quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PROTAGONISMO JUVENIL, A CRÍTICA E O ARTIGO

Este artigo propôs uma reflexão acerca de novas possibilidades de compreensão da juventude em nossa sociedade, bem como sua condição e inserção política. Percebemos que as possibilidades dos sujeitos sociais e políticos reconhecidos e categorizados como jovens atuarem politicamente na sociedade, dentro ou fora de mecanismos institucionais, são múltiplas. Buscamos identificar os elementos ideológicos que podem estar vinculados a determinados olhares e também ações dirigidas aos jovens no que se refere à sua participação política. O discurso do protagonismo juvenil pode ser um dos mecanismos de manutenção do status quo. Privar, fantasiar ou encenar a participação popular são estratégias fundamentais para que discursos dominantes e (neo) liberais, juntamente com a pobreza, a injustiça, a miséria, as muitas desigualdades e a destruição das possibilidades de compreender o ser e estar no mundo se perpetuem.
Pretendemos, ainda, levantar alguns pontos de reflexão sobre a idéia de emancipação e autonomia da juventude. Impasses são colocados para jovens e estudantes tanto no contato com a definição teórica do termo quanto em sua concretização prática em atividades e produções. No breve resgate bibliográfico construído acima e em nossas discussões de grupo conseguimos apontar para uma insuficiência do discurso do protagonismo como alternativa às mudanças estruturais da sociedade.
A própria experiência dentro do Conexões de Saberes enseja essa discussão sobre o protagonismo juvenil, uma vez que suscita questionamentos sobre o caráter do Programa. Como bolsistas do programa temos a possibilidade ou do simples cumprimento burocrático de um edital ou de fomentar mudanças na estrutura do espaço acadêmico. Os jovens desse Programa, em função de sua inserção social, podem aproximar a relação de saberes e práticas dentro e fora da universidade, de modo a legitimar aqueles deliberadamente preteridos. É também uma possibilidade de tornar visíveis os vários modos de exclusão muitas vezes percebidos no ethos acadêmico, além de acirrar a discussão acerca do acesso e modos de permanência de novos sujeitos na universidade.
Assim, acreditamos ser necessário apontar para uma análise crítica acerca dos modelos de participação política da juventude, onde o jovem aparece como agente individual em detrimento de ações políticas coletivas, que considerem o conflito como elemento fundamental para a constituição de uma democracia radical.

Um comentário:

Anônimo disse...

É fundamental
o protagonismo juvenil na
sociedade conteporânea!