a Lei das Cotas Raciais. Em linhas gerais, dizia que o Estado não poderia assumir o papel de definidor da cor da pele, porque a última experiência mundial de diferenciação de pessoas pela cor ocorrera na Alemanha nazista.


Imediatamente, Velho encabeçou outro manifesto para dizer que "a igualdade universal dentro da República não é um princípio vazio, e sim uma meta a ser alcançada".- Este evento dividiu, de fato, os antropólogos. Numa categoria que se orgulhava de ter sido a ciência que criticou o conceito de raça na política social, é estranho ver colegas defendendo este projeto - diz Yvonne. Para evitar o pior, foram excluídos do evento, encerrado quinta-feira, palestras e seminários que pudessem intensificar a crise ao discutir arevisão do conceito de nacionalidade. Participantes contaram que a cisão chegou ao ponto de antropólogos virarem a cara para colegas nos corredores do Hotel Glória de Caxambu, sede do evento. - Não estaria embutida neste projeto de revisão da nacionalidade umaposição orquestrada por determinado partido político? provocou. A professora Mirian Grossi, da Universidade Federal de Santa Catarina, prefere não falar em crise na antropologia. Para ela, o projeto de nação não acabou: - O que acabou foi a idéia de unidade cultural, durante muito tempo opensamento social brasileiro.

LIVROS DIDÁTICOS TÊM MUITOS E GROSSEIROS ERROS SOBRE A ÁFRICA

Pesquisa: livros didáticos têm erros sobre a África
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Um pesquisa realizada no Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) com base em livros didáticos sugere que o ensino da história da África e ainda está longe do ideal.
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Segundo as conclusões do estudo, os livros didáticos exercem papel importante na manutenção de um estereótipo de caos social e econômico predominante na África. Durante dois anos, o historiador Anderson Oliva analisou capítulos específicos sobre a história da África anterior ao século XIX em manuais escolares destinados aos quatro últimos anos do ensino fundamental (5ª a 8ª séries). Das oito obras, quatro fazem parte da lista que o Ministério da Educação (MEC) indica para as escolas públicas e outros quatro são adotados por escolas privadas. De acordo com Oliva, os principais problemas estão nas "simplificações e generalizações que recaem em erros". Com isso, segundo o pesquisador, mantêm-se as idéias e imagens sobre o continente e suas populações, além de reforçar a crença de que a África não possui relevância para a história da humanidade. No levantamento, um dos problemas mais apontados é a divisão do continente ao sul do Saara em apenas dois grandes conjuntos de povos. "Séculos de história e centenas de grupos étnicos são identificados apenas como os bantos e os sudaneses", exemplifica. A tese afirma que essa divisão erra ao utilizar unicamente o critério das línguas faladas na região em questão. "É como se tratássemos toda a América Latina como uma sociedade igual", compara o pesquisador. Para ele, uma alternativa a tal critério seria evidenciar as complexidades e diversidades da África Negra, como referências às centenas de grupos étnicos que podem ser encontrados ao longo dos séculos.
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Visão "Eurocêntrica"
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De acordo com o levantamento realizado por Oliva, entre os livros analisados, o número de páginas destinadas à história da África é significativamente menor que o de outros assuntos. Os capítulos que tratam de temas como Europa Medieval, Absolutismo Monárquico, Renascimento Cultural e Construção do Pensamento Moderno Ocidental ocupam entre 15 e 20 páginas e vasta bibliografia. Já a história da África é, quase sempre, abordada em um único capítulo que varia de 10 a 15 páginas, e com uma literatura de apoio restrita, alerta Oliva. "Isso mostra que o ensino da disciplina ainda segue a visão `eurocêntrica` ." Apesar de todos os livros analisados serem novos - foram editados entre 1998 e 2000 - a pesquisa identifica um distanciamento entre os conteúdos dos manuais e a recente produção historiográfica. Para o estudo, isso demonstra "continuidade dos olhares coloniais". Oliva destaca ainda um outro problema: o fato de o Brasil ter poucos cientistas que estudam a história, a arte ou a literatura daquele continente.
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Legislação
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Oliva faz ainda ressalvas à funcionalidade da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história da África e dos afro-brasileiros na educação básica. Segundo ele não foi implantada uma política específica para preparação de professores. "Nem todas as universidades oferecem disciplinas sobre o tema em cursos de graduação para os professores. E algumas das que oferecem, não o fazem dentro do currículo obrigatório, apenas como disciplina optativa."
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Onde o Brasil acerta
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Em meio aos erros, algumas iniciativas foram elogiadas pelo historiador. Ele afirma que muitos autores de livros didáticos optaram por não utilizar imagens de negros escravos.
Outros ainda chamam a atenção dos alunos para as representações feitas dos africanos pelos europeus: a mudança da fisionomia dos africanos, de seus gestos, roupas e comportamentos, que recebem feições européias. Ou ainda destacam aspectos dos padrões artísticos, sociais, políticos e as visões de mundo de algumas sociedades africanas, permitindo aos alunos criar uma intimidade maior com o continente. E o pesquisador vê com otimismo os rumos desse segmento. De acordo com Oliva, editoras brasileiras têm se esforçado para fazer uma abordagem maior sobre o assunto. Já foram feitos livros paradidáticos, uma espécie de complemento aos livros que possuem falhas no tema. "É uma forma de preencher a lacuna de anos na educação, mas ainda não é o ideal", reconhece Oliva.

