sexta-feira, 30 de novembro de 2007

LABORATÓRIO vende pílula ANTICONCEP. DE FARINHA e diz que "CONSTITUÍRAM SENTIMENTOS POSITIVOS" já que geraram "NOVAS VIDAS"


Justiça condena Schering a pagar R$ 1 mi por "pílulas de farinha"

da Folha Online

O laboratório Schering do Brasil foi condenado a pagar indenização coletiva de R$ 1 milhão por ter colocado no mercado o anticoncepcional Microvlar sem princípio ativo, caso que ficou conhecido como "pílulas de farinha". O julgamento foi concluído ontem e divulgado nesta sexta-feira pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em 1998, pílulas para o teste de uma máquina embaladora do laboratório acabaram chegando ao mercado com farinha no lugar de hormônios, e muitas mulheres engravidaram.
A ação coletiva foi proposta pelo Estado de São Paulo e pelo Procon. Em 2004, o TJ (Tribunal de Justiça) condenou o laboratório por danos morais. A Schering recorreu da sentença.

O laboratório alegou cerceamento de defesa, questionou a legitimidade do Procon em propor a ação e afirmou que os casos de gravidez causados pelo uso do anticoncepcional sem o princípio ativo constituíram sentimentos positivos, pois geraram "novas vidas", de acordo com o STJ.

A condenação, no entanto, foi mantida por unanimidade em julgamento pela Terceira Turma. A ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, rebateu os argumentos da empresa e afirmou que as "pílulas de farinha" feriram a necessidade de respeito à segurança e informação dos consumidores.

Em seu voto contrário ao recurso apresentado, ela afirmou, ainda, que a instância inferior reconheceu que o laboratório não tomou cautelas mínimas no caso, afirma o STJ.
Nesta sexta, procurada pela reportagem, a Schering informou que ainda não foi oficialmente notificada sobre a decisão. Em nota, informou que "só irá se manifestar legalmente com a posse dos dados oficiais".
...
ps: daqui a pouco a justificativa para a falha de cintos de seguranças nos carros será o gosto pela aventura que o brasileiro tem...

Re: [conexoesufmg] A tal da PROPRIEDADE intelectual!

Eu já tive vontade de mandar notícias relacionadas com esse evento há um tempo... Mas acabava achando melhor não mandar pro grupo...
Mas não é esquisito esse lance de PROPRIEDADE intelectual? Se o conhecimento do cara é construído com o dinheiro de milhares de pessoas que pagam imposto pra financiar a pesquisa dele, porque que tem uma propriedade? Engraçado, porque a primeira reportagem que vi sobre isso, eu fiquei interessada em participar... Era uma palestra sobre as normas de patente e tal... Aí achei doido ir lá pra ver como é que funciona o esquema da patente... Aí, ao decorrer da reportagem que o negócio era só para CONVIDADOS.... É FODA!

Rede Mineira de Propriedade Intelectual está reunida na UFMG

quinta-feira, 29 de novembro de 2007, às 18h56

Representantes de diversas instituições de ensino e pesquisa de Minas Gerais estão reunidos, desde ontem, na UFMG, para o VIII Encontro da Rede Mineira de Propriedade Intelectual (RMPI). O objetivo do evento é discutir o processo de proteção de conhecimento e a transferência de tecnologia no estado. A abertura foi ontem à noite, na Sala de Sessões da Reitoria, e o evento vai até amanhã.

O encontro é restrito a integrantes da rede e convidados, entre eles observadores de universidades da América Latina e Caribe, presentes em Belo Horizonte por ocasião da reunião preparatória de um encontro regional de representantes dessas instituições. Também estão presentes representantes do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

A Rede Mineira de Propriedade Intelectual é coordenada pela UFMG e pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). O encontro tem organização da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG, com apoio da UFV e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).



__,_._,___

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

LANÇAMENTO DO PROJETO ENEGRECENDO A UFMG




MAD lança na UFMG o projeto ENEGRECENDO A UFMG em parceria com estudantes de origem popular do secundário


Aconteceu no dia 23 de novembro, dentro das programações nacionais da semana pela consciência negra e da questão étnico-racial no país, o lançamento do projeto "ENEGRECENDO A UFMG" pelo Movimento Afirmando Direitos- MAD, cursinho popular EDUCAFRO e com apoio do CONEXX MINAS e da ASSUFEMG. Este projeto tem por finalidade a ampliação do debate sobre acesso (e permanência) de jovens negros e de origem popular à uma das maiores (tsc..) universidades do país. O MAD, movimento composto por estudantes universitários, secudaristas, professores de cursinhos e outros e que têm por finalidade lutar pelas cotas raciais na UFMG, construiu, em parceria com o EDUCAFRO uma semana de debate sobre a questão racial pautada na descontrução das hierarquias de saberes existentes na sociedade. Tentando superar o que geralmente acontece, quando um grupo de universitários se sentem como "Os conscientizadores" e porta-vozes da verdade e por isso programam um evento centrado em seus próprios interesses, o MAD construiu todo o processo do projeto junto com os mais interessados pelas cotas: os estudantes pré-universitários. Por isso o projeto, lançado na sexta, tem tudo para dar certo. Confira nos próximos posts a entrevista com Fernanda do MAD, e com a Amanda do EDUCAFRO ( e conexx!).
Conectando saberes e fazeres...
.
.
exibição do filme "vista a minha pele" e debate sobre a questão étnico-racial, que contou com a participação dos alunos de cursinhos comunitários: Educafro Unidade Nova Pampulha, Unidade Santa Terezinha e Unidade Águia, além do grupo de capoeira da Vila São José, alunos da PUC Minas, professores da Associação Pré-UFMG e bolsistas do “Programa Conexões de Saberes”.
.
.
apresentação da capoeira do grupo de capoeira da Vila São José
.
.
confira abaixo o relato do Amador, integrante do MAD e bolsista do Conexx minas:
.
.
BREVE RELATO SOBRE O LANÇAMENTO DO “PROJETO ENEGRECENDO A UFMG”, EM 23 DE NOVEMBRO DE 2007.

Amador. da L. Moreira Filho

A primeira atividade do Fórum Nacional de Estudantes de Origem Popular[1] aconteceu no dia 23 de novembro de 2007 (em parceria com Movimento Afirmando Direitos -MAD). Esta, consistiu no lançamento do 'Projeto Enegrecendo a UFMG”, contando com a participação dos alunos de cursinhos comunitários: Educafro Unidade Nova Pampulha, Unidade Santa Terezinha e Unidade Águia, além do grupo de capoeira da Vila São José, alunos da PUC Minas, professores da Associação Pré-UFMG e bolsistas do “Programa Conexões de Saberes”.

Os alunos dos cursinhos e o grupo de capoeira chegaram por volta as 20:30 h, em ônibus fretado com o apoio do “Programa Conexões de Saberes”. Nós, do MAD, Conexões e um representante do DCE (ao qual agradecemos pelo empréstimo e instalação do equipamento de som), os aguardávamos na “Arena da FAFIH”. Foi servido um lanche composto por sanduíches de presunto e mussarela, refrigerantes e biscoitos, que também foi oferecido pelo “Conexões[2]” e “ Programa Observatório da Juventude[3]”. Tivemos apresentações do MAD, do “Enegrecendo” e da participação do “Conexões”, através de falas da Fernanda, Diogo Raul e Amador, respectivamente. Tivemos ainda apresentações de algumas pessoas dizendo sobre a instituição ou o lugar de origem.

Nos dirigimos para a sala 2045 reservada para a exibição do filme “Vista Minha Pele”. Os cerca de 70 estudantes, professores e capoeiristas se deslocaram em direção as escadas e alcançaram rapidamente o segundo andar da FAFICH, cujos transeuntes, digamos “nativos[4]” (?) olhavam com estranhamento. Ao chegarmos na sala, relativamente grande, os estudantes... se acomodaram nas cadeiras organizadas em três meio-círculos, algumas pessoas assentaram-se no chão por falta de cadeiras.

Após a exibição do filme, conversamos por cerca de 30 minutos ( Seria melhor se tivéssemos mais tempo). Muitas pessoas se manifestaram. O debate aconteceu de forma muito proveitosa. Sentimos que as pessoas estavam a vontade para se expressar dado o número de intervenções e a variação de participantes nas falas. O filme conseguiu suscitar questionamentos, ponderações, dúvidas e oportunidades para relatos de experiências.

Finalmente retornamos para a arena, onde tivemos a apresentação do grupo de capoeira.
O evento encerrou-se por volta das 23:00 hs
Notas:
[1] Que ainda carece da sua constituição propriamente dita, na UFMG que deverá contar com a participação de todos os bolsistas que se interessam pela discussão acerca das condições de acesso e permanência de estudantes das camadas populares na universidade pública.
[2] O “Conexões” ofereceu 200 sanduíches e três quilos de biscoitos de polvilho.
[3] O “Programa Observatório da Juventude” é sediado na FAE e tem como coordenador o Professor Juarez Dairell. Gentilmente nos ofereceram 3 fardos de refrigerantes Antártica 2 litros. www.fae.ufmg.br/objuventude/
[4] “nativo” é: quem é natural, que nasce, não estrangeiro... pensando num modelo de universidade que precisa se atentar para a denúncia da reprodução de privilégios no seu espaço, talvez possamos brincar com isso...
.
.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

LOMBROSO RELOAD: BASE BIOLÓGICA DA VIOLÊNCIA ( QUE INCOMODA A CLASSE MÉDIA E ALTA )


Projeto de universidades gaúchas examinará mais de 50 menores infratores para investigar base biológica da violência


Grupo vai analisar aspectos genético, psicológico, social e cerebral de adolescentes; secretário da Saúde do RS é um dos mentores do projeto


RAFAEL GARCIA

ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE


"Eu estava sozinho na rua. Não tinha recurso. Ninguém queria me dar serviço. O que queriam me dar não dava dinheiro. Comecei a traficar, roubar, matar." A história de D.S., de 17 anos, interno da Fase (Fundação de Atendimento Socio-Educativo, antiga Febem gaúcha) parece ser comum entre as dos mais de 50 adolescentes homicidas que vão ter seus cérebros mapeados por um aparelho de ressonância magnética num estudo em Porto Alegre, no ano que vem.
Cientistas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e da UFRGS (Universidade Federal do RS) querem saber se o que determina o comportamento de um menor infrator é sua história de vida e se há algo físico no cérebro levando-o à agressividade.
"Algo que sempre foi negligenciado foi o entendimento da violência como aspecto de saúde pública", diz Jaderson da Costa, neurocientista da PUC-RS que coordenará os trabalhos de mapeamento cerebral. A idéia é entender quais pontos são mais relevantes dentro da realidade brasileira na hora de determinar como se produz uma mente criminosa.
Para isso serão avaliados também aspectos genéticos, neurológicos, psicológicos e sociais de cada pesquisado. Serão examinados dois grupos: um de internos da Fase e outro de meninos sem passado de crime, para efeito de comparação. O projeto vai olhar para questões sociais, mas o foco é mesmo o fundo biológico da questão.
"Estamos nos baseando em trabalhos que já existem mostrando que há um período crítico no início da vida e que se uma criança é maltratada entre o 8º e o 18º mês ela adquire comportamento alterado na idade adulta", diz um dos mentores do projeto, o secretário de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, aluno de mestrado de Costa. "Decidi no ano passado retomar a neurociência como uma opção de vida; minha opção não é fazer política até morrer", diz.


