Como seria a campanha no Brasil?
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
CLARO E ENCANTADORAMENTE RACISTA
Como seria a campanha no Brasil?
DEBATE SOBRE A LEGALIZÇÃO DO ABORTO
terça-feira, 25 de setembro de 2007
ESPAÇO CULTURAL CPFL : "VIDEOTECA PÓS-MODERNA"
PARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSAL: DAS LINHAS GLOBAIS A UMA ECOLOGIA DE SABERES
Para Além do Pensamento Abissal:
O pensamento moderno ocidental é um pensamento abissal. Baseia-se em linhas radicais que dividem a realidade social em dois universos distintos: o universo "deste lado da linha" e o universo "do outro lado da linha". A divisão é tal que "o outro lado da linha" desaparece enquanto realidade, torna-se inexistente, e é mesmo produzido como inexistente. Tudo aquilo que é produzido como inexistente é excluído de forma radical porque permanece exterior ao universo que a própria concepção aceite de inclusão considera como sendo o Outro. Deste modo, a característica fundamental do pensamento abissal é a impossibilidade de uma co-presença dos dois lados da linha. O "outro" lado da linha abissal é um universo que se estende para além da legalidade e ilegalidade, para além da verdade e da falsidade (crenças ininteligíveis, idolatria, magia). Juntas, estas formas de negação radical produzem uma ausência radical, a ausência de humanidade, a sub-humanidade moderna. Assim, a exclusão torna-se simultaneamente radical e inexistente, uma vez que seres sub-humanos não são considerados sequer candidatos à inclusão social [1]. A humanidade moderna não se concebe sem uma sub-humanidade moderna [2]. A negação de uma parte da humanidade é sacrificial, na medida em que constitui a condição para a outra parte da humanidade se afirmar enquanto universal [3].
O meu argumento nesta comunicação é que esta realidade é tão verdadeira hoje como o era no período colonial. O pensamento moderno ocidental continua a operar mediante linhas abissais que dividem o mundo humano do sub-humano, de tal forma que princípios de humanidade não são postos em causa por práticas desumanas. As colônias representam um modelo de exclusão radical que permanece atualmente no pensamento e práticas modernas ocidentais tal como acontecia no ciclo colonial. Hoje, como então, a criação e ao mesmo tempo a negação do outro lado da linha fazem parte integrante de princípios e práticas hegemônicos. Hoje, como então, a impossibilidade de uma co-presença entre os dois lados da linha continua a ser absoluta. Hoje, como então, a civilidade legal e política deste lado da linha baseia-se na existência da mais absoluta incivilidade do outro lado da linha. Atualmente, Guantánamo representa uma das manifestações mais grotescas do pensamento legal abissal, da criação de um outro lado da linha enquanto um não-território em termos legais e políticos, um espaço impensável para o primado da lei, dos direitos humanos e da democracia. Porém, seria um erro considerá-lo uma exceção. Há muito Guantánamos, desde o Iraque à Palestina e a Darfur. Mais do que isso, existem milhões de Guantánamos nas discriminações sexuais e raciais quer na esfera pública, quer na privada, nas zonas selvagens das mega-cidades, nos guetos, nas sweatshops, nas prisões, nas novas formas de escravatura, no tráfico ilegal de órgãos humanos, no trabalho infantil, e na prostituição.
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CANSAMOS?
Uma outra amiga problematizou tal caso da seguinte maneira:
E acho que as tendências que apontam o cartaz devem ser levadas em conta sim. Dá uma olhada na foto lá embaixo, em que uma mulher segura um outro cartaz dizendo:
"Lula e PT geram ódio e discórdia entre as classe sociais... não caia nessa armadilha!!!"
Será o que pensa essa senhora afinal de contas? Que devemos viver felizes, unidos e explorados? Que devemos continuar mantendo o conforto e os hábitos da classe média?
Engraçado também que apesar do envolvimento de vários partidos nos escândalos do mensalão e adjacências, apenas integrantes do PT aparecem nas fotos!
Não sou a favor do PT e nem desse lamaçal que é o governo Lula. Aliás, eu quero que todos os partidos políticos se explodam junto com essa tal de democracia representativa!
Mas bater um papo sobre o assunto: eu animo demais!
Grande abraço,"
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
PRÊMIO "DESGASTE PSÍQUICO AMBULANTE" 2007
Temos mais um forte concorrente para o prêmio "DESGASTE PSÍQUICO AMBULANTE 2007"!
