sábado, 13 de junho de 2009
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Re: Projeto Domingo no Museu apresenta - Dona Jandira e Banda
Para mais informações, acesse nosso site: www.veredasproducoes.com.br/eventos.php?eventoTipo=domingo
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"Hoje não temos mais a opção entre violência e não-violência. É somente a escolha entre não-violência ou não-existência" Martin Luther King
" O importante não é o que você sabe ou pensa em fazer, mas o que você faz a respeito do que pensa" Len Roger
DIOGO OLIVEIRA
Geógrafo
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terça-feira, 22 de julho de 2008
O FIM OU O RECOMEZZO... 5000 VISITAS E TALVEZ UMA DESPEDIDA..
DIOGO OLIVEIRA
Geógrafo- Agente Cultural
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quarta-feira, 16 de julho de 2008
a mulher no egito
A mulher por aqui….
Julho 14, 2008 in Barbrinha, Casamento, Cultura arabe, Familia, Islamismo, Mulheres, Por aqui | Tags: Casamento, Cultura arabe, Familia, Mulheres | | 12 comments
Depois do post do \"homem da luz\", surgiram varias duvidas e esse eh um post para esclarece-las.
Eu sei que vou comecar a semana esquentando o blog, mas acho que tem assuntos que temos mesmo que conversar, mesmo sendo polemicos. Agradeco a todas que participam expondo os seus pensamentos e sempre usando do maior respeito para com todos, e aquelas que ainda nao participam, sintam-se a vontade!
Uma mulher aqui, NUNCA pode receber outro homem em casa caso esteja sozinha. So entra outro homem na casa se o marido ou outra pessoa do sexo masculino e da familia esteja dentro, caso contrario nao.
As vezes pode o zelador entrar junto com o homem, mas a mulher nao fica no mesmo comodo que eles.
No meu caso eh um pouco mais complicado, pq:
Sou estrangeira, nao entendo o idioma perfeitamente, e nao tenho familiares nenhum aqui, entao nunca abro a porta pra ninguem, fora que sou de Sao Paulo, entao junta o medo, so para cooperar.
Se estou com problema na maquina de lavar, por exemplo, tenho que explicar para ele, e ele explica para o homem, fica parecendo aquele telefone sem fio….kkkkkkkk……se nao conseguirem entender, eu vou la e falo diretamnete com o homem, mas antes tentamos esse caminho.
Eu ate acho pratico, pois normalmente estou em casa com roupas mais " a vontade" e para receber alguem, eu tenho que mudar toda a minha roupa, o que me da a maior preguica….hehhehe
Quando vem amigos muculmanos e egipcios visitar o marido, a mulher nao participa da conversa, ela leva as coisas na sala e vai para outro comodo tambem, se usa hijab, ela so aparece vestida com ele, se eles trazem as mulheres, eh mulher de um lado e homem do outro, tudo devidamente separado!!!
Essa parte eh algo que nos deixa de boca aberta, mas nao tem como, por mais que se tenha um marido "um pouco mais moderno", o pais inteiro tem essa mesma acao, quem esta te visitando tem mae, e muitas vezes irmas, e elas nunca ficaram juntas com os amigos do marido, filhos ou irmaos, entao nao serei euzinha que vou por minha cara da Medina, saiu de campo e vou fazer outras coisas.
Maridex, eh bem tranquilo quanto a isso, as escolhas de ficar ou nao na sala sao minha, mas prefiro deixa-los tranquilos. Ate pq sei que existe papo de homens e papo de mulheres, cada um deve ter o seu limite e sua privacidade.
Muitas mulheres sofrem com isso, principalmente as que sao estrangeiras e nunca tiveram esse tipo de pensamento, ou nunca pensaram sobre isso. Elas acham um absurdo, uma falta de consideracao e por ai vai, e EU PENSO que eh por isso que muitos casamentos com arabes e mulheres ocidentais sao complicados. Nao estou dizendo todos, mas uma grande parte sim.