Cabeça de agressor


Para os cientistas, um ambiente de desenvolvimento inadequado pode mesmo "fabricar" um psicopata: pessoa que despreza regras de convívio social e é desprovida de sentimentos de empatia e afeto.
O papel do mapeamento cerebral por ressonância magnética na pesquisa é tentar entender a manifestação física de problemas como esse. O trabalho que inspira Costa nessa área é um artigo do grupo do neurocientista português António Damasio publicado em 1999. O estudo mostra que meninos que sofreram lesões no córtex pré-frontal – região do cérebro próxima à testa – tinham sérios problemas de sociabilidade após crescer.
"A aquisição de convenções sociais complexas e de regras morais se estabelece precocemente", diz Costa. "Essas lesões podem resultar mais tarde numa síndrome parecida com a psicopatia." O cientista quer saber se, independentemente de lesões, meninos cronicamente violentos tenham atividade reduzida em alguma região do córtex pré-frontal, área cerebral ligada a tarefas mentais que envolvem juízo moral. "Não queremos que isso sirva como roupa sob medida para explicar todos os casos, mas pode explicar boa parte", diz.



Traumas e psicopatia


Na avaliação psicológica que complementará o estudo, três questionários serão aplicados. Um deles avalia se houve traumas na infância dos pesquisados, outro avalia o histórico de vida familiar e escolar. "Um terceiro tenta identificar se há ou não um traço de psicopatia ou comportamento violento extremo", explica Ângela Maria Freitas, psicóloga da PUC-RS que integra o projeto. O DNA dos meninos também será analisado.
O projeto de Costa e Terra ainda está sendo analisado por um comitê de ética da PUC-RS, e os cientistas se dizem confiantes de que a aprovação sairá para início dos trabalhos em março de 2008. O custo da empreitada, avaliado por Terra em cerca de R$ 120 mil, será coberto com doações da siderúrgica Gerdau para a pesquisa, afirma o secretário da Saúde.


FOLHA DE SÃO PAULO




Frases


Algo que sempre foi negligenciado foi o entendimento da violência como aspecto de saúde pública
JADERSON DA COSTA
neurocientista


Estamos "medicalizando" questões sociais
RENATO ZAMORA FLORES
geneticista


Esse conhecimento tem de ser referenciado para políticas públicas
OSMAR TERRA
secretário estadual da Saúde do RS

OPINEM PELAMORDIDEUS! RSS

CONEXÕES MINAS, CCNM E NPP PROMOVEM: DEBATE "PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E JUVENTUDE"


A NOVA SECRETÁRIA DO CONEXÕES MINAS!



o nome dela é ana dourado! ela faz parte do NUH e agora tb do conexx... salve ana!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

contos de réis


o q nunca se iniciou*

*cronica de Oliver Sosa


próximo a um bosque passava um rio, onde o vento
permitia a brisa passear toda manhã. ela gostava muito
dali e das arvores da mata, e de seus animais e
plantas gigantes e minusculos. eram seus co-operadores
e não me pergunte porque. eram porque eram.
numa manhã, a brisa, num suspiro suave de fim de
primavera, toca a ultima flor do galho mais retorcido
da grande arvore do norte do parque,que cai e faz com
isso o desfilamento de uma elaborada teia de um
aracnídeo que ficou a noite toda tecendo-a, para
prover seu sustento matinal. não era a intenção da
brisa,ávida por viver aquele momento,e sempre
cuidadosa com todos os seus co-operadores. nunca foi a
intenção dela fazer isso, tendo como prova a leveza
com que balança as redes e teias dos aracnídos toda a
manhã e tarde, sem desfazer nenhuma sequer. mas a
flor era muito pesada para aquela tão fresca teia
daquele jovem aracnídeo que reside na fresta do tronco
da arvore da folha...


Viña del Mar, Chile, 2004



"o rio corre, bem ou mal, sem direção original. e
a brisa, naturamente matinal, como tem tempo não tem
pressa... "

“Música e gênero” na I Semana de Música Antiga

Professora da New York University fala hoje sobre "Música e gênero" na I Semana de Música Antiga

O assunto desta quinta-feira, 22, na I Semana de Música Antiga da UFMG, é "Música e gênero". A professora Suzanne Cusick, da New York University (EUA), faz palestra às 17h40 no auditório Fernando Mello Vianna da Escola de Música (avenida Antônio Carlos 6.627, campus Pampulha).

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Música da New York University, Suzanne Cusick é Ph.D. em Música pela University of North Carolina e bacharel em Belas-Artes pela Newcomb College (1969). Tem importantes trabalhos publicados em áreas como abordagens feministas sobre história e crítica musical e relações entre homossexualismo e música. Em breve publicará monografia sobre Francesca Caccini, cantora, professora e compositora italiana do início do século 17.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Forumdoc começa na sexta-feira







Forumdoc começa na sexta-feira



Belo Horizonte receberá, de 23 de novembro a 5 de dezembro, o
forumdoc.bh.2007, 11º Festival do Filme Documentário e Etnográfico e Fórum
de Antropologia, Cinema e Vídeo. O evento é promovido pela Associação
Filmes de Quintal, em parceria com a UFMG. A abertura será na sexta-feira,
no Palácio das Artes, às 19h, com o lançamento do novo filme de Eduardo
Coutinho, Jogo de cena, com a presença do diretor.

A programação do festival inclui a sessão Filmes de quintal, com produções
recentes como Tatakox, vídeo filmado por Isael Maxakali; Memórias e
improvisos de um tipógrafo partideiro, de Pedro Portella; e Trecho, de
Clarissa Campolina e Helvécio Marins Jr.

Além da Mostra Competitiva Nacional e da Mostra Competitiva Internacional,
o festival vai apresentar retrospectiva dedicada a Joaquim Pedro de
Andrade, com os 14 filmes do cineasta, em cópias 35 milímetros
restauradas. Já a Mostra Autor Contemporâneo será dedicada ao realizador
português Pedro Costa, cuja marca registrada são as câmeras ligeiras de
vídeo digital. Outra atração do evento é a mostra conceitual
Anti-Espectador, baseada no pensamento de Jean-Louis Comolli e que exibirá
filmes comentados no livro Ver e poder (Voir e pouvoir).

As sessões serão na sala Humberto Mauro, do Palácio das Artes (avenida
Afonso Pena, 1.537, Centro), e na Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas da UFMG (avenida Antônio Carlos, 6.627, Pampulha). A entrada é
franca.

transposicao rio sao francisco - seminario assembleia legislativa 22-23novembro

NOTA À IMPRENSA E À SOCIEDADE

"RELEASE – PROPOSTA DE PAUTA"

Belo Horizonte, 21 de novembro de 2007.

O RIO SÃO FRANCISCO, OS RIBEIRINHOS E TODA A BIODIVERSIDADE CLAMAM POR SOCORRO! A SITUAÇÃO É MUITO MAIS GRAVE DO QUE SE PENSA!

Feliz quem ouve os Sinais dos Tempos e os Sinais dos Lugares! O rio São Francisco está gritando! Por amor e por prudência, ouçamos seus clamores antes que seja tarde demais !

Ocorrerá em Belo Horizonte/MG, dias 22 e 23 de novembro de 2007, um ciclo de debates intitulado: O Rio São Francisco e o Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido , organizado pela Assembléia Legislativa de Minas, com o objetivo de debater o semi-árido e a revitalização do rio São Francisco. O tema é importantíssimo, mas o debate poderá deixar de lado questões urgentes que afetam a Bacia sanfranciscana, o Povo e a biodiversidade.
Precisa entrar na pauta do Seminário da ALMG, com vitalidade, as seguintes questões:
a) A insana e faraônica Transposição do rio São Francisco;
b) A Contaminação do Rio das Velhas e do Velho Chico;
c) A mortandade de peixes causada pela CEMIG (40 toneladas só em 2007) e Votorantin/Companhia Mineira de Metais (mais de 200 toneladas nos últimos 3 anos);
d) As causas mais profundas da seca nas regiões Norte, Noroeste e Vale do Jequitinhonha (8 meses sem chuva, com mais de 120 mil cabeças de gado já mortos só na região Norte de Minas);
e) A barragem de Sobradinho apresenta apenas 17% da sua capacidade de armazenamento.
Do dia 13/11 até o dia 18/11 último, o nível do Lago de Sobradinho, que regula a água do Rio São Francisco para abastecer as usinas que formam o Complexo Hidrelétrico de Itaparica e Paulo Afonso, baixou 1,9%, ficando com apenas 17% do seu volume útil de água. O volume é o mais baixo desde novembro de 2003, quando o nível do lago chegou a 11,64%. O lago da Barragem de Sobradinho acumula, em sua plenitude, 34,1 bilhões de metros cúbicos de água e é responsável pela regulação do volume de vazão do Rio São Francisco, que por sua vez movimenta os complexos hidrelétricos de Itaparica, Paulo Afonso e Xingó, de onde saem mais de 90% da energia elétrica consumida na Região Nordeste. Em apenas seis dias, o volume útil de água caiu de 18,9% para 17%, o que representa uma perda média diária de 0,3%.
A continuada queda do nível de água no Lago de Sobradinho aumenta os temores em torno das obras da transposição do Rio São Francisco, que vêm sendo tocadas pelo Exército desde junho deste ano , nos municípios de Cabrobó e Floresta, ambos em Pernambuco. Para a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro do Comitê de Defesa do Rio São Francisco, Yvonildes Medeiros, a capacidade hídrica do rio está no limite e o seu comprometimento tende a se acentuar se for mantido o atual estado de degradação que se observa em diversos pontos da bacia sanfranciscana.
O povo pobre da bacia sanfranciscana sente com dor no coração a grande falta de sensibilidade e desconhecimento das autoridades frente à realidade da bacia do São Francisco e das dificuldades vividas pelo povo.
A população ribeirinha vem se mobilizando pela defesa do rio. As famílias ribeirinhas prejudicadas pela contaminação do rio das Velhas e rio São Francisco exigem dos governos estadual e federal ações de controle da poluição e reparação dos danos materiais e afetivos dos pescadores e vazanteiros prejudicados com a contaminação e proibição da pesca.
Reivindicam uma mesa de negociação com caráter permanente com autoridades dos vários órgãos dos governos estadual e federal implicados na questão – IEF, IGAM, COPASA, CEMIG, SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, IBAMA, INCRA, SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, DE REFORMA AGRÁRIA - e a primeira reunião foi indicada para o dia 22 de novembro, em Pirapora, mas nenhuma autoridade do governo Estadual ainda não se manifestou. A situação é muito mais grave do que se pensa.
A Articulação Popular pela Revitalização do rio São Francisco, que envolve entidades e movimentos sociais de toda a bacia, vem protestar sobre a postura do Legislativo e Executivo, cobrando ações concretas frente aos problemas enfrentados, como também uma postura ativa do Governo de Minas frente à transposição. Esperamos que o governo Aécio Neves tenha a coragem, diante da gravidade da situação de assumir, sem titubear, a condenação ao projeto de Transposição e que dedique todas as forças possíveis e impossíveis no processo de revitalização de toda a bacia do São Francisco. Reivindicamos uma revitalização verdadeira e não esse engodo e arremedo de revitalização do Governo Federal. Dizer que basta plantar matas ciliares para revitalizar o rio São Francisco é querer tapar o sol com a peneira.
Por acompanhar de perto a vida do povo pobre da bacia sanfranciscana, defendemos e exigimos:
1) Arquivamento do projeto de transposição do São Francisco, pois é insano, faraônico, um grande crime ambiental e social, a sofisticação da indústria da seca, início do hidronegócio;
2) Uma postura transparente, decidida e firme do Governo Aécio Neves para contestar o projeto de transposição. Não basta uma postura tímida!
3) Uma revitalização de verdade, com terra, água limpa, peixes, rios correndo. Uma revitalização popular, com o povo da bacia definindo os rumos desse processo. Defendemos Rio e Povo Vivos. Isso passa por Reforma Agrária, agricultura familiar, assentamento das comunidades quilombolas, prioridade absoluta para a preservação ambiental, freio no processo de monocultura do eucalipto, seriedade nos licenciamentos ambientais, investimentos pesados em saneamento e tratamento de esgoto, reforço dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental.
4) Queremos a implantação das iniciativas da ASA – Associação do Semi-Árido – (1 milhão de cisternas e mais a implementação de 140 tecnologias alternativas e sustentáveis ambientalmente já testadas com sucesso no semi-árido) e das obras do Atlas de Abastecimento Urbano da ANA – Agência Nacional de Água – (530 obras pequenas e médias para resolver o problema do abastecimento urbano para 34 milhões de pessoas de 12 estados, em 1.150 municípios).
5) Queremos a abertura de negociação do Governo do Estado de Minas com as Colônias de pescadores e vazanteiros frente à poluição do Rio das Velhas e Velho Chico e outras pautas.
ASSINAM:
Articulação Popular em Defesa do Rio São Francisco!
Comissão Pastoral da Terra – CPT/MG
Colônias de Pescadores da Bacia do São Francisco em Minas Gerais.
CONTATOS:
Alexandre, cel. 038 9193 3693;
Giza, cel. 031 9997 8798;
Frei Gilvander Moreira, tel. 031 3221 3055 ou cel. 031 9162 7970