É uma cara amiga nossa, que grudou em nada mais nada menos que o pensador Boaventura S. Santos! e eu estava lá pra conferir o desgaaaaste psíquico no boaventura... foi épico!
domingo, 23 de setembro de 2007
PODER SONHAR POR UM MUNDO MELHOR
POR UMA ECOLOGIA DOS SABERES - BATE PAPO DO CONEXX COM BOAVENTURA S. SANTOS
por Diogo Oliveira, conexx
da SOBÁ Livraria e Café, BH
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Clima descontraído, conversa afiada e esperança renovada marcaram a passagem do prof. Boaventura S. Santos por Belo Horizonte. E nós, do conexx mineiro tivemos neste sábado último o prazer de desfrutar da companhia desse grande pensador de nossa época. A conversa se realizou na SOBÁ Livraria e Café, e contou com a participação dos bolsistas do Conexões Saberes mineiro, do Programa Ações Afirmativas, do Observatório da Juventude, do Núcleo de Psicologia Política, do Movimento Afirmando Direitos, do PROEF, e outros, além dos professores Rodrigo, Joana, Nilma Gomes, Claudia Mayorga, Cida Moura, e outros.
Iniciado bem além do horário previsto, o bate-papo iniciou com a apresentação dos professores e alunos presentes, bem como dos projetos e programas ali representados. Logo após, o prof. Sousa Santos se apresentou e contou um pouco sobre sua trajetória de vida. Algumas passagens de seu relato dizem de experiências únicas que possuem uma importância fundamental para entendermos seu debate e sua crítica. Uma delas é a importante fase de sua vida que disse ter vivido em Berlin em plena Guerra Fria, quando a cidade era dividida pelos dois blocos geopolíticos. Outra experiência é a vivência no Brasil, tanto no Rio de Janeiro (Jacarezinho) quanto em Recife.
Após esse primeiro diálogo, houve o momento das perguntas e respostas. Dentre as várias falas e perguntas, Boaventura apresentou seu pensamento:
devemos buscar formas de valorização dos saberes
- a democratização dos saberes não são entre eles mesmos, mas entre os seus objetivos
- nunca haverá uma transparência total entre saberes (ver condições da verdade)
- o saber hegemônico é representado naquele que, por exemplo, só por ostentar títulos, acredita possuir um saber maior, melhor e superior ao outro
- quais as perguntas fortes (perguntas geradoras) da comunidade? Devemos estar atentos para tal fato
- enquanto os outros forem tratados como não-plenamentes humanos, nós também não seremos plenamentes humanos
- é necessário, para superar o pensamento abissal, dar a devida importância à dimensão do mythos, não apenas ao logos. Mythos é força, é emoção e revolta. É emoção pelo trabalho de um mundo melhor.
No fim, convidamos Sousa Santos a nos acompanhar a um almoço ( pois o encontro aconteceu entre 11h00 às 15h00) urgente e rápido no Mercado Central. Ele foi conosco, e acabou por ficar até a noite no Maleta, o famoso lugar boêmio de BH.
- Luciana Pinto interpelando o prof. Santos questões que o professor tratou em 5 "livros-bíblia"
- Ver o Boaventura, ao entrar no Mercado Central, pegar o corredor à direita
COORDENADORA CORUJA E O ECÓLOGO DOS SABERES
o nosso encontro de ontem foi muito, muito legal e acho que nossasdiscussões de preparação valeram a pena...assim que boaventura chegou a luciana pinto já ficou atrás delefazendo muitas perguntas...rsrs.... na apresentação a bréscia quasemorreu de vergonha...o leo leu algumas perguntas que tinhamospreparado... diogo elaborou outras... também leo e tati fizeramapresentação do conexões.... tivemos poesia e música....a tati arrasoue nos emocionou muito com seu vozerão.... tiramos fotos... a amandaaté conseguiu vender 7 rifas pro "homi" e no final das contas todosarrastaram o boaventura para o mercado central... mas como tava muitocheio, ele acabou parando na cantina do lucas no maleta...muitas dúvidas continuam em nossas cabeças... mas parece que mais umaluzinha de esperança e vontade de estarmos juntos se acendeu em nós...
bem, galera, só queria dizer que foi um momento muito especial e vocêsarrasaram! vamo que vamo porque esse conexões já tá dando o que falar!
bjão da coordenadora coruja,
claudia
RAPPER MANO BROWN NO RODA VIVA
MANO BROWN – Rapper
Envie sua pergunta [http://www.tvcultura.com.br/rodaviva/comenteeparticipe.asp]
Mano Brown é o maior representante do rap no Brasil. Ele é líder dos Racionais MC’s, um dos grupos mais ouvidos nas periferias.