SÉRIE ENTREVISTAS (2): EIXO 2 - MOVIMENTO DOS SEM UNIVERSIDADE - ENTREVISTADO LEONARDO

MAIS UMA ENTREVISTA DA BATERIA DE ENTREVISTAS COM OS GRUPOS, DUPLAS, TRIOS E QUARTETOS DE BOLSISTAS QUE ESTARÃO A TRABALHAR NAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS DENTRO DO CONEXÕES DE SABERES.

O entrevistado agora é o léo, estudante de história e participante do eixo 2 do conexx minas. sua dupla trabalhará, dentro da proposta deste eixo, com os jovens participantes do movimento e da luta em defesa da possibilidade de universidade para todos!
Confira na entrevista esse momento histórico-acadêmico que está marcando a vida desses bolsistas e sujeitos sociais. Confira as propostas e expectativas desses jovens!

entrevista 2: CNX2/MSU

não perca a próxima entrevista, que será com Amador, do eixo 1.

SÉRIE ENTREVISTAS (1): EIXO 2 - TRIO JOVENS RELIGIOSOS - ENTREVISTADO THIAGO

AQUI COMEÇA A BATERIA DE ENTREVISTAS COM OS GRUPOS, DUPLAS, TRIOS E QUARTETOS DE BOLSISTAS QUE ESTARÃO A TRABALHAR NAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS DENTRO DO CONEXÕES DE SABERES.

O primeiro entrevistado dessa série é Thiago, estudante de letras e participante do eixo 2 do conexx minas. seu trio trabalhará, dentro da proposta do eixo 2, com os jovens de religiões de matriz africana. a proposta inicial era trabalhar com jovens de religiões de matriz judaico-européia, mas o percurso foi alterado.
Confira na entrevista esse momento histórico-acadêmico que está marcando a vida desses bolsistas e sujeitos sociais. Confira as propostas e expectativas desses jovens!
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entrevista 1: CNX2/REL
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a próxima será com a dupla do eixo 2 que trabalhará com o MSU.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Cocktail Party - Mário Quintana

Não tenho vergonha de dizer que estou triste,
Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas:
Estou triste por que vocês são burros e feios
E não morrem nunca...
Minha alma assenta-se no cordão da calçada
E chora,
Olhando as poças barrentas que a chuva deixou.
Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.
Na minha cara há um vasto sorriso pintado a vermelhão.
E trocamos brindes,
Acreditamos em tudo o que vem nos jornais.
Somos democratas e escravocratas.
Nossas almas? Sei lá!
Mas como são belos os filmes coloridos! (Ainda mais os de assuntos bíblicos...)
Desce o crepúsculo
E, quando a primeira estrelinha ia refletir-se em todas as poças d'água,
Acenderam-se de súbito os postes de iluminação!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Tem gente que dá o sangue mesmo!!!

Sem sacanagem... Não tem como não dar uma zoada e morrer de rir... Nada contra o sujeito, o engraçado é a situação...

Você conhece o Ibase?

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), criado em 1981, é uma instituição de utilidade pública federal, sem fins lucrativos, sem vinculação religiosa e a partido político. Sua missão é a construção da democracia, combatendo desigualdades e estimulando a participação cidadã.

  • Objetivos institucionais
    Contribuir para uma cultura democrática de direitos
    Fortalecer o tecido associativo na sociedade civil
    Ampliar a capacidade de incidência em políticas públicas
  • Projetos
    Alternativas democráticas à globalização

    A busca por propostas que se contraponham à globalização neoliberal e que permitam criar uma ordem mais justa, que leve em conta os direitos humanos para todos e todas, tem sido um dos principais investimentos do Ibase ao longo de sua existência.Saiba mais
    Democratização da cidade
    Nesta frente, reúnem-se esforços para ampliar os espaços de participação da sociedade no meio em que vive. Nosso objetivo é criar as condições necessárias para que diferentes vozes, principalmente a de setores excluídos, possam se expressar, imprimindo a sua marca no espaço urbano.Saiba mais
    Economia solidária
    Buscamos identificar e fazer valer direitos relativos ao trabalho autônomo, não assalariado, cooperativado e outras formas laborais, em especial o trabalho associado. Saiba mais
    Fórum Social Mundial
    O Ibase está profundamente envolvido com o processo Fórum Social Mundial (FSM), desde a primeira edição, em 2001, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A instituição integra importantes instâncias que compõem o FSM, como o Secretariado e o Comitê Internacional. Além disso, coordena e acompanha pesquisas de levantamento de perfil de participantes do Fórum.Saiba mais
    Monitoramento de políticas públicas
    Contribuir para a democratização de políticas públicas e estimular o debate social sobre estratégias de desenvolvimento nacional, com ênfase na radicalização da democracia e ampliação de direitos, são algumas das prioridades do Ibase.Saiba mais
    Responsabilidade social e ética nas organizações
    Consolidar parcerias entre organizações sociais no Brasil e demais países da América Latina, com a cobrança de postura ética, práticas responsáveis e transparência no meio empresarial e nas organizações da sociedade civil está entre nossos objetivos.Saiba mais
    Segurança alimentar
    O Ibase trabalha o tema Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) com a perspectiva do direito humano à alimentação.Saiba mais

