quinta-feira, 10 de abril de 2008

PARA REFLEXÔES NOS DIAS DE HOJE..

RE-FLEXÔES SOBRE O CONHECIMENTO, EIXO 2 E ACONTECIMENTOS POLÍTICOS [1]
por diogo oliveira
...Acreditamos que o conhecimento faz parte das práticas de cada grupo social. Ele é sempre parcial e incompleto, sempre situado. E apenas o reconhecimento dessa parcialidade promoverá uma visão objetiva. Mas, será que dizer de onde e para quem se fala, se faz e se transmite conhecimento é falar de um posicionamento? E um posicionamento tendo como base o quê? Em um diálogo entre saberes e multiplicidades de saberes e conhecimentos, entre academia(s) e movimentos sociais (heterogeníssimos), que fundamentos, ideais, sonhos apropriar para um posicionamento? Argumentos como “Um mundo melhor” é genérico demais para se firmar, tentando dizer tudo, não diz sobre cousa alguma. Também elaborações ultra-eruditas não dizem muito, excetos para iniciados às letras, já que, como discutir a possibilidade de uma pós-democracia pós democrática em um contexto[2] onde nem a noção e a vivencia mais liberal, conservadora e reacionária de democracia não conseguiu se efetivar?

A proposta dessa concepção pós-epistemológica de objetividade reside na própria reflexão de objeto-sujeito: só existem numa relação, onde a delimitação do objeto é o conhecimento do sujeito. Delimitar o objeto é evidenciar a relação parcial e política de um sujeito ante a “realidade concreta”. O problema da objetividade é que ela foi concebida como neutralidade axiológica e pressuposto para um cientificismo positivista e absolutista. Em uma nova ontologia do conhecimento, devemos ter a escureza[3] de que a crítica feminista propõe que quando nós “recortamos a realidade” e delimitamos um “objeto”, estamos exercendo uma relação de poder, pois estamos criando esse objeto “a nossa imagem e semelhança”. O que não devemos fazer é como os pais “desumanos” que não reconhecem os filhos e se opõe a qualquer afirmação que evidencie a cor do filho com a cor do pai, os traços do filho com os traços do pai. Ao estabelecermos, em nosso projeto, um objetivo, e um objeto, estamos necessariamente dizendo que utilizaremos de uma objetividade. Qual será? Logo, a escolha da concepção de objetividade determina nosso objeto, nossa relação com esse objeto, nossos objetivos e nossos subjetivos.
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[1] Política tanto no seu sentido lato, onde verificamos as relações hierárquicas e assimétricas de poder na universidade, quanto no seu sentido estrito e instrumental, onde verificamos a atuação das “políticas educacionais” governamentais e estatais e da lógica concorrencial capitalista. [2] Onde uma mescla de escravagismo e autoritarismo ainda reside nas práticas estatais e nas relações hierárquicas de poder.[3] Escureza quer dizer, em um, português parcial, “uma característica daquilo que é inteligível, coerente, não muito complicado de ser entendido”


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