por Diogo Oliveira, conexx
da SOBÁ Livraria e Café, BH
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Clima descontraído, conversa afiada e esperança renovada marcaram a passagem do prof. Boaventura S. Santos por Belo Horizonte. E nós, do conexx mineiro tivemos neste sábado último o prazer de desfrutar da companhia desse grande pensador de nossa época. A conversa se realizou na SOBÁ Livraria e Café, e contou com a participação dos bolsistas do Conexões Saberes mineiro, do Programa Ações Afirmativas, do Observatório da Juventude, do Núcleo de Psicologia Política, do Movimento Afirmando Direitos, do PROEF, e outros, além dos professores Rodrigo, Joana, Nilma Gomes, Claudia Mayorga, Cida Moura, e outros.
Iniciado bem além do horário previsto, o bate-papo iniciou com a apresentação dos professores e alunos presentes, bem como dos projetos e programas ali representados. Logo após, o prof. Sousa Santos se apresentou e contou um pouco sobre sua trajetória de vida. Algumas passagens de seu relato dizem de experiências únicas que possuem uma importância fundamental para entendermos seu debate e sua crítica. Uma delas é a importante fase de sua vida que disse ter vivido em Berlin em plena Guerra Fria, quando a cidade era dividida pelos dois blocos geopolíticos. Outra experiência é a vivência no Brasil, tanto no Rio de Janeiro (Jacarezinho) quanto em Recife.
Após esse primeiro diálogo, houve o momento das perguntas e respostas. Dentre as várias falas e perguntas, Boaventura apresentou seu pensamento:
devemos buscar formas de valorização dos saberes
- a democratização dos saberes não são entre eles mesmos, mas entre os seus objetivos
- nunca haverá uma transparência total entre saberes (ver condições da verdade)
- o saber hegemônico é representado naquele que, por exemplo, só por ostentar títulos, acredita possuir um saber maior, melhor e superior ao outro
- quais as perguntas fortes (perguntas geradoras) da comunidade? Devemos estar atentos para tal fato
- enquanto os outros forem tratados como não-plenamentes humanos, nós também não seremos plenamentes humanos
- é necessário, para superar o pensamento abissal, dar a devida importância à dimensão do mythos, não apenas ao logos. Mythos é força, é emoção e revolta. É emoção pelo trabalho de um mundo melhor.
No fim, convidamos Sousa Santos a nos acompanhar a um almoço ( pois o encontro aconteceu entre 11h00 às 15h00) urgente e rápido no Mercado Central. Ele foi conosco, e acabou por ficar até a noite no Maleta, o famoso lugar boêmio de BH.
- Luciana Pinto interpelando o prof. Santos questões que o professor tratou em 5 "livros-bíblia"
- Ver o Boaventura, ao entrar no Mercado Central, pegar o corredor à direita
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