MOSTRA DE FILMES NIGERIANOS / LANÇAMENTOS DE LIVROS FAN 2007

MOSTRA DE FILMES NIGERIANOS FAN 2007
Centro Cultural UFMG - Av. Santos Dumont, 174, Centro
19 a 23 de novembro
Horários: 15 e 17 horas

INTRODUÇÃO
Nigéria, país mais populoso do continente africano, possui a terceira industria cinematográfica do planeta. Numa clara homenagem a esse País africano, berço de importantes manifestações presentes hoje na cultura afro-brasileira, o Festival de Arte Negra, 2007, apresentará uma mostra de filmes atuais produzidos na Nigéria. Promoveremos ainda o lançamento de filmes documentários especialmente preparados para o festival, produzidos pelo Coletivo Fan da Imagem e pelo Centro de Referência Audiovisual. Nossos agradecimentos a todos que direta ou indiretamente contribuiram para a realização dessa Mostra.

ABERTURA
Dia 19/11, segunda-feira, às 16 horas
Sessão comentada pelo nigeriano: Michael Olusegun Akinruli
Uma perspectiva do atual cinema nigeriano, a experiência de Nollywood
Na sessão de abertura da mostra, apresentaremos trechos de vários filmes produzidos por diferentes produtoras da chamada Nollywood, fenômeno de produção audiovisual em suporte digital e distribuição descentralizada que transformou a Nigéria no terceiro maior país produtor de filmes do mundo. Nessa compilação de trechos de filmes, procuramos abordar as várias temáticas presentes em Nollywwod: a situação política e social do país (filme Government House), histórias mitológicas, contadas através de modernos meios de expressão, como efeitos especiais (Pestilence), histórias ocidentais readaptadas pela tradição oral africana contemporânea ( Cinderella), relações ente os gêneros, histórias de amor (Fragile Pain), questões da militarização e do poder na Nigéria hoje (I Will Die For You).

Dia 20 de novembro, terça-feira às 15 horas
Saworoide, o sagrado tambor falante
Direção: Tunde Kelani, 1999, duração: 110 min.
Obra prima do diretor Tunde Kelani, um dos maiores cineastas nigerianos, Saworoide é o nome de um sagrado tambor falante com adornos de cobre que está miticamente ligado à coroa do rei da metafórica nação de Jogbo e símbolo de sua legitimidade e autoridade. A partir de elementos míticos tradicionais o filme foi concebido para denunciar os dirigentes descomprometidos com o bem estar da nação. Saworoide é uma alegoria em torno da nação nigeriana, macro comunidade representada no filme pela comunidade de Jogbo, reino imaginário.

Dia 20 de novembro, terça-feira, às 17 horas
Agogo Èèewo, o gongo de purificação
Direção: Tunde Kelani, 2002, duração 110 min.
Super-produção que dá continuidade à Saworoide, o filme Agogo Èèewo trata da realidade sociopolítica do país, no qual o diretor procura, metaforicamente, focar a contemporaneidade da nação nigeriana, a partir da apresentação e resignificação de vários elementos da cosmologia sagrada iorubana, como rituais, músicas, danças, instrumentos tradicionais, e toda a relação ente o mundo dos homens, da natureza e dos deuses-orixás. A maior qualidade do filme é a originalidade de seu enredo, estruturado do início ao fim como uma sucessão de contos cantados.





Dia 21 de novembro, quarta-feira, às 15 horas
Afonjá - construção da sociedade Yorubá
Direção: Jare Adenigerun e Yemi Amoder, 2003, duração: 120 min.
Um drama épico que tem como tema a mitologia e a reconstrução da unidade do povo Yorubá. Questões fundamentais relativas à tradição dos povos iorubanos são reveladas de maneira inédita no Brasil. Os orixás são os principais personagens do filme que conta a história de Ogum - guerreiro caçador - e dos líderes tribais que atuam a partir de seu forte poder de comunicação com os espíritos dos antepassados e com as divindades sagradas.

Dia 21 de novembro, quarta-feira, às 17 horas
Lançamento de Filme documentário produzido pelo Coletivo Fan da Imagem
Após o curso de formação em audiovisual do BHIS-RECINE, promovido pelo Centro de Referência Audiovisual, jovens realizadores assumem o desafio de realizar um documentário sobre a presença da cultura africana em Belo Horizonte. Como resultado: uma dinâmica experiência do apreender e do fazer, dando inicio ao próprio processo de amadurecimento artístico e estético na área do audiovisual.

Dia 22 de novembro, quinta-feira, às 15 horas
Lançamento de filme documentário sobre a dança afro em Belo Horizonte
Coordenação: Adir Assumpção e Rui Moreira, documentário, 2007
Nesse filme sobre a dança afro em Belo Horizonte, essa arte é apresentada através da trajetória de Marlene Silva, Mauricio Tobias e Marita Carmo.

Dia 22 de novembro, quinta-feira, às 17 horas
Sango, Xangô
Direção: Obafemi Bandele Lasode, 1997, duração: 160 min.
Trazendo uma visão da África no século XV, antes da chegada dos colonizadores, o filme revela as
façanhas do lendário rei iorubá Sango (Xangô), governante do império Oyo: sua ascensão ao trono, suas batalhas com o Olowu, suas perigosas experiências com potentes encantos e enfim, sua deificação, ou seja, sua transformação em um dos orixás mais importantes da cultura iorubá trazida para o Brasil e até hoje cultuados

Dia 23 de novembro, sexta-feira, às 15 horas
Saworoide, o sagrado tambor falante
Direção: Tunde Kelani, 1999, duração: 110 min.
Obra prima do diretor Tunde Kelani, um dos maiores cineastas nigerianos, Saworoide é o nome de um sagrado tambor falante com adornos de cobre que está que está miticamente ligado à coroa do rei da metafórica nação de Jogbo e símbolo de sua legitimidade e autoridade. A partir de elementos míticos tradicionais o filme foi concebido para denunciar os dirigentes descomprometidos com o bem estar da nação. Saworoide é uma alegoria em torno da nação nigeriana, macro comunidade representada no filme pela comunidade de Jogbo, reino imaginário.

Dia 23 de novembro, sexta-feira, às 17 horas
Capoeira da Memória - Belo Horizonte, MG
Coordenação: Mestre Negoativo e Mestre Primo, documentário, 2007
Com o objetivo de registrar a historia e a memória da capoeira em Belo Horizonte e ao mesmo tempo homenagear mestres e capoeiristas da cidade, o documentário traz através de depoimentos orais a trajetória dessa manifestação, seus principais locais referenciais. Seu papel sócio-educativo e a importância de sua valorização e manutenção

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Inscrições EIV-ES 2008 - até dia 03/12

Povo,
 
Já começaram as inscrições para o 2º Estágio Interdisciplinar de Vivência em Áreas de Reforma Agrária e Agricultura Familiar do ES.
A data do estágio é  de 13 à 29 de janeiro.
As inscrições podem ser feitas por e-mail (estagio.vivencia@yahoo.com.br) até o dia 3 de dezembro. Mande um e-mail solicitando a ficha de inscrição, depois de preenchê-la, reenvie.
As vagas são limitadas, apenas 50.
 

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Saiu no NYT: BH é a capital do bar... será??

saiu no NEW YORK TIMES sobre a desconhecida Belo Horizonte...
 
muito loko porque, como é uma reportagem para gringo e ingles lê, expõe a cidade bem ao estilo "national geographic", além das bizarras e até engraçadas frases:
 
 
 
 
"..Santo Antonio, um bairro de classe média alta nas colinas, que exige habilidades super-humanas de estacionar,"
 
"Se os turistas – mais atraídos aos prazeres sensuais do Rio de Janeiro ou o clamor urbano de São Paulo.. "

"sem grandes atrações além de alguns prédios desenhados por Oscar Niemeyer que não são nada perto de seus trabalhos famosos em Brasília"  huahuahua

"(os bares são) uma frágil desculpa para sair todas as noites do mês."
 