CONEXÃO AUDIO: IDENTIDADES COLETIVAS.. DEBATE DA REUNIÃO DO DIA 24/10/007

OLÁ!

para aqueles que faltaram à ultima reunião do EIXO 2, e para quem quer entender um pouco mais a respeito das identidades coletivas, acesse AQUI a explicação dos termos RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO, RELAÇÕES DE OPRESSÃO, IDENTIDADES COLETIVAS, MOVIMENTOS SOCIAIS.


ARQUIVO EM AUDIO PARA BAIXAR (aprox. 3,5 mb): id.coletiva-manu

terça-feira, 23 de outubro de 2007

PROPOSTA DE CONEXÃO: MARIA RITA KEHL


COFIRA VÁRIOS TEXTO DA PSICANALISTA MARIA RITA KEHL AQUI!


SEMINÁRIO SOBRE DIVERSIDADE CULTURAL E INCLUSÃO SOCIAL

O Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes promoverá de 22 a 25 de outubro o Seminário: "Diversidade Cultural e Inclusão Social na Educação Tecnológica", sempre às 19: 00 horas no auditório do campus VI, na Av. Amazonas, 5855. Tel.: 3379-3002


Programação:

Segunda feira - 22/10 - Diversidade cultural, dimensões étnico-raciais e currículo multicultural
Profa Dra Antônia Vitoria Soares Aranha - FAE/UFMG
Profa Dra Silvani dos Santos Valentim - CEFET-MG

Terça feira - 23/10 - juventudes, suas culturas e as relações com a escola
Carla Linhares Maia - Observatório da Juventude-FAE/UFMG

Quarta feira - 24/10 - Os portadores de necessidades especiais e a educação tecnológica - NAPNEE/CEFET-MG

Quinta feira - 25/10 - Os portadores de necessidades especiais e a educação tecnológica - NAPNEE/CEFET-MG

CONEXÕES SINÁPTICAS: INTELIGÊNCIA: GENÉTICA X AMBIENTE? ÁFRICA GENETICAMENTE INFERIOR?

Watson se desculpa por declaração racista


Co-descobridor da estrutura do DNA afirma, no entanto, que questionar bases genéticas da inteligência não é racismo


O geneticista americano James Watson pediu desculpas ontem por declarações racistas dadas a um jornal britânico, que despertaram uma enxurrada de críticas no mundo inteiro.
Em entrevista nesta semana ao “Sunday Times”, Watson, co-descobridor da estrutura do DNA, disse ser “inerentemente pessimista em relação ao futuro da África” porque “todas as nossas políticas sociais são baseadas no fato de que a inteligência deles é igual à nossa -quanto todos os testes dizem que não é bem assim”. Não explicou que testes são esses.
Ontem, Watson escreveu um artigo para o jornal “The Independent” dizendo ter sido mal interpretado. “Àqueles que inferiram das minhas palavras que a África enquanto continente é de alguma forma geneticamente inferior, só posso me desculpar sem reservas.”
No entanto, o cientista, de 79 anos, insistiu que questionar as bases genéticas da inteligência “não é ceder ao racismo”.


Leia aqui o artigo




CONFIRA TB, NO BLOG "GERAÇÃO PERDIDA" DE 17 DE OUTUBRO...



"Brancos são mais inteligentes que os negros"


James Watson, distinguido com o Nobel da Medicina em 1962, defende a teoria de que há diferenças de inteligência entre brancos e negros.Os negros são menos inteligentes que os brancos". A teoria é defendida pelo conceituado biólogo James Watson, detentor do Nobel da Medicina em 1962 pela descoberta da estrutura molecular do ADN. As suas declarações foram publicadas numa reportagem do Sunday Times e já estão a gerar polémica.Para o cientista, de 79 anos, "toda a nossa política social é baseada no facto da inteligência dos africanos ser igual à nossa, embora todas as experiências nos digam que não é bem assim". Para completar a sua teoria, James Watson, que é o responsável pelo prestigiado laboratório Cold Springs, acrescenta que "embora desejasse que todos fossemos iguais, quem tem de lidar com empregados negros sabe que tal não é verdade".Em vésperas de publicar mais um livro, intitulado "Avoid Boring People: Lessons from a Life in Science", o cientista confessou estar desejoso que os cientistas possam deixar de dizer apenas o que está politicamente correcto.Steven Rose, também especialista em biologia, diz que "estamos perante o maior escândalo" de James Watson e censura que as suas teorias entrem em "terrenos tão racistas". A Comissão para a Igualdade e Direitos Humanos também já anunciou que vai avaliar "a fundo" as declarações do cientista.A polémica já não é uma novidade no percurso de Watson, que em 1997 chegou mesmo a afirmar que, caso fosse descoberto que a homossexualidade está gravada nos genes, as mães dessas crianças deveriam poder abortar. Tudo porque "todas elas gostariam de um dia poder ter netos".