Muitos dao muito certo, outros nao, pois a diferenca cultural eh grande. Eu sei que muita gente passa por aqui, e so le os posts nao comenta e sei que muitas dessas sao casadas, ou pretendem casar com homens arabes e muculmanos. Nao quero deixar ninguem com a cabeca quente e nem jogar balde de agua fria, mas eh bom pesar antes as coisas do que ir seguindo o instinto do amor. Voce deve saber ate onde vai seu limite, para conseguir aguentar a pressao de mudanca de postura. E se voce estiver disposta a enfrentar todos os problemas que aparecerem, tenho certeza que nao ira se arrepender, normalmente os arabes sao otimos esposos.
Eu quero fazer um post especial sobre isso, se voces tiverem alguma duvida, deixem aqui que vou montando um post, ok?
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DIOGO OLIVEIRA
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quarta-feira, 9 de julho de 2008
O Estado assassino
__,_._,___ Leia Atabaqueblog
A política genocida de segurança pública do Estado brasileiro segue sua sanha de assassínios contra a população pobre que no estado do Rio de Janeiro atinge seu clímax produzindo o gozo macabro de seus perpetradores.
josé ricardo
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Inscrições abertas para o PROCAN
Inscrições abertas para o PROCAN
Pessoas que desejam participar do Processo Seletivo UEMG e necessitam de isenção da taxa de inscrição e/ou preferem concorrer a vagas na universidade pelo sistema de reserva de vagas (cotas) podem inscrever-se no PROCAN (Seleção Socioeconômica para candidatos ao Processo Seletivo 2008/2009 da UEMG) até 4 de julho neste site.
O PROCAN destina-se ao atendimento de candidatos comprovadamente carentes, que apresentem renda mensal por pessoa do núcleo familiar no valor de até 1 ½ (um e meio) salário mínimo. São pré-requisitos para participar ter concluído o Ensino Médio ou equivalente (ou estar cursando o 3º ano do Ensino Médio).
As vagas disponíveis para o sistema de reserva de vagas estão distribuídas em três categorias, dentre as quais o aluno deverá optar por uma, em decorrência de sua situação socioeconômica.
• Categoria 1 - afro-descendentes, desde que carentes: 20% (vinte por cento) de reserva de vagas,
em cada curso de graduação;
• Categoria 2 - egressos de escola pública, desde que carentes: 20% de reserva de vagas, em cada curso de graduação;
• Categoria 3 - portadores de deficiência e indígenas: 5% de reserva de vagas em cada curso de graduação.
O percentual de vagas destinadas à isenção da Taxa de Inscrição no Processo Seletivo
UEMG/2009 será correspondente a 10% (dez por cento) do total das vagas estabelecidas para todas as unidades participantes do Processo Seletivo 2008/2009.
O processo consta de duas fases. Na primeira, o candidato deverá preencher o questionário eletrônico e enviar, em até três dias após inscrição no site, os documentos comprobatórios previstos em edital para o endereço (PROCAN/UEMG/2009- Rua Rio de Janeiro, 1801, Bairro Lourdes – CEP 30160-042 – BELO HORIZONTE- MG). Na segunda fase haverá aferição da documentação e análise técnica dos contextos sociais e familiares; além de entrevistas e visitas domiciliares, quando necessárias.
Uma relevante alteração em relação aos outros anos é a indicação de nota de corte única para todos os participantes do Processo Seletivo 2008/2009, independentemente da habilitação pelo PROCAN, que será de 58 pontos, considerado o total fixado para as provas gerais de múltipla escolha e para a redação.
Os habilitados pelo PROCAN poderão, então, inscrever-se no Processo Seletivo 2008/2009 e concorrer a vagas com candidatos que se apresentem na mesma categoria, democratizando, dessa forma, o acesso à universidade pública, sem penalizar os demais candidatos.
O resultado final deste processo será disponibilizado pela UEMG, até 15 de agosto de 2008, neste portal, mediante acesso pelo número de inscrição
do candidato.
LINKS
Inscrições
Edital
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DIOGO OLIVEIRA
Geógrafo
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segunda-feira, 23 de junho de 2008
o senador pela República Democrática do Congo, na UFMG
A FAFICH recebe hoje e amanhã o senador pela República Democrática do Congo, o Sr.