"(no mercado central) , há bancas vendendo frutas, carne, o famoso queijo mineiro, cachorros e pássaros (para estimação) e galinhas vivas (para o jantar). " kkk
 
e não percam o fim da matéria... rsss
 

Belo Horizonte, uma cidade onde o mundo é um bar

29/10 - 17:48 - The New York Times

Belo Horizonte, no estado brasileiro de Minas Gerais, conseguiu se tornar a terceira maior cidade do país enquanto permanece praticamente desconhecida para o mundo exterior. Se os turistas – mais atraídos aos prazeres sensuais do Rio de Janeiro ou o clamor urbano de São Paulo – a conhecem de alguma maneira, é porque eles passam por ela a caminho de Ouro Preto ou Diamantina, tratando-a mais como uma parada para abastecer enquanto se dirigem às pitorescas cidades de mineração da era colonial.

Seu anonimato internacional nasceu de uma ausência de litoral e, portanto, sem praias, sem o famoso Carnaval, (e sem a loucura de fevereiro), e sem grandes atrações além de alguns prédios desenhados por Oscar Niemeyer que não são nada perto de seus trabalhos famosos em Brasília.

Mas Beaga, o apelido da cidade (que vem da pronúncia de suas iniciais), tem um potencial para fama: como a capital do bar no Brasil. Não bares como lounges de hotel, mas sim butecos, lugares informais para se sentar onde múltiplas gerações socializam, bebem cerveja e muitas vezes fazem uma refeição casual. Se você acredita no orgulho local, existem 12 mil bares na cidade, mais per capita do que qualquer outro lugar no país. O motivo ninguém tem absoluta certeza, mas uma teoria se tornou um ditado popular: "Não tem mares, tem bares".

E apesar dos guias turísticos mal mencionarem, eles são uma ótima maneira para os viajantes mergulharem na vida social de uma cidade cuja área metropolitana explodiu nas últimas décadas para mais de cinco milhões de habitantes. A melhor época para vir é no oitavo concurso anual Comida di Buteco, em abril, quando cerca de 40 de seus melhores bares competem em categorias como higiene, frescor da cerveja, serviço e o mais importante, melhor tira-gosto – ou petisco. Além dos juízes, uma votação pública elege os vencedores, dando aos moradores de Belo Horizonte uma frágil desculpa para sair todas as noites do mês.

Se você perder isso, não se preocupe. Toda noite do ano parece ter um sentimento de festa nesse local fora dos radares. Vá para a Mercearia Lili, um participante regular do Comida di Buteco. É um dos vários bares em Santo Antonio, um bairro de classe média alta nas colinas, que exige habilidades super-humanas de estacionar, ou, de preferência, o uso dos táxis da cidade.

Os bares são típicos de várias maneiras, até mesmo os móveis: mesas e cadeiras de plástico amarelas, com o logo da cerveja Skol, espalhadas nas calçadas (garrafas de 600 ml da cerveja Skol, que são divididas em pequenos copos, são a escolha da cidade. O murmurinho das conversas e os sons das garrafas – não um DJ – fazem a trilha sonora; grisalhos e o que seria considerado menor de idade nos EUA dividem mesas.

Não longe dali fica a Via Cristina. É mais luxuoso, com mesas cobertas por toalhas xadrezes verde e brancas, garçons uniformizados e uma parede de cachaças – centenas de rótulos diferentes da bebida feita de cana – onde os garçons usam uma escada parecida com as de biblioteca para mexer. Seu aperitivo no concurso desse ano foi o Raulzito, um salgado frito de carne que custa somente dois reais.

Se houvesse um prêmio no Comida di Buteco para o "mais difícil de ir", o Bar Freud ganharia todo ano. O lugar fica no meio do mato fora da cidade, depois de passar por uma estrada de terra com muito vento. O bar é construído em uma colina, aquecido por uma fogueira e tem algumas poucas mesas no meio das árvores ao redor. Lá tem música ao vivo (blues e rock), e tem um limitado, porém criativo, cardápio, como vinho quente ou sopas de frango e mussarela (R$ 3,50), uma boa variação do caldo de feijão e torresmo que tem em quase todos os butecos.

Os butecos não fazem parte somente da vida noturna, como você descobre se for ao Mercado Central da cidade em uma tarde no meio da semana. Claro, há bancas vendendo frutas, carne, o famoso queijo mineiro, cachorros e pássaros (para estimação) e galinhas vivas (para o jantar). Mas o mercado também é cheio de bares barulhentos e lotados como o Lumapa, onde as autoridades precisam fiscalizar a estreita rua de pedestres para que os consumidores que não bebem possam passar. Uma escolha mais calma é o Casa Cheia, um lugar que serve todas as suas criações para o concurso, como o mexidoido chapado, uma mistura de arroz, vegetais, quatro tipos de carne e ovos de codorna.

Também vale a pena ir para as vizinhanças mais afastadas para ver alguns temas estranhos de bares. (Com 11.999 rivais, você faz o que pode pra chamar atenção). O ultra-informal Bar do Caixote faz jus ao seu nome e as mesas e cadeiras são caixas de madeira. O vencedor geral do Comida di Buteco 2007, o Bar do Véio, fica em uma vizinhança afastada e seu taxista pode até ter problemas em chegar lá, mas qualquer um na área pode te ensinar. O prato simples deles de pedaços de porco com pequenas bolas de batata fritas com um ótimo molho de maça com hortelã foi o tira-gosto campeão de 2007.

Quando você precisar de um descanso dos bares, passe a tarde no bairro da Pampulha, onde fica vários prédios de Niemeyer, incluindo sua famosa Igreja de São Francisco de Assis. O bairro também tem o restaurante mais famoso de Belo Horizonte, o Xapuri, o melhor lugar da cidade para provar a cozinha tradicionalmente rústica de Minas Gerais. No domingo de manhã, você pode encontrar presentes diferentes na feira hippie (Feira de Arte e Artesanato da Afonso Pena), dois grandes quarteirões da avenida Alfonso Pena lotados com roupas, jóias, coisas para casa e artesanato. Quando acabar, pare nas barracas de comida de qualquer lado para comer peixe frito, doces de coco ou pare para apreciar a bela paisagem do Parque Municipal, logo depois da feira, para relaxar. Em qualquer lugar, você não estará longe de um vendedor pronto para abrir uma lata de Skol. Em Belo Horizonte, o mundo é um bar.

Uma Skol sempre está por perto.

- Seth Kugel

 
 
veja aqui a reportagem original, em iglÊs e a foto caricatural.. : http://travel.nytimes.com/2007/10/28/travel/28next.html
 

 

Cresce participação feminina na pesquisa científica brasileira, mas...

 
Cresce participação feminina na pesquisa científica brasileira, mas...
 
site ufmg

Dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) dos últimos cinco anos mostram um cenário de mudanças quanto à participação feminina na pesquisa científica. A perspectiva é de que, no futuro, nos setores em que elas ainda são minoria, a presença das mulheres tenha um aumento significativo.

Do total de bolsistas do CNPq, a participação feminina vem se mantendo em torno de 48%, o que significa a presença de  26.436 bolsistas mulheres, segundo dados de 2006. No entanto, em algumas modalidades, o número de mulheres supera o de homens há alguns anos. Dentre os bolsistas de iniciação científica, as mulheres predominam, representando, hoje, 56%  do total. Em 2006, foram concedidas 9291 bolsas de IC para as mulheres, o que significa um crescimento de 17% nos últimos cinco anos. Cenário igual, encontra-se no Mestrado, onde 52% do total de bolsas são concedidas às mulheres.

Doutoras
Considerando essas bolsas como o início da carreira científica, é possível esperar que futuramente as mulheres estarão mais presentes nas modalidades que representam um nível mais avançado de pesquisador, onde os homens predominam. O crescimento da participação feminina no doutorado ilustra bem essa perspectiva. Nos últimos cinco anos, o aumento de bolsistas mulheres nessa categoria foi de cerca de 37%, igualando-se à participação masculina. Hoje, são 3694 bolsistas mulheres e 3697 bolsistas homens. Da mesma forma, no pós-doutorado, ainda que as mulheres permaneçam em minoria, houve um aumento de 13% do número de bolsistas do sexo feminino em relação ao total de bolsas concedidas, de 2001 a 2006.

Assim, aos poucos, esse avanço na participação das mulheres no ambiente de ciência e tecnologia vem se refletindo na maior presença delas nos níveis mais altos da carreira científica. Em 2006, o CNPq concedeu 23% a mais de bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) para mulheres em relação à 2002. De 2517 bolsas em 2002 para 3096 em 2006. As Bolsas PQ são destinadas a pesquisadores com, no mínimo, título de doutor e alta produtividade científica.

Outros indicadores
Como conseqüência desse crescimento, as mulheres também têm ampliado sua atuação no campo da pesquisa. Além de aumentarem em números, elas vêm assumindo mais responsabilidades. Um exemplo disso, é o aumento de propostas submetidas por mulheres para o Edital Universal, o principal instrumento de fomento à pesquisa do CNPq, destinando recursos a todos os segmentos da comunidade científica. De 2004 a 2006, a demanda feita por pesquisadoras cresceu cerca de 2%, chegando a 41% de propostas submetidas.

Nas instâncias decisórias, as mulheres também ganharam espaço. No Comitês de Assessoramento do CNPq (CAs), responsáveis pelo julgamento do mérito das solicitações individuais de bolsas e auxílios à pesquisa, ampliou-se a representatividade feminina em cerca de 33% de 2002 a 2006.

Por área do conhecimento
A participação das mulheres vem aumentando em áreas tradicionalmente masculinas. Nas Ciências Agrárias, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 4% de bolsistas mulheres em relação ao total, sendo que hoje, 46% das bolsas nessa áreas vão para elas. De 2831 bolsistas em 2001, passou para 3424 em 2006.

Nas engenharias, o aumento foi de 2%. Em 2001, 28% das bolsas nessa área iam para mulheres e hoje são 30%. Destaque para a Engenharia Aeroespacial, cuja participação feminina cresceu 12% em relação ao total de bolsas concedidas nessa área; engenharia biomédica, com crescimento de 9%; e engenharia mecânica, com 4% de aumento. (Assessoria de Comunicação do CNPq)

Chico Amaral sobe ao palco do Museu de Artes e Ofícios - HOJE

Belo Horizonte - Um dos mais versáteis artistas da música mineira, Chico Amaral, participa do próximo Ofício da Música, que acontece no dia 13 de novembro no Museu de Artes e Ofícios, com entrada franca. Com curadoria de Poti Castro, esta é a oitava edição do projeto, que é uma iniciativa do Instituto Cultural Flávio Gutierrez.
 
Para aqueles que estão acostumados a vê-lo sempre como o "quinto Skank", vale a pena conhecer outras facetas do artista. Músico completo, Chico toca saxofone, flauta, piano e guitarra, e é também compositor e letrista.
 
Chico (saxofone) sobe ao palco acompanhado de Magno Alexandre (guitarra), André Queiroz (bateria) e Enéias Xavier (baixo), para apresentar o show Singular, que dá nome ao seu último CD, lançado em agosto deste ano.
 
No repertório, canções de sua autoria, como Singular, Sambage à trois, Balancim, Sobe o verão, Maio, Duas Marias, entre outras. E ainda: Meu Canário Vizinho Azul, de Toninho Horta, e From the Lonely Afternoons , de Milton Nascimento.
 