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

ANIVERSÁRIO DO TIAGO DO CONEXX

VC está oficialmente convidado(a) para comemorar e bebemorar meu niver no dia 27 na CASA de SAMBA RECICLO, a partir das 22h.Pq vc é muito especial pra mim..

Endereço: Av do Contorno, 10.564 - Ao lado do Socor (Barro Preto) 3295-3378 Belo Horizonte _MG_

Aos sábados, a partir das 22h, se apresenta o grupo Fidelidade Partidária, comandado por Marcelo Roxo. Couvert a R$8,00 (masculino) e R$7,00 (feminino).

Conto com a sua PREsença!!!!

Thiago

*Dúvidas me liguem : 87450817 // 34742947

MCDONALD'S: O JOGO CIBERATIVISTA

sinistro... e muito divertido!



Então, vc já ouviu aquela expressão "destruir o sistema por dentro"? Então, essa forma de ativismo é debatida em um artigo pela Camila Wenzel e Dimas Filho, ambos da UFJF, ao tratarem do mais novo e instigante game da net: o jogo do McDonald's!!

O resumo do trabalho é este: "Este trabalho apresenta a hipótese das plataformas dos jogos eletrônicos serem utilizadas no ativismo global via hipermídia, através do estudo do McDonald’s Videogame. Procuramos estudar a proliferação de signos na hipermídia, os jogos online e o atual ativismo global para descobrir se usuários da hipermídia e/ou jogos eletrônicos conseguem visualizar o caráter ativista do jogo". Não acredita, confira o trabalho aqui!

Ainda não acredita, confira aqui o jogo do ROnald Mc'Donald. Vc tem um dever: manter todo o processo produtivo de uma franquia do palhaço do hamburguer.... Não falhe senão...

http://www.mcvideogame.com/index-por.html

DIREITO HOMOAFETIVO: ASPECTOS JUDICIAIS, EXTRAJUDICIAIS E ADMINISTRATIVOS (SÃO PAULO)

DIREITO HOMOAFETIVO: ASPECTOS JUDICIAIS, EXTRAJUDICIAIS E ADMINISTRATIVOS (SÃO PAULO)
Coordenação
Desembargadora Maria Berenice Dias
Horário
19h
Carga horária
8 horas - aula

Programa

Objetivo· Acompanhar a jurisprudência do Direito Homoafetivo;
· Trazer os fundamentos constitucionais e legais para a defesa dos direitos decorrentes da diversidade sexual;
· Traçar um panorama das questões da diversidade sexual no âmbito legal e administrativo;
· Destacar os avanços no campo médico e legal das pessoas transexuais;
· Elaborar contratos de convivência e testamentos para preservação dos direitos das uniões homoafetivas;
· Debater os aspectos da adoção homoparental.

Público-AlvoProfissionais da área do direito, participantes de entidades públicas e não governamentais que trabalham com a diversidade sexual.

Dia 26/11 - segunda-feiraTema: O reconhecimento do Direito Homoafetivo pelo Poder Judiciário
Desa. Maria Berenice Dias
Dia 27/11 - terça-feiraTema: A defesa da diversidade sexual em sede administrativa e no âmbito do Poder Público
Dr. Dimitri Sales
Dia 28/11 - quarta-feiraTema: Aspectos notarias e registrais da diversidade sexual
Dr. Christiano Cassettari
Dia 29/11 - quinta-feiraTema: Fundamentos constitucionais para a adoção e para o reconhecimento das uniões homoafetivas
Dra. Viviane Girardi

LocalAssociação dos Advogados de São Paulo.Rua Álvares Penteado, 151 - Centro-SP

Taxas de inscrição
Associado: R$ 60,00Estudante de graduação: R$ 75,00Não associado: R$ 140,00

sábado, 20 de outubro de 2007

Um pouco de literatura...

CALVINO, Ítalo. As Cidades Invisíveis. Tradução: Diogo Mainard. 2ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

Pág. 32
As cidades e o desejo

No centro de Fedora, metrópole de pedra cinzenta, há um palácio de metal com uma esfera de vidro em cada cômodo. Dentro de cada esfera, vê-se uma cidade azul que é o modelo para uma outra Fedora. São as formas que a cidade teria podido tomar se, por uma razão ou por outra, não tivesse se tornado o que é atualmente. Em todas as épocas, alguém, vendo Fedora tal como era, havia imaginado um modo de transformá-la na cidade ideal, mas, enquanto construía o seu modelo em miniatura, Fedora já não era mais a mesma de antes e o que até ontem havia sido um possível futuro hoje não passava de um brinquedo numa esfera de vidro.
Agora Fedora transformou o palácio das esferas em um museu: os habitantes o visitam, escolhem a cidade que corresponde aos seus desejos, contemplam-na imaginando-se refletidos no aquário de medusas que deveria conter as águas do canal (se não tivesse sido dessecado), percorrendo no alto baldaquino a avenida reservada aos elefantes (agora banidos da cidade), deslizando pela espiral do minarete em forma de caracol (que perdeu a base sobre a qual se erguia).
No atlas do seu império, ó Grande Khan, devem constar tanto a grande Fedora de pedra quanto as pequenas Fedoras das esferas de vidro. Não porque sejam igualmente reais, mas porque são todas supostas. Uma reúne o que é considerado necessário, mas ainda não o é; as outras, o que se imagina possível e um minuto mais tarde deixa de sê-lo.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