ERNEST WAMBA DIA WAMBA. O Sr. Dia Wamba também é pesquisador no Congo e nos dará uma palestra amanhã no auditório Sonia Viegas, duração de 2 horas (começando as 14:00) com abertura para perguntas. O tema será: "POLÍTICA AFRICANA CONTEMPORÂNEA". Teremos tradução simultanea francês-português e a presença de pesquisadores interessados na problemática africana do Rio de Janeiro. Assim, segue em anexo o convite formalizando o evento. Acredito ser uma ótima oportunidade para conhecer melhor o que vem ocorrendo na África Contemporânea.
Cordialmente
Bruno Cabral
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Aluno do IGC (meu amigo ALVES!) é premiado em salão de humor
sexta-feira, 20 de junho de 2008, às 12h25
O aluno do curso de Geografia da UFMG Evandro Alves foi o vencedor do 16º Salão Universitário de Humor de Piracicaba, organizado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). O resultado foi divulgado no dia 6 de junho. Com o trabalho Bicho também é gente, Alves ganhou um troféu e mil reais em dinheiro, prêmio concedido pelo júri aos dois melhores trabalhos do Salão, e foi também o vencedor da categoria história em quadrinhos (HQs). Ele concorreu com mais de 300 estudantes do Brasil e do exterior.
Foi a segunda vez que Alves venceu o Salão Universitário de Piracicaba. A primeira premiação no evento aconteceu em 2006, na categoria charge. O estudante de Geografia também já venceu o Salão Internacional de Humor de Pernambuco, em 2007, com charge sobre o aquecimento global. No mesmo ano, foi primeiro lugar dos quadrinhos no salão de Varginha e, em Volta Redonda, num dos mais antigos e tradicionais salões de humor do país, ficou em primeiro nos quadrinhos e em segundo nos cartoons. Evandro ainda venceu outra destacada competição: a do Salão Internacional de Piracicaba de 2003, quando ficou com o primeiro prêmio da categoria tiras e o segundo nas charges.
Evandro Alves começou a publicar quadrinhos e charges em 1993, no jornal Folha da Verdade, de Lagoa Santa. Trabalhou no Estado de Minas entre 96 e 99, e no Diário da Tarde como free lancer. Atualmente, publica no Super Notícias, na coluna Bola Murcha, de segunda-feira, e no caderno Supimpa, que sai no domingo. Já trabalhou como roteirista dos quadrinhos da Turma da Mônica, de Maurício de Sousa.
O estudante conta que quer aliar o trabalho com os quadrinhos à atuação profissional como geólogo. No Instituto de Geociências (IGC) da UFMG, Alves desenvolve a monografia Cerrado em quadrinhos, sobre o uso das HQs na educação ambiental.
Cotistas são humilhados por professor no Direito-UFRGS
Abaixo mando alguns relatos:
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Relato informação que chegou até mim hoje pela manhã, a respeito de lamentável incidente envolvendo estudantes cotistas do Direito e um professor.
O ocorrido foi hoje pela manhã, ao final da aula dos bixos. Passo ao relato dos fatos. O professor Ben-Hur Rava (conhecido no Direito por sua arrogância e polêmico por outros problemas criados em relação aos alunos), ao ser indagado por 3 estudantes (cotistas) sobre delimitação da matéria da prova da disciplina (economia política), respondeu com uma pergunta: "o Sr. vem da Ulbra?". Ante a negativa, o professor perguntou: "passaste por vestibular ou recebeste uma ajudinha?". Diante da surpresa dos presentes com as perguntas idiotas, ele explicou que "com esse sistema de cotas, que parece muito legal, muitos estudantes desqualificados ingressaram na UFRGS", sugeriu que estes tinham preguiça de estudar e avisou que "não quero saber se fez supletivo ou se é semi-alfabetizado, se acham que vão conseguir um diploma da UFRGS na moleza, estão muito enganados, vão continuar comendo grama".
Tudo isso tudo foi dito em voz alta, presenciado por cerca de 15 testemunhas!
Já existia um histórico de humilhações de alunos por parte deste professor, mas, desta vez, passou de todos os limites!