"O show vai ser bem descontraído. Vai ser uma mistura de músicas do Singular com algumas coisas bem mineiras, o chamado 'jasmineiro', uma expressão criada por Túlio Mourão. Todas as músicas serão instrumentais", diz Chico.
 
Panorâmica
Chico Amaral começou sua carreira em 1979, no conjunto de choro Naquele Tempo, quando tocou com Altamiro Carrilho e Cartola. Além do Skank, participou do trabalho de vários artistas, em shows ou discos, como Marcus Viana, Lulu Santos e Jorge Benjor. Como compositor, foi gravado por diversos nomes da MPB, entre eles Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Milton Nascimento, Ney Matogrosso e Cidade Negra.
 
Também compôs com diversos artistas além de Samuel Rosa. Entre seus parceiros estão Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Ed Motta, Totonho Villeroy, Affonsinho, Flávio Henrique, Leo Minax e Juarez Moreira. Uma de suas parcerias com Milton Nascimento, Pietá, foi indicada para concorrer como melhor canção no Grammy Latino de 2003. Com a canção Vou Deixar, feita em parceria com Samuel Rosa, ganhou também o prêmio Multishow para a melhor canção de 2004.
 
Em 2005, compôs a trilha e o CD Identidades para o Grupo Corpo e produziu o CD Naquele verbo agora do artista Vander Lee, que concorreu à indicação de melhor do ano pelo Prêmio Tim de Música. Em 2006, compôs ainda, com o Skank, Carrossel, o último CD da banda.
 
No cinema, sua parceria com Leo Minax na música Tempo de Samba entrou para a trilha do filme Pudor, uma produção espanhola de Tristán Ulloa e David Ulloa, com a letra original em português. No CD Singular, esta música foi regravada com versão em espanhol.
Como saxofonista, Chico ganhou o prêmio de melhor instrumentista do concurso BDMG para compositores de música instrumental, na edição de 2007. No festival Tudo é Jazz deste ano, realizado em Outro Preto, participou como integrante e solista da Big Band de Maria Schneider.

Ofício da Música com Chico Amaral
Local: Museu de Artes e Ofícios – Praça da Estação - Belo Horizonte
Data: 13 de novembro
Horário: 19h30
Entrada franca (até 200 pessoas)


segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Brasil é 74º no ranking de igualdade entre os sexos

Brasil é 74º no ranking de igualdade entre os sexos

da Redação

O Brasil ficou em 74º lugar no ranking de igualdade entre os sexos elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, divulgado nesta quinta-feira (8). O país caiu sete posições em relação ao ano passado, mas o relatório ressalvou que a queda é devida à entrada de novos países na contagem.

Mais uma vez, os países nórdicos dominaram o ranking. A Nova Zelândia entrou no seleto grupo dos cinco países onde há menos desigualdade, e os Estados Unidos ficaram apenas em 31º lugar.

Brasil e América Latina

"O Brasil mostrou melhora em indicadores de participação econômica, renda estimada e igualdade salarial para trabalhos semelhantes. No entanto, o Brasil continua apresentando uma performance relativamente ruim na educação e na representação política", afirmou o documento, que destacou a boa situação da igualdade na saúde -- primeiro lugar na América Latina e no Caribe, empatado com outros 16 países.

O país mais bem colocado da América Latina foi Cuba, em 22º lugar, seguido pela Colômbia (24º), pela Costa Rica (28º) e pela Argentina (33º). Cuba participou do ranking pela primeira vez, junto com outros 12 países estreantes.

OS MELHORES E OS PIORES
Suécia
Noruega
Finlândia
Islândia
Nova Zelândia
Filipinas
Alemanha
Dinamarca
Irlanda
10ºEspanha
74ºBrasil
119ºOmã
120ºEgito
121ºTurquia
122ºMorrocos
123ºBenin
124ºArábia Saudita
125ºNepal
126ºPaquistão
127ºChade
128ºIêmen
LEIA RELATÓRIO NA ÍNTEGRA
Líderes

Suécia, Noruega, Finlândia e Islândia mantiveram-se nos quatro primeiros postos do Índice de Igualdade entre os Sexos de 2007, divulgado na quinta-feira pela entidade suíça.

O fórum comparou quatro áreas: diferenças entre os salários, acesso à educação, representação política e saúde, incluindo a expectativa de vida.

Os países nórdicos conseguiram boas notas nas quatro áreas, embora "nenhum país tenha ainda atingido a igualdade entre os sexos", segundo o documento. Os quatro países melhoraram suas notas para a participação das mulheres na economia, principalmente pela diminuição na diferença entre homens e mulheres no que diz respeito à participação no mercado de trabalho e aos salários.

A Nova Zelândia subiu duas posições e chegou a quinto, e as Filipinas ficaram em sexto pelo segundo ano seguido, graças à maior igualdade na participação na economia. A Alemanha caiu de quinto para sétimo.

A lista é composta por 128 países, e os piores colocados foram Iêmen, Chade, Paquistão, Nepal e Arábia Saudita.

Os Estados Unidos caíram oito posições em relação a 2006, por causa da piora nas oportunidades econômicas e de emprego para mulheres, apesar de a representação política ter melhorado um pouco, afirmou o fórum.

A França subiu 19 lugares, chegando ao 51º posto, pelo aumento da participação feminina da força de trabalho. Já a Suíça perdeu 14 posições, caindo para o 40º lugar.

Praticamente todos os dados usados para compilar a lista foram baseados em agências da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Este relatório quantifica o desafio", disse o responsável do Programa de Mulheres do Fundo, Saadia Zahid, no documento. Ele afirma que a Suécia, o país mais bem classificado, conseguiu que a igualdade de gênero seja convergente em um índice superior a 80%, enquanto no Iêmen este valor é de apenas 45%.

O fundador e presidente do FEM, Klaus Schwab, disse que este estudo reflete a magnitude das diferenças de gênero no mundo todo.

"Enquanto os líderes políticos e empresariais buscam a forma de limitar a escassez de talento, é cada vez mais urgente minimizar a brecha entre gêneros e aproveitar os talentos de homens e mulheres", acrescentou Schwab.

  • Leia mais sobre o relatório
  • AS FRATRIAS ÓRFÃS - MARIA RITA KEHL

    PARA ESQUENTAR OS MOTORES PARA QUARTA FEIRA...


    CONFIRA O INTERESSANTÍSSIMO TEXTO DE KEHL A RESPEITO DOS JOVENS DA PERIFERIA DE SÃO PAULO : http://docs.google.com/Doc?id=dhcppdxp_49hdnjgw

    ABAIXO, SEGUE UM TRECHO DO ARTIGO "AS FRATRIAS ORFÃS"

    Função do pai, invenções dos manos

    Os "cinqüenta mil manos" produzem um apoio - mas onde está um pai? Qual o significante capaz de abrigar uma lei, uma interdição ao gozo, quando a única compensação é o direito de continuar, "contrariando as estatísticas", a lutar pela sobrevivência? Surpreendentemente, Mano Brown "usa" Deus para fazer esta função. Embora em nenhum momento fale em nome de igreja nenhuma, Deus é lembrado - mas para quê? "Irmão, o demônio fode tudo ao seu redor/ pelo rádio, jornal, revista e outdoor/ Te oferece dinheiro, conversa com calma/contamina seu caráter, rouba sua alma/ depois te joga na merda sozinho,/ transforma um preto tipo A num neguinho./ Minha palavra alivia sua dor,/ ilumina minha alma, louvado seja o meu Senhor/ que não deixa o mano aqui desandar,/ ah, nem sentar o dedo em nenhum pilantra./ Mas que nenhum filho da puta ignore a minha lei:/ Racionais, capítulo 4, versículo 3".
    Deus é lembrado como referência que "não deixa o mano aqui desandar", já que todas as outras referências ("rádio, jornal, revista e outdoor") estão aí para "transformar um preto tipo A num neguinho". Deus é lembrado como pai cujo desejo indica ao filho o que é ser um homem: um "preto tipo A". Pela primeira vez, fez sentido para mim a frase "Jesus te ama", que vejo freqüentemente colada nos vidros dos carros (embora naqueles casos, a meu ver, o sentido propagandístico, voltado ao aliciamento e domesticação do outro, predomine sobre o sentido de auto-ajuda da utilização de Deus feita por Mano Brown); pois é preciso que o Outro me ame, para que eu possa me amar. É preciso que o Outro aponte, a partir do seu desejo (que não se pode conhecer, mas a cultura não cessa de produzir pistas para que se possa imaginar), um lugar de dignidade, para que o sujeito sinta-se digno de ocupar um lugar.
    Não me atrevo a interpretar a religiosidade pessoal, íntima, dos componentes do grupo. Mas sugiro que o Senhor que aparece em alguns destes Raps (junto com os Orixás! ver "A fórmula mágica da paz" - Mano Brown: "agradeço a Deus e aos Orixás/ parei no meio do caminho e olhei para trás"), além de simbolizar a Lei, tem a função de conferir valor à vida, que para um mano comum "vale menos que o seu celular e o seu computador"("Diário de um detento", Brown - Jocenir, este último prisioneiro da casa de Detenção de São Paulo). No que depender da lei dos homens, estes jovens já estão excluídos, de fato, até do programa mínimo da Declaração dos Direitos do Homem. A alternativa simbólica moderna, imanente, a Deus, seria "a sociedade" - esta outra entidade abstrata, abrangente, que deveria simbolizar o interesse comum entre os homens, a instância que "quer" que você seja uma pessoa de bem, e em troca lhe oferece amparo, oportunidades e até algumas alternativas de prazer.

    A sociedade - temos mais de duzentos anos de Iluminismo nas costas! mas será que o Iluminismo alguma vez falou para a ralé? - é uma instância superior a Deus do ponto de vista da emancipação dos homens, já que existe no reino deste mundo, organizada a partir - supõe-se - das necessidades e acordos estabelecidos entre semelhantes, e maleável na medida das transformações destas necessidades. Mas do ponto de vista dos manos, a sociedade é hostil ou, no mínimo, indiferente. A sociedade "não se importa", não vai alterar seu sistema de privilégios para incluir e contemplar os direitos deles. A regressão (do ponto de vista filosófico) a Deus faz sentido, num quadro de absurda injustiça social, considerando-se que a outra alternativa é a regressão à barbárie.