Formado em São Paulo, em 1988, o grupo já vendeu mais de um milhão de CDs e tem, além de Mano Brown; Ice Blue, Edy Rock e o DJ KL Jay.
O vocalista do Grupo Racionais MC’s diz que a consciência de raça do líder negro americano Malcom X o fez compreender coisas que estavam ao seu lado e que ele não entendia.
As suas músicas falam sobre a violência nas favelas, racismo, drogas, sexo e a realidade das periferias.
Polêmico, diz que o desemprego só tende a aumentar com tanta competição; que falta comida, mas não falta arma; e droga é um problema geral e não desestrutura apenas a periferia.
Mano Brown raramente faz shows fora da periferia e já declarou que o seu verdadeiro público está lá, que o colocou no topo e que precisa ouvir o que ele tem a dizer. Atualmente, com suas músicas, atinge também a classe média.
Entrevistadores: Maria Rita Kehl, psicanalista; Paulo Lins, escritor, professor de literatura e roteirista de cinema; Renato Lombardi, jornalista da TV Cultura; Ricardo Franca Cruz, editor-chefe da revista Rolling Stone Brasil; José Nêumanne, editorialista do Jornal da Tarde e comentarista da rádio Jovem Pan e do SBT; Paulo Lima, editor revista Trip.
Apresentação: Paulo Markun
sábado, 22 de setembro de 2007
BOAVENTURA NA FACULDADE DE DIREITO/UFMG - 21/09
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
BLOG CONEXÕES SABERES DE GOIÁS!
http://conexoessaberesgoias.blogspot.com/
A NOTÍCIA DO MOMENTO LÁ É O II SEMINÁRIO LOCAL DO CONEXX DA UFG
II SEMINÁRIO LOCAL CS UFG
Acesso e permanência de estudantes de origem popular na UFGApós um ano de implantação do Programa Conexões de Saberes na UFG diálogos entre universidade e comunidades populares, em face do projeto que esta sendo implantado UFG INCLUI, o Conexões realizou seu II Seminário Local no dia 29 de agosto de 2007.Primeiramente, pela manhã foi realizada uma Mesa Redonda com o objetivo de discutir as propostas de acesso diferenciado na UFG.Contamos com a participação da UFMA-Profº Álvaro Pires, Maria Gorete do CABENAS e da UFG-Profº Juarez Maia da FACOMB.
Durante as falas, o Profº Álvaro Pires salientou sobre a implantação de cotas na UFMA e da resistência da classe média. Maria Gorete discutiu sobre como o negro é visto no meio acadêmico com relação à produção de conhecimento e sobre a forma como o projeto UFG INCLUI se configura, que é por meio de uma porcentagem mínima que compromete ainda mais a entrada de estudantes de escolas públicas negros (as) e indígenas.
O seminário retornou ás 14:00 h com a apresentação do Programa Escola Aberta. Uma representante da Secretaria Municipal de Educação expôs de forma detalhada o funcionamento do programa, que beneficiará alunos de escolas públicas e também a população local através de diversas oficinas de lazer, esporte, culinária, educação, cultura, etc.
Reportagem de Lilian Araújo
CONHEÇA: CONEXÕES DE SABERES UFES
Vc conheçe outros conexx? outros estados? outras vidas? outras experiências? Fica o convite!
(ao verem este vídeo, vcs tb tiveram a mesma idéia que eu?... então, vamos fazer tb um?!)
CONEXÃO DE PRIMEIRA
http://www.tizumba.com/links.html
PARA SABER E VER: ÊZQUIS NA PRAÇA LIBERDADE GRÁTIS HOJE!
..
EU FUI!
diogo oliveira - da redação em bh
21-09
para saber mais
http://www.seraque.com.br/
www.juliaribas.com.br/
http://www.tambolele.com.br/
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
ESPAÇO "PARA ALÉM DA TEORIA/POESIA"
REUNIÃO 19 SET 2007: PRÉ- BOAVENTURA
para quem não foi, é só correr atrás das "memórias" escrita ontem (clique aqui), ou enviar um email pra galeeera.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
ACAMPAMENTO CONEXX OUTUBRO 2007
...