Conversei hoje mesmo com alguns de seus alunos, inclusive uma das cotistas que estavam presentes no momento, e estão dispostos a comprar essa briga. Este professor tem contrato até o fim do ano com a Faculdade, mas temos que exigir sua exoneração imediata. Já conversei tbm com o Marcos, nosso advogado, e vamos pra cima tbm judicial e administrativamente . Paralelamente, precisamos mobilizar para que surta efeito, pois, do contrário, é bem provável que fique tudo numa boa, como de costume nos "feudos" do Direito. E isso nós não podemos admitir. Punição exemplar já, para que não se repita em lugar algum desta universidade este tipo de absurdo!
Saudações indignadas,
Cristiano
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"Hoje não temos mais a opção entre violência e não-violência. É somente a escolha entre não-violência ou não-existência" Martin Luther King
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DIOGO OLIVEIRA
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quinta-feira, 19 de junho de 2008
QUESTÃO RACIAL -MUNIZ SODRÉ
QUESTÃO RACIAL
Anotações sobre um gesto pós-racial
Muniz Sodré
Nunca a grande imprensa brasileira falou tanto sobre a questão racial quanto agora. De algum tempo para cá, o tema comparece em editoriais, artigos, crônicas, reportagens, dando ou não seguimento a acontecimentos significativos, como a ida de um grupo de intelectuais ao Supremo Tribunal Federal para entregar um manifesto contra as cotas que favorecem negros nas universidades.
As posições favoráveis e contrárias já são mais ou menos conhecidas (embora não tanto as motivações profundas dos opositores). Mas uma notícia que pode ter passado despercebida é capaz de lançar uma luz nova sobre o assunto: a atriz Marília Pera convidou o ator negro Lázaro Ramos para um dos papéis principais da peça The Vortex, que será encenada no Rio. O personagem a ser vivido por Lázaro é, no texto, branco, de família tradicional inglesa (O Globo, 9/6).
O notável do fato é que, até agora, o universo ficcional brasileiro tem obedecido ao cânone da verossimilhanç a sócio-histórica. Este pode ser exemplificado da seguinte forma: um fictício presidente da República não seria jamais interpretado por um negro (em peça, drama televisivo, cinema, filme etc.) por infringir a regra do verossímil, que apontaria para a evidência (meia-evidência, na verdade...) de que nunca houve um primeiro mandatário negro no Brasil. Ora, se se trata de ficção, por que atender aos requisitos da realidade histórica? A televisão norte-americana tem dado uma resposta singular à questão, ao colocar um negro como presidente da República numa série policial (24 Horas). Agora, é a vez de Marília Pera romper o cânone.
O corner do binarismo
A iniciativa da atriz é de natureza "pós-racial". Primeiro, tem implícito o pressuposto - corretíssimo - de que raça só existe uma: a humana, distribuída numa miríade de cores ou fenótipos, dos claros aos escuros. Depois, a escolha obedece apenas a critérios técnicos de adequação do ator ao personagem, e não à verossimilhanç a fenotípica. Um ser humano de carne e osso vai viver um outro, feito de imaginação e papel, no teatro. Lázaro Ramos já havia sido protagonista do filme O Homem que Copiava, de Jorge Furtado, sem que tenha sido levantada em qualquer passagem do roteiro a questão da cor da pele. Aos olhos do espectador, um homem, simplesmente um homem, relaciona-se com outros em proximidade, desracializado.
Há uma coincidência singular entre o fato referente à peça inglesa e o momento histórico em que o negro-mestiço Barack Obama é indicado como candidato do Partido Democrata à presidência da República dos Estados Unidos. "Negro-mestiç o" para nós, "negro" para o sistema classificatório norte-americano (onde vige a one drop rule, ou seja, uma gota de sangue negro define racialmente o sujeito), Obama merece, assim como Lázaro Ramos, o epíteto de "pós-racial". Isto quer dizer que não racializou a sua campanha, apesar das tentativas dos adversários no ring das primárias, de levá-lo ao corner do binarismo racial.