    Vale lembrar - estarei sendo otimista, interpretando a partir de meu próprio desejo? - que o Deus de Brown não produz conformismo, esperança numa salvação mágica, desvalorização desta vida em nome de qualquer felicidade eterna. Deus está lá como referência simbólica, para "não deixar desandar" a vida desses moços nada comportados que falam numa revolução aqui na terra mesmo ("Deus está comigo, mas o revólver também me acompanha" Ice Blue ao JT, s/d) e lembram sempre: "quem gosta de nós somos nós mesmos" ("Pânico na Zona Sul")
    Mas que não se confunda este "gostar de nós" com uma afirmação de auto suficiência, de um individualismo que só se sustenta (imaginariamente!) nos casos em que é possível se cumprir as condições impostas pela sociedade de consumo - a posse de bens cuja função é obturar as brechas da "fortaleza narcísica" do eu, a alienação própria da posição do "senhor", que não lhe permite enxergar sua dependência quanto ao trabalho do "escravo", e a disponibilidade do dinheiro como fetiche capaz de velar, para o sujeito, a consciência de seu desamparo. O mandato "goste de você" emitido pelos Racionais não poderia ser uma incitação ao individualismo mesmo se quisesse, já que estas condições estão muito longe de se cumprir dada a situação de permanente desamparo e falta no real, da vida na periferia - a não ser, é claro, em sua face bárbara, a do tráfico e consumo de drogas.

    O traficante representa, nas letras de Brown e Edy Rock, a face bárbara do individualismo burguês: o cara que não está nem aí pra ninguém, que só defende a dele, que não tem escrúpulos em viciar a molecada, expor crianças ao perigo fazendo avião para eles. A outra face é a do otário, o "negro limitado" (título de música - Brown/Rock), a quem falta "postura", "atitude", que se ilude pensando que pode se destacar sobre seus semelhantes recusando a raça. etc. "Não quero ser o mais certo/ e sim o mano esperto", responde Brown ao mano "limitado". Mais uma vez, uma postura moral se funda sobre a ameaça extrema do extermínio. O "mano esperto" é o que sabe que a opção da alienação - que na miséria da periferia precisa da droga para se sustentar - está sujeita à pena de morte, à lei da selva da polícia brasileira ou destes capitalistas selvagens que são os donos do tráfico: "A segunda opção é o caminho mais rápido/ e fácil, a morte percorre a mesma estrada, é/ inevitável./ planejam nossa restrição, esse é o título/ da nossa revolução, segundo versículo/ leia, se forme, se atualize, decore/ antes que racistas otários fardados de cérebro atrofiado/os seus miolos estourem e estará tudo acabado./ Cuidado!/ O Boletim de Ocorrência com seu nome em algum livro/ em qualquer arquivo, em qualquer distrito/ caso encerrado, nada mais que isso". ("Negro Limitado") .

    A insignificância da vida, o vazio que nossa passagem pelo mundo dos vivos vai deixar depois de nossa morte - nós que apostamos sempre em marcar nossa presença deixando uma obra, uma palavra, uma lembrança imortal - isto que a psicanálise aponta como a precariedade da condição humana e que um neurótico de classe média precisa tanto trabalho para suportar, estão dados no dia-a-dia, na concretude da vida no "inferno periférico"(Edy Rock) de onde eles vêm. Portanto, a possibilidade do delírio narcísico-individualista está excluída, a não ser que se encare as conseqüências da opção pelo crime. "Não tava nem aí, nem levava nada a sério/admirava os ladrão e os malandro mais velho/ mas se liga, olhe ao redor e diga/ o que melhorou da função, quem sobrou, sei lá/ muito velório rolou de lá pra cá/ qual a próxima mãe a chorar/ já demorou mas hoje eu posso compreender/ que malandragem de verdade é viver (grifo meu)/ Agradeço a Deus e aos Orixás/ parei no meio do caminho e olhei para trás"...( "Fórmula Mágica da Paz"- Mano Brown).

    A outra opção - a primeira, aliás, nos versos da música "Negro Limitado" - é o apelo ao outro como parceiro na construção de outras referências, na invenção de espaços simbólicos que possibilitem alguma independência em relação à sedução do circuito crime-consumismo-extermínio. Assim, o "goste de você" não soa como comando ao isolamento, a um fechar-se sobre si mesmo como resposta para todos os problemas. Pelo contrário, a frase soa como apelo ao outro para que reconheça e valorize a semelhança entre eles.

    O apelo ao reconhecimento é geralmente endereçado ao pai. O irmão, o semelhante, será destinatário deste apelo apenas quando o pai dá as costas? Penso que não; o reconhecimento paterno, fundamental para que o sujeito constitua uma certeza imaginária sobre "quem ele é" (para o desejo do pai), pode gerar também um aprisionamento narcísico. O sujeito só começa a se mover de sua posição no triângulo edípico, entre o olhar da mãe que seduz e o do pai que interdita e se oferece à identificação (e ao ideal), quando da entrada de um outro, um irmão (consangüíneo ou não), que abre para a alteridade, para a constatação, em espelho, de sua própria insignificância; mas também para a infinidade de possibilidades subjetivas que se abrem ante a descoberta da semelhança na diferença.

    O outro funciona também como parceiro e cúmplice nas moções de transgressão em relação à interdição paterna - e então, de duas, uma. Ou a interdição não se sustenta mais - pense-se no caso de um pai perverso, por exemplo, capaz de manter uma posição autoritária mas incapaz de simbolizar a lei e sujeitar-se a ela - e neste caso os irmãos escapam à função paterna, fazendo sua própria versão do desejo do pai (a père-version a que se refere Lacan) e fundando, na delinqüência, uma gangue; ou a lei se mantém cumprindo sua função mínima de interditar o gozo (aos filhos, mas também ao pai!), mas a aliança fraterna possibilita que os sujeitos explorem e ampliem suas margens, relativizando o discurso da autoridade encarnado pela figura do pai real. É a constatação da semelhança na diferença que se dá com a entrada do "pequeno outro", que permite ao sujeito separar a lei simbólica - diante da qual todos se equivalem - da figura real do pai encarnado naquele sujeito frágil, arbitrário, limitado e desejante que, mesmo quando se faça respeitar, é incapaz de apagar as diferenças significantes entre todos os filhos que levam o mesmo nome, o seu nome.

    Fiz esta longa passagem para dizer que a fratria não é convocada a operar só na falta do pai. Mas quando ninguém nessa vida encarna o pai, quando é preciso apelar ao "Senhor" para imaginar que "alguém" (no eixo vertical da constituição subjetiva) me ama e me proíbe abusos, o reconhecimento entre irmãos se torna essencial. Até mesmo para sustentar a existência deste Deus, aliás, que se não fosse o significante de uma formação simbólica ( portanto coletiva ), seria o elemento central de um delírio psicótico. Além disso, na falta do reconhecimento de um pai, é a circulação libidinal entre os membros da fratria que produz um lugar de onde o sujeito se vê, visto pelo olhar do(s) outro(s). Prova disto é a grande importância que a criação de apelidos adquire nos grupos de adolescentes por exemplo, como indicativos de um "segundo batismo", a partir de outros campos identificatórios por onde os sujeitos possam se mover, ampliando as possibilidades estreitas fundadas sobre o traço unário da identificação ao ideal paterno. As identificações horizontais talvez permitam a passagem da ilusão de uma "identidade" (em que o sujeito se acredita-se idêntico a si mesmo, colado ao nome próprio dado pelo pai) à precariedade das identificações secundárias, a partir de outros lugares que o sujeito vai ocupando entre seus semelhantes, e que o apelido dado pela turma é capaz de revelar.

    Quando os Racionais apelam a que os manos se identifiquem com a causa dos negros, estarão propondo um campo identificatório - com sua diversidade de manifestação singulares - ou a produção de uma identidade, com sua camisa-de-força subjetiva? "Gosto de Nelson Mandela, admiro Spike Lee,/ Zumbi, um grande herói, o maior daqui./ São importantes pra mim, mas você ri e dá as costas/ então acho que sei de que porra você gosta: / se vestir como playboy, freqüentar danceterias/ agradar os vagabundos, ver novela todo dia, / que merda!/ Se esse é seu ideal, é lamentável/ é bem provável que você se foda muito/ você se autodestrói e também quer nos incluir/ porém, não quero, não vou/ sou negro, não vou admitir!/ De que valem roupas caras, se não tem atitude?/ e o que vale a negritude, se não pô-la em prática?/ A principal tática, herança da nossa mãe África/ a única coisa que não puderam roubar!/ se soubessem o valor que a nossa raça tem/ tingiam a palma da mão pra ser escura também!" ("Júri racional" - Mano Brown) . A questão é complicada. Uma vez, indagado sobre sua identificação ao judaísmo, Freud respondeu que se não existisse anti semitismo, não faria questão nem de circuncidar os próprios filhos; mas diante do preconceito, não tinha outra opção senão a de se afirmar como judeu. Talvez se possa interpretar desta forma a convocação dos Racionais a uma "atitude" que sustente o amor próprio entre os negros contra o sentimento de inferioridade produzido pela discriminação, o que passa pela afirmação da raça - este significante tão duvidoso, que produz discriminação ao mesmo tempo que indica a diferença.

    Mas quem sabe se possa mesmo ultrapassar esta limitação imaginária, este suporte físico - cor da pele - que produz simultaneamente a identificação e a discriminação racial? Quem sabe a multidão de admiradores dos grupos de Rap não estarão tentando dizer, como os estudantes parisienses em maio de 68, quando o governo tentou expulsar Daniel Cohn-Bendit sob a alegação de não ser um cidadão francês - "somos todos judeus alemães"! - e explodir a fronteira da raça pela via das identificações com as formações culturais: somos todos manos negros da periferia? Finalmente está claro por que posso me autorizar a falar de, ou mais, a falar com, os manos dos Racionais. Pois se a afirmação dos campos identificatórios (estou recusando propositalmente o termo identidade) não produzir laços sociais, afinidades eletivas que incluam o semelhante na diferença (tornando obsoletos os traços da raça, ou do sexo, por exemplo), há sempre de produzir isolamento entre os grupos e, num sentido ou no outro, discriminação. Que a auto-estima e a dignidade dos rapazes negros da periferia não dependam da aceitação por parte da elite branca, não significa que não produzam outros laços, outras formas de comunicação, inclusive com grupos mais ou menos marginais a esta própria elite. Neste caso, a identificação que começou passando pela cor da pele, ampliou-se para abrigar outros sentidos: exclusão, indignação, repúdio à violência e às injustiças, etc. Não somos "todos" pretos pobres da periferia, mas somos muitos mais do que eles supunham quando começaram a falar

    pizza, voley, rifa, funk... nov/dez... para esfriar a cabeça

    então galera,
     
    na conversa com alguns conectandos, conexitas e conectadores, e bolsitas do conexões, percebemos que precisamos de mais espaços de descontração e interação. traduzindo, precisamos sair mais... e não só para trabalhos..
     
    por isso, a pizza será um grande espaço para nos encontrarmos.. pelo que vi, muita gente animou para dezembro. mas gostaria de decidir com vcs o melhor mês para pegar a verba. eu acho bom já recolhermos agora, em novembro, para ficar mais traquilo para nosso amigo andré da moradia fazer as pizzas.. então, assim que o dinheiro ($10) sair esse mês, vou recolher com vcs.. pizza alivia as tensões...
     