SEMINÁRIO LOCAL CONEXÕES SABERES UFMS 2007!
DIA 26 DE SETEMBRO DE 2007
Local: Teatro Glauce Rocha / UFMS
Mesa Redonda com
Prof. Álamo Pimentel Gonçalves da Silva - Pró-Reitor de Assistência Estudantil - UFBA.
Profa. Ângela MariaAlves. Secretaria de Educação /MS.
Prof. Cezar Augusto Carneiro Benevides. Pró-Reitor de Ensino de Graduação PREG/UFMS.
Profa. Rosa Maria Fernandes de Barros de Barros. Pró-Reitora de Extensão, Cultura eAssuntos Estudantis PREAE/UFMS.
mais informações: cexpreae@nin.ufms.br
SEMINÁRIO NACIONAL 2007 DO CONEXX? SÓ 2008!
Boaventura de Sousa Santos faz conferência nos 80 anos da UFMG
Um dos pensadores mais respeitados da atualidade, Boaventura visita pela terceira vez a UFMG e fala em conferência, às 9h30, no Auditório da Reitoria. O tema é “Para além do pensamento abissal: das linhas globais à ecologia dos saberes”.
Boaventura é conhecido por sua crítica à globalização como extensão do que define como projeto europeu e norte-americano. Esse projeto, que ele classifica de redutor, quer impor a ciência como único pensamento aceitável e restringir o direito às normas tradicionais. “Boaventura defende que o conhecimento e o direito são muito mais plurais, e que é preciso incorporar o senso comum e a experiência popular, incluindo nesse processo os povos e culturas marginalizadas”, explica o professor Leonardo Avritzer, do departamento de Ciência Política e coordenador do projeto Democracia Participativa.
Professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em Portugal, Boaventura de Sousa Santos é diretor do Centro de Estudos Sociais e Centro de Documentação 25 de Abril daquela universidade. Sua tese de doutorado, sobre pluralismo jurídico, teve origem na pesquisa realizada em temporada de seis meses na Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Boaventura tem trabalhos publicados sobre globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e direitos humanos, com edições em seis idiomas.
A agenda de Boaventura prevê três dias em Belo Horizonte, dois dos quais na UFMG. Além da conferência do dia 20, ele vai discutir a criação de uma sede latino-americana, provavelmente em Belo Horizonte, do Centro de Estudos Sociais, que ele dirige em Coimbra. E reunir-se com grupos de pesquisa da Universidade sobre temas como ações afirmativas e multiculturalismo. O terceiro dia será dedicado a atividades relacionadas a projetos sociais da Prefeitura.
PRÊMIO "DESGASTE PSÍQUICO AMBULANTE"
McLarem perde pontos, mas seus pilotos escapam de punição (kibeloco)
A PRIMEIRA GRANDE CRÍTICA AO BLOG CSOL..
BH, 17 de setembro de 007
Você tá cada vez mais corajoso...
Ow, esse nome Conectador de Saberes é meio problemático... Isso porque dizer-se conectador de saberes implica em assinalar apenas o aspecto ativo na produção e apreensão de qualquer conhecimento... Como se você pegasse uma informação a de uma área A e juntasse a informação b de uma área B e conectasse esses saberes... Só é enfatizado o aspecto ativo, ou seja, só a ação de ligar dois ou vários saberes...
Acontece que quando fazemos esse exercício de conectar saberes, somos influenciados por uma série de saberes prévios, experiências de vida, que favorecem especificamente a sua escolha/interesse pelo saber a da área A e pelo saber b da área B... Em outras palavras, antes de conectar saberes, você já foi conectado por outros saberes que te levaram a conectar os saberes a e b (atuais)... Você não é apenas conectador de saberes, como se fosse neutro, imparcial e imune aos saberes a e b, restringindo sua ação a ligá-los como se conecta os fios da bateria do carro.... Você é afetado nessa conexão e antes dela efetivar-se realmente...
É afetado ao deparar-se com o conhecimento a...
Você não é apenas conector de saberes, mas produto de uma infinta série de saberes conectados... que lhe possibilitam, então, conectar outros saberes...
PESQUISA NÃO TEM FIM, FELICIDADE SIM...