“O CAPITALISMO ACADÊMICO ESTÁ ENTRANHADO NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA”

é galera.... e alguns que pensavam que isso só acontecia com os professores de escolas públicas fundamental e médio...
essa polivalência resulta na desvalorização do trabalho docente, porque "esse processo vai alienando o professor de sua atividade e ele já nem mesmo planeja suas aulas". Denise alerta que com o grande rol de atividades que o professor tem que desenvolver hoje, " o ensino tem se transformado numa atividade marginal

“O capitalismo acadêmico está entranhado na universidade brasileira”. A afirmação é do professor Lucídio Bianchetti, durante sua participação na conferência “Produtivismo acadêmico, produção do conhecimento e alienação do trabalho docente”, realizada anteontem (15/10) pelo ANDES-SN na TV Comunitária de Brasília, com transmissão via internet.
Bianchetti é professor da Universidade Federal de Santa Catarina “ UFSC e organizador, junto com Elisa Maria Quartiero, do livro “Educação Corporativa: Mundo do Trabalho e do Conhecimento: Aproximações”.
Ele criticou o modelo corporativo adotado não somente nas instituições particulares de ensino, mas também nas públicas, inclusive o modelo de avaliação adotado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior “ Capes. “Não somos contra a avaliação, mas, sim, contra esse modelo de avaliação que prioriza a quantidade e não a qualidade de artigos publicados, que trouxe o conceito empresarial de produtividade para dentro da universidade, ao qual a liberação dos recursos está subordinada. Isso faz com que o sentido da educação deixe de existir”, afirmou Bianchetti.
O professor alertou para os efeitos que esse modelo produtivista traz para a saúde física e mental dos professores e destacou que muitos docentes, hoje, não têm mais vida social porque precisam atender a demandas cada vez maiores, impostas pela política educacional brasileira. “FHC e Paulo Renato passaram e vemos que a empresa dentro da universidade passou de uma política de governo para uma política de Estado”, afirmou.
Autora do livro “Revolução no Trabalho”, a psicóloga Denise Vieira da Silva Lemos, doutora pelo Núcleo de Psicologia Social da Universidade Federal da Bahia-UFBA, disse que a universidade brasileira vive uma crise financeira, de identidade e na sua estrutura interna, que tem como eixo a perda de sua autonomia. “Hoje, o professor luta para sobreviver. Além do ensino, tem que fazer pesquisa e extensão e, às vezes, ser um bom administrador e, mais recentemente, um bom captador de recursos financeiros”, declarou.
Para a psicóloga, essa polivalência resulta na desvalorização do trabalho docente, porque “esse processo vai alienando o professor de sua atividade e ele já nem mesmo planeja suas aulas”. Denise alerta que com o grande rol de atividades que o professor tem que desenvolver hoje, “o ensino tem se transformado numa atividade marginal”.
Para ela, a conseqüência mais crítica desse modelo empreendedor é a perda da capacidade crítica da universidade. “Ética, crítica e política ficam de fora desse sistema. O professor fica sendo o depositário dessas tensões e acaba perdendo a autonomia sobre sua atividade, quando a autonomia é o principal elemento de atratividade da carreira. No entanto, na minha pesquisa, vi que, hoje, ela está reduzida à autonomia em relação à sala de aula, somente”.
Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, destacou que as políticas do governo brasileiro visam primordialmente à melhoria dos indicadores quantitativos da educação sem que haja uma preocupação real com a qualidade do ensino que tem sido proporcionado aos brasileiros. “Todas as demandas empresariais para a educação são de aligeiramento na formação”, afirmou.
Rizzo também criticou os sistemas de avaliação e financiamento, que levam ao individualismo. “A escassez de recursos exige alta produtividade dos professores, e essa lógica individualiza todas as responsabilidades. Não há futuro para a universidade na individualização. A saída para a universidade brasileira é a garantia de recursos públicos e de autonomia”, defendeu.