    para animar ainda mais, vou estar rifando uma mini-cesta de bombons para todos aqueles que pagarem antecipado a pizza. ou seja, pagou a pizza agora em novembro, ganha grátis uma rifa para concorrer a uma linda minicesta de bombons! para quem quiser concorrer só a cesta, deverá comprar a rifa por $1 na minha mão ou na mão dos cambistas autorizados. o nome da campanha dessa rifa é " Ação entre amigos:se até o Boaventura comprou uma rifa, porque vc não compra também?", sendo que parte dos recursos serão enviados para o MAD, outra parte será para a pizza.
     
    um outro convite já feito, mas não foi concretizado foi o funk...  me desculpem galeera funkeira e simpatizantes do conexões, que conhece o "lado bom" do funk, esse movimento de mais de 50 anos.. esse fim de semana não rolou pq o dinheiro, fundamental na sociedade capitalista, não chegou... estou sem nenhum $$$... mas essa semana agora, se tudo correr bem ( $ chegar), iremos com certeza. aos que já declararam o desejo, eu não desapontar-vos-ei... funk alivia as tensões..
     
    um novíssimo e tão antiquado convite é um bom e velho voley, no céu. galera, saindo a grana desse mês, não esqueçamos de renovar a carteirinha do céu, por favor!  léo, aretha, amanda, lu, lisa, thiago estão todos com o maior fôlego para jogar, mas ainda falta mais gente, pra gente formar uns times completos.. tenho uma bola profissional, agora só falta gente pra jogar... galera, sei que stamos nesse período onde não se tem tempo para nada, mas... um voleizin numa manhã de sábadpo não mata ninguém,  muito pelo contrário.. alivia as tensões...
     
     
    bom, e por fim, tem as clássicas saídas de bar na sexta.. depois das reunis do conexx...
     
    té ademais!
     


    --
    "se o mundo fosse movido a pizza, funk e voley, não haveria tantas tensões"

    Martin of Village

    quinta-feira, 8 de novembro de 2007

    DÓRIS, Grupo ESSÊNCIA e Ronaldo Coisa Nossa NO RECICLO

    DÓRIS, Grupo ESSÊNCIA e Ronaldo Coisa Nossa(bar opçao)
                       

    Hoje, 5a feira, no Reciclo, abertura da casa 21hs, inicio da apresentação 22hs.

    Apresentações especiais nesse mês de Novembro.

    Compareça , traga vários amigos(as) , pretendemos apresentar grupos culturais com nossa Identidade!!!!

    Venha conferir.....Aguardamos você. Favor divulgar

    Espero você!

    Reservas: 3295-6320

    quarta-feira, 7 de novembro de 2007

    PIZZA na moradia - parte 3... A MELHOR PIZZA da região (metropolitana de BH)!

    então.. depois do imeeenso sucesso dos dois festivais de pizzas que os ex-conectadores do abertas entre dezembro e abril deste ano, o sensacional "pizza chez andrè" está de volta... é o seguinte.. no conexoes abertas do ano passado tinhamos como amigo um grande pizzaiolo, o andré, e marcamos por duas vezes um rodízio de pizza na casa dele, que é na moradia! conversei com ele e ele animou por demais em fazer o terceiro "pizza chez andre". e já estava passandp da hora! quem foi nas duas ultimas pode dizer sobre a qualidade...
     
    e o preço é só $10... podemos começar tanto a tarde quanto a noite.. isso temos q combinar.. bebida é por conta de vcs.. estamos pensando para algo tipo final de novembro, ou início de dezembro, não sei, mas o dinheiro será bom arrecadar nessa segunda semana..pq depois ele evapora.. fica a sugestão e o convite... quem não for vai se arrepender.. e isso  rosi, magna, arthur, pedro, andré, analise, amanda, viviane, milton e muitos outros podem garantir!!!
     
     
    quem quiser pode me mandar um email confirmando (mande para o meu email dioliveirah@gmail.com)!!
     
    té mais!!
     
     

    --
    "Hoje não temos mais a opção entre violência e não-violência. É somente a escolha entre não-violência ou não-existência"

    Martin Luther King

    ARNALDO JABOR E TROPA DE ELITE..

    escute aqui a opinião do conservador burguês Jabor a respeito do tropa de elite...

    terça-feira, 6 de novembro de 2007

    MARIA RITA KEHL EM BH


    TEIA 2007 UM MILHÃO DE HISTÓRIAS

    Movimento Um Milhão de Histórias de Vida de Jovens no TEIA 2007


    O Movimento Um Milhão de Histórias de Vida de Jovens participará da TEIA 2007 com a realização de uma Conferência Livre. As Conferências Livres fazem parte da I Conferência Nacional de Juventude. Nelas, os jovens podem lançar mão de qualquer metodologia para promover um debate e fazer parte da Conferência. Na tarde do dia 8 serão realizados círculos de histórias. Os participantes da atividade contarão suas histórias de vida, e o material gravado vai alimentar o debate sobre cultura, educação e juventude na tarde do dia 9. A inserção dos registros do debate no site das Conferências Livres vai encerrar as atividades. Jovens representantes do Movimento de vários estados estarão presentes: São Paulo (CEDECA Interlagos, Museu da Pessoa e Aracati), Minas Gerais (Associação Imagem Comunitária), Bahia (CRIA), Pernambuco (SERTA) e Rio Grande do Norte (Galeria ZooN). A TEIA é o encontro dos mais de 800 Pontos de Cultura de todo o Brasil. Este ano o maior encontro de diversidade cultural do país vai acontecer na capital mineira, de 7 a 11 de novembro. O lema do encontro será "Tudo de Todos", com foco na relação entre cultura e educação. INFORMAÇÕESData: 8 e 9 de novembro, das 14 às 18 horas.Local: Sala Juvenal Dias, Espaço Preto Ghóez, Palácio das Artes de BeloHorizonte. Avenida Afonso Pena, 1537.Participação livre.www.ummilhaodehistorias.org.brwww.teia2007.org.br

    DEBATE ::: TROPA DE ELITE

    DEBATE ::: TROPA DE ELITE

    Promoção e violação dos Direitos Humanos: os dilemas do Brasil contemporâneo
    dia 08 de novembro de 2007
    apoio: Ministério da Cultura - LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA

    O Usina Unibanco de Cinema e o GEDI-DH Grupo de Estudos em DireitoInternacional dos Direitos Humanos da Universidade Federal de Minas Geraisapresentam nesta quinta-feira, dia 08 de novembro, às 19:00 * uma sessão especial do filme TROPA DE ELITE de José Padilha. A exibição será seguidade um debate com o tema Promoção e violação dos Direitos Humanos: osdilemas do Brasil contemporâneo, com o objetivo de discutir a difícil efetivação dos Direitos Humanos nos aglomerados urbanos brasileiros efomentar o debate acerca da realidade desses direitos no Brasil. Osingressos custam R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia) e já estão a venda na bilheteria do Usina Unibanco de Cinema.Debatedores:Francis Albert COTTA:doutor em história social da cultura pela UFMG, realizou estágio dedoutoramento na Universidade de Lisboa;foi pesquisador convidado na escola de altos estudos em ciências sociais - Paris; atualmente desenvolvepós-doutorado em história social na UFRJ onde estuda a temáticaidentidades policiais e cidadania no Brasil Contemporâneo; professoruniversitário; Luis Flávio SAPORI:Possui mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais(1993) e doutorado em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisasdo RJ/TEC (2006). Atualmente é assessor do Governo do Estado de Minas Gerais, pesquisador pleno da Fundação João Pinheiro e professor assistenteda Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Tem experiência naárea de Sociologia, com ênfase em Sociologia do Crime e da Violência, atuando principalmente nos seguintes temas: justiça criminal, polícia,organizações, violência policial e violência.Fabrício Araújo PRADO:Bacharel em Direito pela UFMG (Belo Horizonte, 2005), vencedor do I Premio Sistema Interamericano de Direitos Humanos promovido pela SecretariaEspecial de Direitos Humanos (Brasília, 2005), representante brasileiro namaior competição acadêmica internacional de Direitos Humanos (Washington, 2005), co-fundador do Grupo de Estudos de Direitos Humanos da UFMG (2005),Assistente de Pesquisa do Centro de Direitos Humanos da Universidade deNottingham (Inglaterra, 2006), Mestrado em Direito Internacional dos Direitos Humanos pela Universidade de Nottingham (Inglaterra, 2007).*No mesmo dia não apresentaremos a sessão de 21:10 de Tropa de Elite.USINA UNIBANCO DE CINEMARua Aimorés, 2424 - Lourdes - tel: 3337-5566

    Articulação da Conferência de Juventude

    Colegas,

    Na última terça-feira (30/10) participei, representando o Fórum de Entidades eMovimentos Juvenis da Região Metropolitana de Belo Horizonte – FEMJ/RMBH, de reunião para tratar da organização da Conferência de Juventude da RegiãoMetropolitana de Belo Horizonte.Na ocasião estavam presentes representantes das prefeituras dos municípios deBelo Horizonte, Brumadinho, Caeté, Contagem, Ibirité, Nova Lima, Rio Acima, Ribeirão das Neves, Sabará e Santa Luzia. Estava presente também umarepresentante da Secretaria Nacional de Juventude.Foi apresentado como será o processo das conferências nacional, estadual emunicipal, abaixo segue a síntese: 1ª Conferência Nacional de Juventude:Data: 27 -30/04/2008Local: Brasília/DFFinalidade: debater metas e diretrizes para a política de juventude.Participação: Municípios que possuem coordenadorias, conselhos poderá eleger diretamente 02 delegados; Serão eleitos delegados nas conferências estaduais. Minas Gerais terádireito a 100 delegados.1ª Conferência Estadual de Políticas Públicas de Juventude:Data: 16-18/03/2008 Local: Belo Horizonte/MGTemas:Juventude: democracia, participação e desenvolvimento;Parâmetros e diretrizes da Política Nacional de Juventude;Desafios e prioridades para as Políticas Públicas de Juventude. Participação:• Delegados eleitos nas conferências municipais e regionais.• Serão eleitos os delegados para participarem da Conferência Nacional.1ª Conferência de Juventude da Região Metropolitana de Belo Horizonte Data prevista: dezembro/2007Local a definir entre as cidades: Contagem, Nova Lima e Sabará.Participação:• Inscrição de delegados das entidades e movimentos da regiãometropolitana;• Irá eleger os delegados para participarem da Conferência Estadual.Belo Horizonte: 50 delegados da sociedade civil e 15 delegados do poder públicoAcontecerá nova reunião no dia 08/11/2007 às 09:00 horas na Av. Afonso Pena 1212 (PBH) para tratar da seguinte pauta:1. Apresentação pelos municípios de Contagem, Nova Lima e Sabará daproposta para sediar a Conferência;2. Definição do município sede da Conferência;3. Definição da data para a realização da Conferência;4. Definição do processo de mobilização dos jovens para participarem daConferência.Na ocasião cada município presente assumiu o compromisso de mobilizar os outros municípios da região metropolitana ausentes para estarem presentes nareunião do dia 08/11 e, o FEMJ/RMBH assumiu o compromisso de mobilizar asentidades e movimentos para também estarem presentes, uma vez que a presença da sociedade civil na reunião foi pequena.Contamos a participação de vocês na reunião do dia 08/11/2007.Danúbia favor circular a mensagem para o Fórum.