Análises e soluções diferenciadas
Tudo isso pode soar aos desavisados como base argumentativa contra as cotas no Brasil. Não é bem assim. Um artigo do cantor e compositor Martinho da Vila (O Globo, 10/6) no dia seguinte ao da notícia da peça também traz luz para o assunto. Martinho conta de seu espanto, na primeira viagem aos Estados Unidos, ao ver estampados em cartazes, nas ruas e em lugares de destaque, as imagens de negros socialmente proeminentes. Espantava-o o grau de visibilidade pública de cidadãos uma vez descritos pelo escritor Ralph Ellison como "homens invisíveis". Isto não se dá por acaso, nem por pura e simples graça do poder: os negros, com todas as suas contradições internas, empenharam-se durante gerações na luta por direitos civis igualitários.
Ora, dirão, esse binarismo radical que ensejou a luta por direitos mais civis nos Estados Unidos não é o caso brasileiro. O que é a mais absoluta verdade e contraria a que se apliquem aqui, sem mais nem menos, critérios válidos para a realidade norte-americana, tal como a "regra da gota única de sangue". Mas da mesma maneira não se pode invocar o "pós-racialismo" de Obama para dizer que o Brasil já dispõe há muito da fórmula agora encontrada pelo candidato democrata. São realidades diferentes, que induzem a análises e soluções diferenciadas. A boa saúde mental e cívica recomenda uma pausa nos reflexos especulares do centro do Império.
"Relação social de raça"
Uma pausa dessas pode servir para pensar que possivelmente o gesto pós-racial da atriz Marília Pera tenha sido "sobredeterminado" (uma múltipla determinação, em que o fenômeno Obama pode até ter tido algum peso) pela conjuntura sócio-político- cultural que a temática das cotas suscitou no Brasil.
Desde o Prouni, ganhou foro público a questão da cidadania de segunda classe, de sua exclusão sistemática das oportunidades historicamente concedidas aos que já nascem "cotados" ou "patrimonializados" pela cor socialmente valorizada. Mas as cotas de agora - recurso, para mim, provisório - representam uma estratégia de visibilidade mais forte, esta que os Estados Unidos de algum modo já obtiveram, sem, entretanto, resgatar a maioria negra de seus bolsões de pobreza, nem diminuir esse mal-estar civilizatório que é a discriminação racial. O conceito científico de raça acabou, mas não acabou a "relação social de raça", isto é, o senso comum atravessado pelo imaginário racialista.
Visibilidade valorizada
Os intelectuais que, em jornais ou na academia, formaram um ativo bloco orgânico para pregar contra as cotas, não desconhecem o fato de que a cidadania, conceito eminentemente político, nasce no solo da visibilidade dos membros de uma comunidade: o sujeito visível tem voz pública; o invisível, não. O escravo grego não podia ser cidadão porque não dispunha do "capital" de visibilidade suficiente (naturalidade da língua, da fratria etc.) para falar na ágora.
A decisão sobre quem pode ou não falar, ser visto e ocupar os lugares do privilégio, é de natureza estética, no sentido radical desta palavra. Na raiz, estética e política coincidem. Uma política de cotas não implica que se acredite na existência de raças, e sim que as diferenças estético-fenotí picas têm conseqüências para a igualdade dos cidadãos. Sobre a branquitude da paisagem eurocêntrica projeta-se alguma "colorização" de espaços - fonte do espanto de Martinho da Vila, ponto de partida de uma visibilidade valorizada.
Não se pode realmente acreditar que as cotas venham resgatar a situação socioeconômica dos escuros e desfavorecidos, nem resolver o problema da introjeção histórica dos estereótipos racistas. O exemplo do pós-racialismo é algo de fato desejável, pode ser uma meta. Mas não é algo que esteja aí à disposição dos interessados, como uma espécie de fruto natural gerado pela suposta boa consciência daqueles que dizem temer a "racialização" da sociedade brasileira. Em termos coletivos, será o resultado de lutas e cotas em que venham a envolver-se também empresas e outras instituições pertinentes, além do Estado. A visibilidade valorizada é um começo razoável.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
SEGUNDO MARTINHO DA VILA..
rostos negros em cartazes luminosos em Nova York e em veículos de propaganda
espalhados por aquele país, bem como ver famílias negras em seus próprios
carros, alguns de último tipo. Nas lojas e butiques, vi pretos trabalhando e
até encontrei um amigo de BH, o negro Josias, gerenciando um supermercado.