MANIFESTAÇÃO DA VIA CAMPESINA EM GV-MG

NOTA À IMPRENSA E À SOCIEDADE - BH, 18/10/2007 (quinta-feira) , às 8:40hs.
Hoje, dia 18/10/2007, quinta-feira, pelo terceiro dia consecutivo, cerca de 300 membros da Via Campesina CONTINUAM BLOQUEANDO a estrada que dá acesso ao CANTEIRO DE OBRAS DA HIDRELÉTRICA E BARRAGEM DE BAGUARI, em GOVERNADOR VALADARES.
Carretas, caçambas, tratores e diversos outros tipos de máquinas pesadas não podem entrar no canteiro de obras devido ao bloqueio da estrada a 1 Km da Usina Hidrelétrica e da Barragem de Baguari.
A maior parte dos 500 trabalhadores diários que estavam trabalhando na construção da Usina hidrelétrica e da barragem de Baguari estão impedidos de entrar para continuar as obras. Somente alguns trabalhadores entram a pé, pelo mato, para algum tipo de serviço dentro do canteiro de obras.
A ocupação é por tempo indeterminado. Será mantida até que as reivindicações sejam atendidas.
O Superintendente do INCRA, em MG, Marcos Helênio assumiu o compromisso de, amanhã (dia 19/10, sextaj-feira) , às 9:30hs se reunir, lá no local do bloqueio, com os 300 militantes que fazem o bloqueio da estrada, próximo ao canteiro de obras.
Esperamos também a presença de autoridades do Governo Estadual, do Consórcio Baguari e do Governo Federal para que possam conversar com a Via Campesina e encaminhar nossas reivindicações que são:
1) A paralização da construção da hidrelétrica e da barragem de Baguari, em Governador Valadarees, assim como pede em Ação Civil Pública o Ministério Público Federal.
2) O assentamento das milhares de famílias Sem Terra de Minas Gerais atingidas por barragens no estado.
3) Mudança no modelo energético. Água é um bem comum, não pode continuar sendo tratada como mercadoria.
4) Realização da Reforma Agrária pelos Governos Federal e Estadual e apoio decidido à agricultura familiar com adubação orgânica e agroecológica. Por que investir 50 bi de reais no agronegócio e somente 10 bi de reais na agricultura familiar, sendo que esta produz 70% dos alimentos que chegam à mesa do povo brasileiro?
5) Interrupção da monocultura do eucalipto na região, pois está gerando um grande deserto verde, com danos sociais e ambientais enormes.
6) A presença no local de Superintendente do INCRA/MG, do IBAMA, Secretaria do Meio Ambiente de MG, de Manoel Costa, secretário Extraordinário de Reforma Agrária em MG.
Telefones de contato para maiores informações com representantes da Via Campesina na região de Governador Valadares, presentes lá no local do bloqueio:
Padre José Leão: (33) 8418 4544 ou (33) 9981 4013 ou (33) 32361209.
Vaninha: tel. (033) 99594364
Marili: tel. (33) 88096119
Lúcio: (33) 84090943
Cristiano: (38) 99432143


...CHUVA (?)


"Há que se existir sem sede como a chuva. Crina e cauda de nuvem em relâmpago e galope, destilando Macios espinhos de cristais. Chicote acariciando pétalas, pontuando flores na superfície dos mares . Desprender se pautando o nada . Enxaguar cansaços e entremear-se, sem incomodo, nos poros da terra. Regar raízes e outros mistérios Sigilosos do nascimento, Silenciosamente. "

CONEXÃO TEORICA: OTÁVIO VELHO: À CATA DAS COTAS

OTÁVIO VELHO



GALERA, recebi um email do antropólogo otávio velho, sobre o novo texto dele, é muito interessante...





"Prezado Diogo

Queria lhe dizer que saiu um artigo meu sobre a questão das cotas na revista Inteligência. Está disponível em http://www.insightnet.com.br/inteligencia sob o título "`A Cata das Cotas".

Abraço,

Otávio Velho."

MEP- MOVIMENTO EVANGÉLICO PROGRESSISTA


Carta Conclamação dos participantes do Seminário de Políticas Públicas de Juventude (Brasília)



Políticas públicas de juventude: momento de participação!


"Nós - jovens evangélicos de onze diferentes denominações e provenientes de 12 unidades dafederação, atuantes em nossas igrejas e/ou emorganizações evangélicas de juventude -conclamamos os jovens e as jovens evangélicas aparticiparem dos processos relacionados às discussões sobre as Políticas Públicas deJuventude em curso no Brasil neste momento.Ao olharmos para a Igreja Evangélica Brasileirapercebemos um enorme potencial para atransformação social. De certa forma, a afirmação de que o jovem contemporâneo é apático em relaçãoa qualquer tipo de organização, não se aplica àjuventude evangélica. É notável a importância quea igreja dá aos jovens, dando-lhes ministérioscomo o de louvor e adoração, diaconia, etc. Porém, é preciso que nossas igrejas percebam acapacidade de cada jovem em ser uma agente detransformação. Deus nos chama para sermosprofetas em meio a um mundo extremamente desigualeconomicamente, culturalmente e religiosamente. A juventude evangélica não pode restringir suaparticipação à organização eclesial; é precisoarregaçar as mangas e amar cada brasileira ebrasileiro, reconhecendo neles a imagem de Deus."