    Atenciosamente,

    Julio Cesar dos Santos Articulador SocialCentro Juvenil Salesiano3476 1122 / 8426 1997

    "Enquanto o direito ainda for meio ea cidadania andar pela metadea gente segue na luta por inteiro..."

    AUXÍLIO ACADÊMICO -ARTIGOS, PROJETOS, RELATÓRIOS FINAIS

    ENTÃO GALERA, SEGUE AÍ LINKS PARA AJUDAR A FAZER ARTIGOS, PROJETOS E RELATÓRIOS FINAIS


    VC QUER AJUDA PARA FAZER


    PROJETOS?

    http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met05.htm

    http://www.etfce.br/Pesquisa/dippg/metodologia/Metodologia%20e%20Organiza%E7%E3o%20de%20pesquisa_apostila.pdf

    inf.unisul.br/~ines/pccsi/O_PROJETO_DE_PESQUISA_2004B.doc

    http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=PROJETO+PESQUISA&meta=


    ARTIGOS?

    www.deinf.ufma.br/~csalles/multi/modelo.doc

    http://www.alesc.sc.gov.br/al/escola/docs/Curso_Formacao_Pol/4_6_2007/Metodologia%20de%20Artigo%20Cient%A1fico.htm


    RELATÓRIO FINAL PARA APRESENTAR PRO CONEXX?

    www.udesc.br/reitoria/proped/Pesquisa/Editais/anexoI.doc

    Contra A Banalização da Tortura - Revista Caros Amigos

    Contra a Banalização da Tortura: pela afirmação da Vida

    "No Brasil, a difusão do medo, do caos e da desordem tem sempre servido para detonar estratégias de neutralização e disciplinamento planejado do povo brasileiro. Sociedades rigidamente hierarquizadas precisam do cerimonial da morte como espetáculo de lei e ordem. O medo é a porta de entrada para políticas genocidas de controle social"
    Vera Malaguti Batista

    Em 17 de outubro último, o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ reuniu em sua sede militantes e vários intelectuais convidados para debater, em seu espaço mensal de cine-clube, o filme Tropa de Elite.
    Nossa preocupação prende-se não somente aos efeitos que o filme vem provocando na sociedade brasileira, em especial entre a sua juventude, mas principalmente ao surgimento e funcionamento desta tropa dentro da Policia Militar do Rio de Janeiro, ainda no período de ditadura militar.
    Segundo informações de O Globo (21/10/07), o BOPE originou-se, em janeiro de 1978, do NUCOE (Núcleo de Companhia de Operações Especiais) que tinha como símbolo um crânio com um punhal encravado de cima para baixo e duas pistolas. É importante lembrar que, na época, o chamado Esquadrão da Morte, grupo paramilitar que fazia justiça com as próprias mãos, tinha como símbolo uma caveira com duas tíbias entrelaçadas. Um de seus fundadores do NUCOE, hoje Coronel reformado da PM Paulo César Amêndola, foi também um dos idealizadores e o primeiro Superintendente da Guarda Municipal, criada em 1993, pelo então prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. È bom lembrar que o citado coronel enquanto Coordenador da Guarda Municipal, militarizou-a, colocando-a para desempenhar funções que fugiam aos seus preceitos legais. Ou seja, foi durante o seu comando que a Guarda Municipal especializou-se em reprimir trabalhadores e movimentos sociais em nossa cidade.
    Mais uma vez cabe lembrar que o nome de Amêndola aparece em duas listas do Projeto Brasil Nunca Mais, pesquisa coordenada pela Arquidiocese de São Paulo que microfilmou todos os processos que se encontram no Superior Tribunal Militar, no período de 1964 a 1978; trata-se, portanto, de documentação oficial que não pode ser rotulada de facciosa. Na primeira destas listas "Elementos envolvidos em diligências e investigações", à pagina 113, do Tomo II, volume 3, "Os Funcionários", seu nome é denunciado, em dezembro de 1970, como Capitão da Policia Militar do Rio de Janeiro e aparece no Processo n° 1599, da 2ª Auditoria da Aeronáutica, da 1ª RM/CJM.
    Na segunda lista, a de "Membros dos Órgãos da Repressão" nos mesmos tomo e volume, também em dezembro de 1970, seu nome aparece no mesmo processo citado acima.
    Além dessas informações que provam a estreita ligação de Amêndola com a repressão instituída pela ditadura militar, o GTNM/RJ, em 1993, quando apresentou o "Dossiê Paulo César Amêndola de Souza" teve informações do então deputado estadual Carlos Minc de que, quando esteve preso no Rio de Janeiro, no inicio de 1970, sabia do envolvimento deste coronel PM com a repressão.
    Como o filme "Tropa de Elite" enfatiza, os treinamentos militares têm desempenhado uma importante função: a desumanização da tropa. Tal processo vem sendo utilizado, há décadas, na formação de "tropas de elite" no continente latino-americano. Em especial, a partir dos anos de 1950, com a criação da Escola das Américas que, funcionando nos Estados Unidos, treinava civis e militares de diversos governos ditatoriais no uso de técnicas brutais, humilhantes e degradantes contra os chamados inimigos internos. Esse mesmo modelo tem servido de exemplo para o treinamento de militares das forças armadas e de diferentes "tropas de elite", como por exemplo , o BOPE. Que tipo de militar e/ou policial e que política de segurança pública podemos esperar de pessoas e corporações que são formadas dessa maneira?
    Um aspecto a ser levantado sobre o filme "Tropa de Elite" é que a realidade apresentada mostra como hoje se banaliza e se justifica a tortura, o extermínio e a execução sumária como práticas normais e naturais na polícia e indispensáveis ao bom funcionamento da sociedade. Ou seja, como estas práticas, em alguns momentos, tornam-se necessárias tendo em vista fins "justos". Tais cenas têm provocado na população em geral a visão de que não há outra saída: somente a tortura e o extermínio podem combater a barbárie. Esquecem que ao fazê-lo, equiparam-se, tornam-se tão bárbaros como aqueles que combatem. E pior, por serem representantes do Estado institucionalizam tais práticas.
    Em alguns momentos, parece-nos que o fio condutor do filme prende-se à concepção de que estamos em guerra. Neste contexto, é necessária a utilização de medidas que ferem profundamente a vida, banalizando-a e tornando-a descartável.
    Neste mesmo processo de desumanização dos agentes de (in)segurança pública de nosso estado, assistimos estupefatos e indignados - ao vivo e à cores – em 17 de outubro último, na favela da Coréia, em Senador Camará, as cenas de perseguição, aniquilamento e "justiçamento" de dois supostos criminosos, pardos e jovens. Cenas que mais se assemelhavam à continuidade do filme Tropa de Elite.
    Diante disso, estamos entrando com outras entidades de direitos humanos junto ao Ministério Público com uma representação para apurar a responsabilidade sobre a política de segurança pública militarizada implementada pelo governo de nosso estado que vem apostando no confronto e na eliminação.
    Da mesma forma, estamos lançando uma Campanha Nacional Contra a Banalização da Tortura. Em um abaixo assinado virtual, solicitamos que as pessoas além de assinarem, reproduzam o texto abaixo, divulgando-o o mais amplamente possível:

    "Sou incondicionalmente contra a tortura. Para mim, não existe nenhum fato, nenhuma situação, não existe nada que justifique o uso da tortura"

    --
    "Hoje não temos mais a opção entre violência e não-violência. É somente a escolha entre não-violência ou não-existência"

    Martin Luther King

    Fwd: Tr: Brigadas Populares: Vitória da Comunidade do Novo Lajedo


    Vitória da Comunidade do Novo Lajedo
     
     
    No mês de outubro a comunidade do Novo Lajedo teve uma importante vitória. Vitória para a comunidade que está ameaçada de despejo e vitória para o movimento de luta pelo direito a moradia que tem lutado para que não sejam feitos despejos forçados na cidade. Neste mês foi instinto pelo juiz por falta de provas a ação de reintegração de posse movida pela Cohabita, suposta dona do terreno. A cooperativa não conseguiu juntar os documentos que provam ser ela a proprietária da área, daí a extinção do processo.
     
    O Novo Lajedo é uma ocupação urbana espontânea que há um ano e meio vem sofrendo com a possibilidade de ser despejada. Diante das constantes ameaças as Brigadas Populares começaram uma atuação conjunta com a comunidade na tentativa de fazer valer o direito a moradia. Desde então a comunidade criou a assembléia popular que ocorre uma vez por mês e tem por objetivo tirar de forma coletiva a condução da luta da comunidade. Foram destas assembléias que se organizaram os mutirões para abertura das ruas, organizaram-se as festas coletivas e as ações de luta. Nos reunimos com a secretaria de habitação, realizamos atos na porta da prefeitura e da regional norte, fechamos a MG 20 para termos nossas reivindicações ouvidas, pressionamos uma audiência pública na assembléia legislativa para expormos nosso problema e reivindicamos   a intervenção da prefeitura, já que a moradia é um direito e tem de ser garantido pelo Estado. Buscamos fazer nossas reivindicações serem ouvidas por diferentes segmentos da sociedade e estivemos presentes nas lutas pela efetivação do direito a moradia que ocorreram e ocorrem na cidade, participando das assembléias dos sem casa, dos atos do movimento, participando e apoiando outras ocupações que ocorreram no município como   a ocupação Caracol e a Ocupação João de Barro, estivemos presentes no Encontro das Comunidades de resistência e estamos presentes em todas as lutas pela efetivação de nossos direitos.
     
    Os órgãos públicos até o momento não deram resposta às demandas da comunidade, porém o fato de se ter extinguido o processo é uma vitória, pois se a comunidade não estivesse organizada hoje não estaria mais na área, pois o juiz já havia dado em um primeiro momento a reintegração de posse. Foi à luta do povo e o apoio recebido por diferentes segmentos da sociedade, pela atuação da Defensoria Pública do Estado que entrou com Ação civil Pública pedindo para que fosse garantido o direito a moradia das mais de 350 famílias que ali residem, que hoje a comunidade pode comemorar esta vitória. Ainda não é o fim da luta, pois existe uma ação civil movida pelo ministério público que pede a retirada das famílias alegando ser ali local de preservação ambiental, porém é o primeiro passo e vamos comemorá-lo:
     
    Neste dia 04 de Novembro, domingo.
    A partir das 09 H ( realizaremos a assembléia popular que ocorre todo primeiro domingo do mês, em seguida teremos o almoço  comemorativo)
    Local, no espaço coletivo da comunidade.
    Mais Informações: 9917-9369/ 8424-8020/ 3636-8828

    Saudações Brigadistas
    Brigadas Populares
    Pátria Livre e Poder Popular


    " Fazer é a melhor maneira de dizer." José Martí