"pode deixar que eu vou fazê-la muito feliz"
a frase surgiu no meio de um debate acerca de quem ocuparia o lugar em um grupo do eixo 2 do conexx, e foi direcionado a uma mulher... todos que estavam presentes ovacionaram..
resta saber se cumprirá a promessa
terça-feira, 18 de setembro de 2007
E AQUELES CARTAZES A RESPEITO DAS vantagens E desvantagens DE SER HOMEM E MULHER...
gostaria de, por meio deste, estar dando continuidade ao debate apenas iniciado na quarta feira passada, a respeito dos cartazes, das formas de se ver homem e mulher nesta sociedade hierárquica, etc. este email é apenas uma incitação, e logo enviarei outros comentários, na medida em que o debate prosseguir.
devo admitir que uma das motivações para escrever este email fora um certo incômodo surgido em mim após a quarta feira. um não, dois. o primeiro, mais latente, refere-se ao "meu silêncio" na hora de apresentar o cartaz feito pelo meu grupo. acredito na capacidade de cada um expor suas idéias, e sei que as vezes em um trabalho com várias cabeças nem sempre um consenso é retirado. bom, para mim particularmente, o cartaz não foi bem apresentado, não pela fala dos meus amigos, mas pela falta de um consenso. até me falaram que o problema do cartaz nem fora o visual ( embora este ponto - o visual - tenha sido um impactante elemento provocador de debate) mas a maneira de como articulamos a fala e o elemento visual. isso para mim foi uma crítica muito frutífera.para mim, não conseguimos apresentar um cartaz crítico e concordo com as meninas quando falam que nem um dos dois cartazes dos homens conseguiram apresentar uma crítica, não conseguiram superar (a)o discurso hegemônico. ao contrário dos cartazes delas. porque?
esse é o meu segundo e mais preocupante incômodo. será que nós, homens, temos pensado nosso lugar no mundo? será que as coordenadoras brancas têm pensado sua condição de ser branca em nossa sociedade? será que nós, heteros, temos pensado como somos coniventes com a homofobia não-explícita? será que nós, homens, sabemos quais as "desvantagens" de ser homem? e de ser mulher? será que eu tenho caído no erro de achar que debate de gênero é debate acerca da mulher somente? e que feminismo refere-se à uma luta específica das/para as mulheres somente? não sei se o debate passa dentro das noções "vantagens-desvantagens" ( até mesmo porque as meninas, ao pensarem criticamente seu lugar de mulher e as consequências disso, apontaram para a insuficiência dessas noções. a saída que elas encontraram fora apontar vantagem e desvantagem é ambíguo. contudo a manu aponta para operigo dessa ambiguidade), mas o patriarcalismo, ao se localizar entranhado na estrutura social e ser reproduzido nas relações mais corriqueiras e cotidianas da nossa sociedade, cede privilégios aos homens, usurpando-os das mulheres. tais privilégios não garatem a liberdade a nem felicidade plena para o homens , já que é obtida através da opressão e submissão das mulheres. logo, ambos possuirão relativas vantagens e desvantagens, que serão amplificadas ou reduzidas dependendo dos outros lugares de fala em que estes sujeitos estão inseridos: por exemplo: a mulher branca hetero e o homem indu bissexual na africa do sul na década de 60.
qual são as "desvantagens e as vantagens" de ser homem, segundo as mulheres?
MUITO ALÉM DA CRÍTICA AO PROTAGONISMO...
Há menos de duas décadas, percebemos que no Brasil vem se consolidando um certo discurso compartilhado por Ong´s, Estado, educadores, empresas, organismos internacionais, mídia, etc. que prescreve à juventude uma nova forma de fazer política. Esta nova forma será considerada por alguns autores críticos, como Regina Souza (2007), como uma forma de anulação da política, e não de sua promoção (Souza, 2007, p.11). Concordando em parte da tese principal de Souza, percebemos que no bojo das discussões atuais a respeito da participação política da juventude brasileira está a concepção de que a sociedade é explicada pela metáfora teatral. Haveria então um discurso hegemônico que explicaria o social e conceberia um modelo de participação política: a sociedade seria composta por um elenco de atores em negociação num espaço público nomenado como cenário, não havendo portanto relações de poder, dominação ou exploração, mas apenas e tão somente relações de dominação (p. 14). Esse discurso inscreve uma inversão na explicação da realidade, nas palavras da autora, já que não mais a metáfora teatral explicaria a sociedade, mas a sociedade seria um teatro, se espelharia na metáfora teatral1. Logo, os acontecimentos sociais são tomados como peças teatrais, os sujeitos sociais como simples atores que devem seguir um script, o espaço público (lugar da política) como cenário (lugar do consenso sem contestação).