PARA SABER MAIS, CLIQUE AQUI


CONEXÃO: REDE FELCO MINAS - CONHEÇA E CONECTE-SE


FELCO – Redes que Mobilizam

Criar uma frente de cultura para formação de público no audiovisual da América Latina é uma das intenções do FELCO – Festival Latinoamericano da Classe Obrera. Para tal objetivo é preciso a criação de diversas REDES que una coletivos exibidores, produtores e difusores da cultura militante, com atividades que estejam ligadas ao cinema, à música, ao teatro, às artes visuais e à democratização do processo produtivo cinematográfico. É necessário explicar o que a REDE FELCO pretende; e a que ela se destina: agregar todos os artistas populares de forma que eles se fortaleçam nas produções culturais, naquilo que é modificador da sociedade que estamos inseridos.
É importante salientar que não há grupos que representam "O FELCO", há grupos que fazem parte da REDE FELCO. Nesse sentido, em âmbitos da nossa localidade, Belo Horizonte, estamos traçando uma panorâmica dessa Rede em busca de novos colaboradores e militantes que queiram de fato agregar experiências, lutar por uma educação pela arte e pelo cinema, levar o festival para os inúmeros guetos que o desconhecem de forma organizada e democrática. É fato que inúmeros grupos e coletivos surgirão nesse intuito graças à urgente necessidade de desbravar o mundo inebriado pela cortina de fumaça capitalista. É dever daqueles que têm a verdade como princípio norteador de vida afastar toda e qualquer tentativa de oportunismo e aproveitamento das lutas do povo latino em benefício próprio. É dever dos agentes culturais já envolvidos nesse processo e daqueles outros ainda futuros, que estão para chegar, dar vazão à originalidade do cinema latino sertanejo lutador emancipatório de nosso corajoso povo.

Usar as artes na formação política pela conscientização daquilo que nos rodeia é função primordial da REDE FELCO, pois acreditamos que arte não é mercadoria, ela é a tradução de um pensamento e deve andar junto com o cenário real, social e político do povo a que retrata, do mundo onde acontece. Ainda vivemos em regime capitalista. Nele, existe uma linha tênue entre o paternalismo estatal com sua política de migalhas e o real sentimento de dever quando se busca fomento às artes por acreditar que elas são de direito de todos. Diversos são os desafios que estão apresentados à Rede FELCO. Em BH, o principal deles é a articulação consciente das ações da Rede FELCO MINAS. Nesse sentido, é urgente que prossigamos no diálogo franco e maduro, tomados pela urgência do FELCO, pela extrema urgência em tomar de assalto o senso comum midiático que origina a alienação de nosso povo. Precisamos então chegar até os principais atores sociais que norteiam o Festival Latinoamericano da Classe Obrera.

O Poder Público instituído está ameaçado. Ele sobrevive somente porque propagandeia a política do medo e da subserviência. Esta gerência que governa estados, cidades e países priva todos da verdade e da consciência por se ver ameaçado pelas manifestações artísticas mais originais e pela herança combativa de nossos ancestrais negros, índios e cafuzos , quando é nelas que está o caminho para a liberdade de um povo e da nação.

Resgatar/Criar/Recriar

No FELCO, o cinema veio como primeira arte do processo, mas ele é apenas uma forma de expressão e de acesso a toda a extensão artística produzida e inventada todos os dias pelos atores sociais latino americanos. A imagem é somente uma delas. Porém, precisamos falar da nossa história, de nosso folclore, de nossa raiz, daquilo que nos faz e que fizeram nossos antepassados, pois um povo sem história não aprende lutar, não cria independência, não se vê como povo, não se identifica como nação. Falar de nosso território latino, olhar para dentro de nossas origens e tomar de nosso próprio sangue é nos nutrir de coragem e força para seguir em frente, é entender que a história tem valor para se criar o novo, para reinventar um cinema, para mostrar uma gente de olhares contundentes e saberes milenares.

Convocatória REDE FELCO Minas
Grupos de Belo Horizonte

Estamos convocando para a reunião a acontecer no dia 20 de outubro de 2007, sábado, às 16 horas, em Belo Horizonte , à Av. Afonso Pena, 1.535, no pátio interno do Palácio das Artes. Esta reunião tem por objetivos compartilhar as ações de realização do Festival Latino Americano da Classe Obrera em Minas Gerais e propor uma organização horizontal para compor a frente de produção da Mostra Especial Felco Humberto Mauro - 2008, em Belo Horizonte.

Esta convocatória se destina aos coletivos realizadores locais que colaboraram diretamente na produção e execução do Festival em BH nas edições 2006 e 2007. Aos convocados respalda-se o direito de, futuramente, após a reunião de organização, convidar novos coletivos a integrarem a realização da Mostra HM e compor a Rede Felco Minas.

A pauta a ser discutida nesta reunião estará aberta até o inicio da mesma, com destaque para as seguintes demandas:


– Mostra Especial Felco Humberto Mauro 2008

– Calendário de Mostras Itinerantes 2007 - 2008

– Resoluções de outubro em São Paulo

– Rede Felco Minas

Programação da Reunião

16:00 –Credenciamento

16:15 – Fechamento da Pauta e Informes Gerais

16:30 – Discussões dos Objetos de Pauta
18:00 – Sistematização e Encaminhamentos

18:30 – Leitura da Ata e Retificações

19:00 – Encerramento

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

ANTI-ESPECISMO, VC CONHECE ESSA LUTA?


