terça-feira, 13 de novembro de 2007

Cresce participação feminina na pesquisa científica brasileira, mas...

 
Cresce participação feminina na pesquisa científica brasileira, mas...
 
site ufmg

Dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) dos últimos cinco anos mostram um cenário de mudanças quanto à participação feminina na pesquisa científica. A perspectiva é de que, no futuro, nos setores em que elas ainda são minoria, a presença das mulheres tenha um aumento significativo.

Do total de bolsistas do CNPq, a participação feminina vem se mantendo em torno de 48%, o que significa a presença de  26.436 bolsistas mulheres, segundo dados de 2006. No entanto, em algumas modalidades, o número de mulheres supera o de homens há alguns anos. Dentre os bolsistas de iniciação científica, as mulheres predominam, representando, hoje, 56%  do total. Em 2006, foram concedidas 9291 bolsas de IC para as mulheres, o que significa um crescimento de 17% nos últimos cinco anos. Cenário igual, encontra-se no Mestrado, onde 52% do total de bolsas são concedidas às mulheres.

Doutoras
Considerando essas bolsas como o início da carreira científica, é possível esperar que futuramente as mulheres estarão mais presentes nas modalidades que representam um nível mais avançado de pesquisador, onde os homens predominam. O crescimento da participação feminina no doutorado ilustra bem essa perspectiva. Nos últimos cinco anos, o aumento de bolsistas mulheres nessa categoria foi de cerca de 37%, igualando-se à participação masculina. Hoje, são 3694 bolsistas mulheres e 3697 bolsistas homens. Da mesma forma, no pós-doutorado, ainda que as mulheres permaneçam em minoria, houve um aumento de 13% do número de bolsistas do sexo feminino em relação ao total de bolsas concedidas, de 2001 a 2006.

Assim, aos poucos, esse avanço na participação das mulheres no ambiente de ciência e tecnologia vem se refletindo na maior presença delas nos níveis mais altos da carreira científica. Em 2006, o CNPq concedeu 23% a mais de bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) para mulheres em relação à 2002. De 2517 bolsas em 2002 para 3096 em 2006. As Bolsas PQ são destinadas a pesquisadores com, no mínimo, título de doutor e alta produtividade científica.

Outros indicadores
Como conseqüência desse crescimento, as mulheres também têm ampliado sua atuação no campo da pesquisa. Além de aumentarem em números, elas vêm assumindo mais responsabilidades. Um exemplo disso, é o aumento de propostas submetidas por mulheres para o Edital Universal, o principal instrumento de fomento à pesquisa do CNPq, destinando recursos a todos os segmentos da comunidade científica. De 2004 a 2006, a demanda feita por pesquisadoras cresceu cerca de 2%, chegando a 41% de propostas submetidas.

Nas instâncias decisórias, as mulheres também ganharam espaço. No Comitês de Assessoramento do CNPq (CAs), responsáveis pelo julgamento do mérito das solicitações individuais de bolsas e auxílios à pesquisa, ampliou-se a representatividade feminina em cerca de 33% de 2002 a 2006.

Por área do conhecimento
A participação das mulheres vem aumentando em áreas tradicionalmente masculinas. Nas Ciências Agrárias, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 4% de bolsistas mulheres em relação ao total, sendo que hoje, 46% das bolsas nessa áreas vão para elas. De 2831 bolsistas em 2001, passou para 3424 em 2006.

Nas engenharias, o aumento foi de 2%. Em 2001, 28% das bolsas nessa área iam para mulheres e hoje são 30%. Destaque para a Engenharia Aeroespacial, cuja participação feminina cresceu 12% em relação ao total de bolsas concedidas nessa área; engenharia biomédica, com crescimento de 9%; e engenharia mecânica, com 4% de aumento. (Assessoria de Comunicação do CNPq)

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