sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Arte da resistênciA

Itamatatiua - Alcântara (MA)


Exposição na Galeria Arlinda Corrêa Lima, do Palácio das Artes, tem como propósito básico denunciar a brutalidade sofrida pela raça negra e a perversa lógica da discriminação racial


Janaina Cunha Melo/EM




A história das comunidades remanescentes de quilombos é recontada em exposição fotográfica aberta à visitação na Galeria Arlinda Corrêa Lima, do Palácio das Artes. A mostra Quilombolas – Tradições e cultura da resistência repoduz parte da pesquisa reunida no livro do geógrafo Rafael Sanzio Araújos dos Anjos, lançado em 2006, e reúne 40 fotografias em preto-e-branco do documentarista André Cypriano, além de três mapas, textos e legendas que ajudam a entender a diáspora africana no Brasil e seus reflexos na atualidade.
Curadora da exposição, Denise Carvalho acompanhou o processo de pesquisa de campo, desde as primeiras visitas aos quilombolas. Das cerca de 3 mil comunidades registradas pelo Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica da Universidade de Brasília, 10 foram escolhidas como fonte para o livro e a exposição. Entre elas, Cafundó (São Paulo), Itamatatiua (Maranhão), Oriximiná (Pará), Kalunga (Goiás), Mocambo (Sergipe), Rio de Contas – Barra do Brumado (Bahia) e Conceição dos Caetanos (Ceará).

“Foi uma escolha difícil, entre tantas com características diversas, mas a idéia é construir um mosaico que mostre a identidade entre elas e também as diferenças. Por meio destas, queremos contar a história de todas, que são muito mais do que as registradas oficialmente”, diz a curadora.
O livro, com tiragem de 10 mil exemplares esgotados, tem objetivos ambiciosos. Situa historicamente processo vivido pelos negros escravizados no Brasil e mapeia o fluxo da diáspora até a contemporaneidade. A motivação, conta Denise Carvalho, veio da constatação da deficiência do ensino escolar.
“Sou de uma geração que aprendeu tudo muito idealizado”, diz. Todos esses acontecimentos são escondidos da história oficial.” Para ela, a ignorância e a falta de reflexão são a base do racismo no país. Por isso, a exposição tem caráter também didático. “Queremos que mesmo as crianças possam entender a brutalidade cometida contra a raça negra para saber que não há lógica na discriminação racial”, reforça.


Quilombolas – Tradições e cultura da resistência


De terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h; e domingo, das 16h às 21h, na Galeria Arlinda Corrêa Lima do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Até 2 de março. Entrada franca. Informações: (31) 3236-7400









Exposição retrata comunidades quilombolas do Brasil


A exposição Quilombolas - Tradições e cultura da resistência traz 40 fotografias e 3 mapas, textos e legendas, em documentação fotográfica inédita, realizada pelo fotógrafo documentarista André Cypriano. Resultado da pesquisa de campo em 11 comunidades negras remanescentes dos quilombos, a mostra conta com pesquisa e cartografia do geógrafo e pesquisador Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, professor da Universidade de Brasília (UNB). A curadoria é de Denise Carvalho, produtora cultural, diretora da empresa realizadora do projeto, Aori Comunicação e Produções Culturais. A exposição já passou por diversas capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, São Luís, Vitória e Belém, entre outras cidades do país, como Santos, Campinas e Paraty. O objetivo é documentar e difundir amplamente questões sociais e culturais que as envolvem, enfocando a relação das comunidades com a terra e a idéia de territorialidade; o desenvolvimento sustentável destas comunidades; as relações sócio-culturais nas diversas manifestações festivas e religiosas e sua importância na inclusão social destes grupos; a preservação dos vínculos e manutenção da ancestralidade destas comunidades e seus principais personagens; e a promoção da igualdade racial.Segundo o Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica da Universidade de Brasília existem hoje registros de 2.842 comunidades quilombolas espalhadas por todas as regiões do país. Quilombo, segundo a definição da Associação Brasileira de Antropologia, é "toda comunidade negra rural que agrupe descendentes de escravos vivendo da cultura de subsistência e onde as manifestações culturais têm forte vínculo com o passado".





As comunidades retratadas pretendem promover um mapeamento bastante expressivo da questão dos quilombos no Brasil nos dias de hoje. Apesar de haver questões comuns entre elas, como: a influência da questão territorial e os diversos aspectos culturais é, possível identificar a diversidade provocada pelas peculiaridades existentes em cada região. São elas: Cafundó (São Paulo), Itamatatiua (Maranhão), Oriximiná (Pará), Kalunga (Goiás), Mocambo (Sergipe), Rio de Contas – Barra do Brumado (Bahia), Conceição dos Caetanos (Ceará), Tapuio (Piauí), Curiaú (Amapá), Mumbuca (Tocantins), Paraty (Rio de Janeiro).O material faz parte do livro Quilombolas – Tradições e cultura da resistência, patrocinado pela Petrobras, Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.



A exposição é patrocinada pela Petrobras e pela Vale com recursos da Lei Rouanet.



Serviço:

Evento: Exposição Quilombolas - Tradições e cultura da resistência (fotografia)

Artista: André Cypriano

Data: 12 de fevereiro a 2 de março

Horário: de terça a sábado, de 9h30 às 21h, e domingo, de 16h às 21h

Local: Galeria Arlinda Corrêa Lima

Entrada franca

Balcão de Informações: (31) 3236-7400



FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO
Avenida Afonso Pena 1.537, Centro, CEP: 30130-004 - Belo Horizonte - MG - Brasil - Tel: (31) 3236-7400




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