Nesse matriz discursiva, a juventude seria capturada, segundo Souza, pelo enunciado do protagonismo juvenil, que desenvolveria a “nova forma” do jovem fazer política, uma forma individualista: a partir de um “ativismo privado” o jovem poderia realizar a mudança social, já que esta seria resultado da atividade direta dos indivíduos. Porém, na prática, o jovem é objeto, e não sujeito das políticas e projetos das organizações e instituições. Ele tem seu poder de agir limitado a aspéctos técnicos e a execução de projetos, dentro de uma concepção instrumental e racional mercadológica, onde o fazer política seria um tipo de “participação” baseado na atividade e realizações “concretas”, consistindo em trabalhos que buscam “encontrar soluções concretas para problemas reais”. Segundo a autora, essa forma de conceber a política se contrapõe àquela elaborada por Arendt, onde o poder de agir ( e não de fazer) institui a política, já que instaura o conflito, a transgressão, o novo. A anulação da política ocorreria por um consenso forjado pelo discurso, um consenso a respeito da “única forma de agir atualmente”, da “verdadeira e legítima forma de fazer política”, da “concreta leitura da realidade”, da forma de se conceber a política, apropriando e mesclando vários outros discursos divergentes e antagônicos.
Contudo, algumas considerações importantes devem ser observadas nessa análise discursiva. Reconhecemos que esta abordagem introduz profundas reflexões a respeito das ações institucionais e governamentais elaboradas para os jovens. Porém, os sujeitos inseridos nesses projetos que não incorporaram a atribuição de “ator ou protagonista” (logo, questionaram o consenso estabelecido) estariam instaurando o novo, a política? A autora trabalha em dois momentos com dois autores de profunda importância para o pensamento político: Michel Foucalt e Hanna Arendt.
Em Foucalt, Souza vai encontrar a concepção de (análise do) discurso que a permitiu elaborar uma profunda crítica à propagada “nova forma” de fazer política. Para a autora,
“o discurso não se apresenta como algo discernido, pronto e acabado ao pesquisador uma vez que não é um conjunto delimitado de textos, mas uma prática social com um movimento próprio. O discurso também não esconde uma essência, algo que deva ser desvendado, ele não é uma aparência sobre a qual pode descobrir a verdade. (SOUZA 2007, p.18)
Contudo, a autora aponta as próprias limitações de sua pesquisa, na medida em que
Os efeitos sociais do protagonismo juvenil - as maneiras de ser, pensar e agir estabelecidas pelo discurso e que fundamentam subjetividades e relações sociais - devem ser objeto de análise apenas na medida em que puderem ser detectadas no interior do próprio discurso. Ou seja, este estudo não se volta para os depoimentos, comportamentos e subjetividade do jovem protagonista, aquela figura por meio da qual o indivíduo supostamente se inscreve no discurso protagoniso juvenil. [...] O alcance da amostra discursiva em questão é tão-somente o discurso escrito, adulto e institucionalizado do protagonismo juvenil. (Souza, 2007, p.18, grifo nosso)
Nossa crítica residiria na problematização de algumas das limitações desta análise discursiva. Marco Antônio Torres nos lembra que os sujeitos não são meros reprodutores, suportes ou portadores dos discursos, porém o (re)elaboram e constituem uma autonomia frente ao discurso. A demarcação do objeto de estudo realizada por Souza não apresenta nenhum problema em si, mas, na medida em que há a trasferência da limitação metodológica para a limitação da compreensão da realidade, instaura-se uma questão. Isso quer dizer que, ao recusar reconhecer as possibilidades existentes para além do “discurso escrito, adulto e institucionalizado do protagonismo juvenil” , principalmente no que tange às subjetividades dos jovens em jogo, ela nega as fissuras e contradições que podem existir neste discurso, nega as possibilidades da ação política de sujeitos que, ao (re)elaborarem este discurso, o questionam, o confrontam e o transgride, isso se nós trabalharmos com a mesma concepção de política da autora, baseada em Arendt.