Especismo


O especismo é uma discriminação muito arraigada culturalmente e não tão reconhecida socialmente. Baseia-se na diferença de espécie. De modo similar ao sexismo ou ao racismo, a discriminação especista pressupõe que os interesses de um indivíduo são de menor importância pelo mero feito de se pertencer a uma determinada espécie.


O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros.O sexismo é a discriminação ou tratamento indigno a um determinado gênero, ou ainda a determinada identidade sexual. Considera-se um sexo superior ao outro.


Temos total liberdade para fazer nossas escolhas, mas obrigação de saber o que está acontecendo. Não julgue, busque sempre as informações com isenção e imparcialidade. Podemos evitar um grande sofrimento que não está diante dos nossos olhos, mas que é cada dia mais presente em nossa realidade.


Daniel Unkboy

JOVENS, VIOLENCIA E URBANIZAÇÃO 2- REINO UNIDO

Reino Unido enfrenta crescimento de gangues e da violência armada


10 de outubro de 2003 –
O aumento do número de mortes relacionadas a gangues juvenis e a expansão da atividade das gangues para cidades do norte da Inglaterra como Leeds e Bradford está preocupando o Reino Unido. Entre abril e novembro de 2001 foram registradas 15 tentativas de assassinato com armas em Leeds, número equivalente ao total da soma dos cinco anos anteriores, segundo dados publicados no jornal The Guardian.
No dia 05 de outubro, a polícia do Reino Unido anunciou novas medidas de controle de armas, incluindo a aproximação dos laços com as comunidades mais afetadas pelo crime. O Governo, por sua vez, apresentou um projeto de lei ao congresso propondo uma sentença de no mínimo cinco anos de prisão para quem for flagrado portando uma arma ilegalmente.
Ao que tudo indica, a principal causa do aumento da violência armada é a expansão da gangue ‘Yardie’ por todo o Reino Unido. Os Yardies estariam ligados a assassinatos em Londres e outras grandes cidades inglesas, e estariam também reproduzindo a situação das gangues americanas, em que negros matam negros.
O termo ‘Yardie’ remete aos subúrbios pobres de Kingston, capital da Jamaica. Segundo informações da polícia, os Yardies usam mensageiros para levar drogas da Jamaica para a Inglaterra, se aproveitando das rotas de exportações entre a Jamaica e a Colômbia e das regras favoráveis para a imigração internacional.
São freqüentes as notícias na mídia sobre a gangue e sua ligação com crimes e com a utilização de armas de fogo. A Polícia Metropolitana de Londres, depois de resistir ao tema e negar a existência da gangue, implantou a ‘Operação Tridente’ visando atingir o crime e a violência armada, numa estratégia amplamente reconhecida como um esforço para combater os Yardies. A operação consistiu em reunir informações sobre a cultura que cerca armas e drogas e investigar os tiroteios inicialmente no sul de Londres, expandindo em seguida as investigações para toda a cidade.
O jornalista britânico Tony Thompson, que pesquisou o ‘submundo’ da Yardie para seu livro ‘Submundo do crime na Inglaterra’ (Gangland Britain), concluiu, em 1999, que embora a gangue Yardie realmente exista no Reino Unido, sua influência tem sido explorada para além das proporções. Ele estimou em 1999 que o número total de Yardies no país seria entre 80 e 200.
A polícia está alarmada com o aumento do número de gangues originais da Inglaterra e com os ‘copycat gangsters,’ apelido dos jovens britânicos que ‘imitam’ os Yardies, com seu ‘glamouroso’ estilo de usar armas de fogo. Os membros da Yardie são conhecidos por seus carros topo-de-linha , acessórios de ouro e roupas na moda.
A polícia acredita que os tiroteios são menos relacionados a crimes, e mais à cultura da violência. Em 1991 um londrino foi morto a bala depois de pisar no pé de um ‘Yardie’ armado numa boate. No ano passado, em Bradford, um motorista de táxi foi assassinado um dia depois de ter acidentalmente batido com o carro no espelho do carro de um membro da gangue.
O ‘fenômeno Yardie’ no Reino Unido começou nos anos 80 e foi imediatamente associado à chegada do crack e da cocaína ao país. Como em muitas comunidades pobres dos EUA, essas drogas atingem dramaticamente os conjuntos habitacionais para a população de baixa renda, modelo aplicado em toda a Inglaterra.
Muitos jamaicanos imigraram para a Inglaterra e para os Estados Unidos fugindo da pobreza e da violência que prevalecem na ilha. Em Kingston, acontecem em média três assassinatos por dia. As raízes da violência armada remontam aos anos 70, com a agressiva disputa política entre os rivais Partido Nacional do Povo e Partido Trabalhista.
Fontes: Guardian UK, BBC UK, The Observer.

CONEXÕES MUNDIAIS: COLETIVO MÍDIA INDEPENDENTE NO MUNDO

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