Havia muitos pretos nas universidades e em cargos de chefia. Entrei num
banco e vi neguinho na cadeira do gerente e nos caixas, o que nunca havia
visto nos bancos onde tinha contas. Vi gente como eu nos três poderes e
quase não acreditei ao saber que o prefeito da capital, Washington, era um
negão. Enquanto por aqui ainda há empresas que não admitem negros.
De volta ao Brasil, procurei me informar sobre Malcon X, Luther King e então
entendi a fala do Abdias do Nascimento e outros líderes dos diversos
segmentos do nosso Movimento Negro.
"RODA VIVA" NA INTERNET
domingo, 15 de junho de 2008
Os perigos do Google como único filtro da realidade...( e o tal "Ctrl C & Ctrl V" na pesquisa)
__._,_.___
Procurar qualquer coisa naquele retângulo mágico do buscador Google. Se não aparecer nada talvez
"a informação que buscamos não exista". Será?
"No início do terceiro milênio, estamos diante de uma situação única na história, que faz com que
uma corporação privada da América determine a maneira pela qual buscamos informações". Assim
começa a primeira parte da "Pesquisa sobre os perigos e oportunidades apresentados pelos
programas de busca na internet (Google, em particular)", desenvolvida ao longo do ano passado
pelo Instituto de Sistemas da Informação e Computação da Universidade de Tecnologia de Graz, na
Áustria. O projeto foi coordenado pelo Prof. Hermann Maurer e financiado pelo Ministério
austríaco dos Transportes, Inovação e Tecnologia – o estudo completo pode ser baixado aqui:
http://www.iicm.tugraz.at/iicm_papers/dangers_google.pdf.
A pesquisa questiona uma atitude natural dos usuários da intenet: procurar qualquer coisa naquele
retângulo mágico do buscador Google. Se não aparecer nada talvez "a informação que buscamos
efetivamente não exista". Será?
O objetivo do trabalho, cujos resultados foram pouco divulgados pela mídia corporativa, é
demonstrar o comportamento monopolista da empresa Google, além de denunciar o que os
pesquisadores chamaram de "Síndrome Google de Copiar e Colar". Trata-se da emergência de uma
geração de "pesquisadores" que limitam-se a fazer uma colcha de retalhos de informações pinçadas
no Google, travestidas de trabalhos escolares ou acadêmicos, sem ao menos citar as fontes.
A apresentação da pesquisa austríaca vai direto ao ponto: "para qualquer um que encare a questão
fica claro que o Google acumulou um poder que acabou se constituindo numa ameaça à sociedade", já
que transformou-se na principal interface entre a realidade e o pesquisador na internet. O Google
tem o monopólio dos programas de busca e invade massivamente a privacidade das pessoas. Sem
enfrentar limitações de qualquer natureza, o Google conhece particularidades dos indivíduos mais
do que qualquer outra instituição, "transformando-o na maior agência de detetives do planeta". A
influência do Google na economia é direta, principalmente na maneira pela qual os anúncios são
exibidos (quanto mais a empresa pagar, maior visibilidade o anúncio terá). Aliás, parte do seu
faturamento, superior a 16 bilhões de dólares em 2007, deve-se à sua estratégia de publicidade
online através dos links patrocinados.
Hierarquia
Desde o primeiro programa de buscas na internet, o Altavista, lançado em dezembro de 1995,
vive-se a sensação do dado bruto transformar-se em conhecimento, em informação viva. Com o
aparecimento do Google, fundado em 1998 pela dupla Larry Page e Sergey Brin, jovens doutorandos
da Universidade Stanford, na Califórnia, passou-se para um outro patamar de programas de busca.
Brin definiu que as informações na web deveriam ser organizadas numa hierarquia de popularidade.