Pois é em Hanna Arendt que Souza busca a concepção de política que vai nortear seu trabalho. Porém, a política (e sua anulação) não é um objeto de fácil definição. Segundo Stolcke (200?)2, as reflexões de Arendt “sobre ‘o que é a política?’ contêm [uma] tensão [...] de caráter teórico-político, inerente ao dilema posto pela modernidade sobre como conciliar a liberdade de pensamento do indivíduo com o fato social da condição humana e da ação política”. Arendt opta pelo pensamento como dimensão política e considera a experiência viva como fonte do pensamento e da ação política. Para esta autora judia, “o poder de iniciativa, de começar algo novo no mundo, define a condição humana. Ésta faculdade é por ela denominada de natalidade, aquilo que introduz algo novo no mundo.” (Stolcke, 200?, p.?). A anulação da política ocorreria no consenso forjado, segundo Souza. Porém a fala transgressora e questionadora de sujeitos dentro dos espaços criados primeiramente para serem apenas suportes para os afazeres instrumentais podem dar outro caráter a esses espaços? Os espaços criados pelo discurso do protagonismo juvenil, por exemplo, poderiam ser apropriados e transformados em espaços para construção de novos discursos, agora de caráter emancipatórios? Stolcke aponta que, para Arendt,
A ação política [...] define-se como tal somente se acompanhada da palavra, do discurso, que implica e gera redes de relações e inaugura uma cadeia de acontecimentos cujo o fim é, não obstante, sempre, imprevisível. É esse caráter da imprevisibilidade do devir histórico que exige a agilidade propiciada pela liberdade de movimento, condição do pensamento livre. (Stolcke, 200?, p.?)
Ora, se a ação política requer um discurso, e se o discurso do protagonismo juvenil anula tal ação, quais seriam então os possíveis discursos existentes ou em vias de emergência que podem atender e potencializar as expectativas de transformação social existentes na juventude brasileira, expectativas que são expoliadas pelos “diretores sociais da encenação”?
Esta problemática surge no bojo das discussões iniciadas dentro de um projeto govenamental que corrobora o discurso do protagonismo juvenil. O consenso é estabelecido de “cima para baixo” e cabe aos bolsistas desse projeto refletirem até certo ponto, para não desordenar os prazos e metas. Eles devem executar as ações impostas de cima com uma certa destreza, “criatividade” e “autonomia”3 primada no individualismo. Aqueles atores que não se enquadram ou não conseguem desempenhar seu papel, é descartado; aos melhores, lhe são dados os papéis de protagonistas. Porém, no decorrer da implementação do projeto, verificamos a crítica e a contestação ao próprio projeto. Seriam os participantes do projeto simplesmente atores sociais, ou se constituem sujeitos políticos a partir de sua ação política contra o consenso estabelecido?
CONEXÕES TRUNCADA SAMBA-JAZZ-MORRO
Pobre samba meu,
Foi se misturando se modernizando e se perdeu
E o rebolado cadê não tem mais
Cadê o tal gingado que mexe com a gente
Coitado do meu samba mudou de repente
Influência do jazz
Quase que morreu
E acaba morrendo, está quase morrendo não percebeu
Que o samba balança de um lado pro outro
O jazz é diferente, pra frente pra trás
O samba meio morto ficou meio torto
Influência do jazz
No afro cubano vai complicando vai
Pelo cano vai
Vai entortando vai sem descanso vai
sai, cai... do balanço
Pobre samba meu
Volta lá pro morro e pede socorro onde nasceu
Pra não ser um samba com notas de mais
Não ser um samba torto, pra frente pra trás
Vai ter que se virar pra poder se livrar
Da influência do jazz.
EU QUIS... MAS "SÓ" DEU PRA FAZER...
"acredito que esta decisão tb deva ser de comum acordo de todos do eixo, porque se for um ou outro, acho não vai ser interessante para a realização de nossos objetivos. lembrando que o ATO será desde cedo até a tarde desta quarta feira. acho que é possivel tanto ir ao ato, pela manhã, quanto ir À reunião de eixo a tarde. é um a proposta.."
na prática, fiquei pela manhã resolvendo os pepinos do artigo, de tarde acabei que me perdi da passeata e me encontrei com o filme "Os três irmãos" e a noite fui saber das ocupações em uma empresa da VALE do Rio Doce e prisões de integrantes do MAD, MST, etc..
[saiba mais sobre a passeata em http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=4080]