Ou seja, quanto mais um link leva a uma página específica mais a página merece ser ranqueada nos
resultados do programa de busca. Outros fatores, como o tamanho da página, número de mudanças,
atualizações constantes, títulos e links no texto foram incluídos na programação (algorítmo) do
Google. Lentamente o programa implantou um processso de hierarquização das informações que passou
a ser aceito sem contestações. Em março de 2007 o Google atingia 53,7% do mercado dos buscadores
da rede (segundo dados da Nielsen/ NetRatings).
Considerando-se que muitas das informações que circulam na internet partem de indicações do
Google ou da Wikipédia (a grande enciclopédia de conteúdo "aberto" da internet), Stephan Weber,
co-autor do projeto da Universidade de Tecnologia de Graz, denuncia uma espécie de "Googlarização
da realidade", já que existem fortes indícios que o Google e a Wikipédia operam a partir de uma
espécie de parceria. Os pesquisadores escolheram ao acaso 100 verbetes em alemão e outros 100 em
inglês do índice de A a Z da Wikipédia e colocaram estas palavras-chave em quatro grandes
programas de busca (Google, Yahoo, Altavista e Live Search). O Google registrou 91% dos
resultados das entradas da Wikipedia (em alemão). Para os sites em inglês os resultados atingiram
76% de registros no Google. "Parece evidente que o Google está privilegiando os sites da
Wikipedia em seu ranque", concluiu a pesquisa, seguida pelo Yahoo (56% em alemão e 72% em
inglês).
Plágio
A segunda seção da pesquisa dedica-se à emergência de uma nova técnica cultural e suas
implicações sócio-culturais: o plágio (a tal síndrome do "Copiar e Colar") e suas relações com os
conceitos contemporâneos de propriedade intelectual. O estudo cita o caso de um ex-aluno de
psicologia da Universidade Alpen-Adria de Klagenfurt, na Áustria, que elaborou a sua tese de
doutorado com mais de cem fragmentos copiados da internet. As primeiras páginas da tese eram uma
colagem de vinte sites, muitos dos quais sem o menor rigor científico. Diante do plágio, a
universidade passou a aplicar um software alemão de detecção de cópias chamado Docol©c (
http://www.docoloc.de/), cujos resultados ainda estão sendo testados.
A proposta prática da pesquisa é a de reduzir a influência do Google a partir do desenvolvimento
de outros programas de busca especializados na Europa, desvinculando a hierarquia comercial do
livre fluxo de dados públicos que circulam pela internet.
Assim como o estadunidense Gerg Venter, dono da empresa Celera, pretende mapear o código genético
de tudo o que é vivo para patentear e vender, o Google parece querer codificar todas as
informações circulantes no planeta, segundo critérios que nem sempre privilegiam o interesse
público. Mais do que enfatizar o Google como "a empresa do séc.XXI", a Universidade de Granz
presta um grande serviço ao conscientizar os internautas dos limites e perigos dessa estratégia
e, ao mesmo tempo, conclama os pesquisadores a uma ação imediata que impeça a "googlalização da
realidade".
Silvio Mieli é jornalista e professor da faculdade de Comunicação e Filosofia da Pontifícia
Universidade Católica (PUC - SP).
Publicado originalmente no jornal `Brasil de Fato` (02/06/2008)
".
--
Não sei se porque estamos em maio, não sei se porque faz 40 anos de 68, não sei se porque o Ramón foi atingido por uma bala perdida, mas li um artigo num jornal e um pedacinho dele, em especial, me chamou a atenção: "Esses balaços que pipocam pela cidade não têm ideologia, como certa vez tiveram paralelepípedos e bombas de gás lacrimogêneo em Paris e no mundo. Carecem de sentido. São produto da mesma estupidez que vem impedindo que manifestações e passeatas sejam realizadas num estado democrático de direito, sob reação quase inexistente da sociedade civil. Não são apenas os revolucionários de 68 que deveríamos superar e enterrar. Os reacionários também."
Um abraço!
Analise
(31) 91228012
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"Hoje não temos mais a opção entre violência e não-violência. É somente a escolha entre não-violência ou não-existência" Martin Luther King
" A neutralidade não existe em ciência social, pois prefiro seguir o conselho de Gramsci: ter uma posição e a partir dela efetuar os movimentos teóricos-analíticos da interpretação". Chico de Oliveira
DIOGO OLIVEIRA
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